Quem somos nós?
por Silvia Malamud em PsicologiaAtualizado em 30/08/2020 23:55:16
Quando não nos visitamos, pouco a pouco a nossa percepção vai sendo minada até acharmos normal uma vida medíocre e sem qualidade.
Quando não nos apropriamos de nós mesmos, funcionamos num limiar de baixíssima consciência.
A formatação do viver dentro de determinados conceitos planta em nós a ilusão de tudo que não somos, e em muitos, a ideia de que a tudo podem controlar. A verdade é que não estamos aptos a controlar nada, enquanto formos frutos inconscientes de outros tipos de controle que nos controlam à revelia.
A proposta para despertar é o agir de modo simultâneo e consciente, ora como participante ativo inserido dentro de um suposto contexto, ora como observador, porém, sem jamais se perder em supostos cenários.
Até podemos participar de ideias e ideais que não nos pertencem, mas apenas por alguns momentos e sempre com um pé em nosso próprio filme existencial.
Durante os processos terapêuticos, e muitas vezes quando a pessoa vem em busca da terapia, ela pode passar pela melhor crise da sua vida, a crise da disrupção, do despertamento e do descolamento dos cenários ilusórios no qual foi formatada. Uma passagem delicada, pela sensação de estar beirando um colapso, onde a percepção momentânea é a de se sentir em total ruptura com o rumo da própria vida. Muitas pessoas que passaram por bornout, crises depressivas e síndromes de pânico, conhecem bem estes significados.
A verdade é que nascemos e permanecemos em espaços aparentemente herméticos e estruturados dentro das mais diversas leis e sistemas. Ora estamos dentro de algum contexto familiar, ora mergulhados dentro das leis de um trabalho ou em alguma outra situação sociocultural que sempre nos exige regras e mais regras sobre como que supostamente deveríamos agir.
Regras em geral não são más, ao contrário, facilitam as nossas vidas em vários sentidos, porém, não nos devemos esquecer que todo excesso pode se tornar insalubre.
O maior risco que podemos correr, se estivermos por demais dentro desse padrão de funcionamento, é um distanciamento ou mesmo a falta de conhecimento de quem se é, e por fim, o aprisionamento do essencial numa trama que, ao atar, também pode tirar oxigênio e cegar.
Processos vivenciados em EMDR auxiliam a entrar em contato com o eu interior, sempre abrindo espaço para que aconteçam importantes oportunidades de transformação. Trazendo possibilidade de um conhecimento único a respeito de nós mesmos, dos motivos pelos quais nos distanciamos de tudo o que somos do nosso autorresgate e das infinitas possibilidades que todos nós temos de ir além do que nos ensinaram.
Que tal despertar?
Quanto mais despertos, melhor!