Da Semente ao Fruto, Uma Vida Vivida

Da Semente ao Fruto, Uma Vida Vivida
Autor Isabela Bisconcini - [email protected]
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Esta é a terceira e última parte do artigo "O Sucesso é ser Quem Você É" e "Ainda Sobre o Sucesso: Dar - Receber - Trocar".

Se pensarmos no momento da concepção de um bebê até a sua vida adulta, ou na diferença entre uma semente e uma árvore de tangerinas repleta de frutos, vemos que a essa diferença chamamos tempo e processo de tornar-se, vir a ser, quem se é. E vemos também que a lei da natureza é fazer seu ciclo de crescimento, apogeu e recolhimento; mas, então, não podemos negar a expansão e o crescimento em tudo que fazemos. Não é natural ficar minguado, nadando contra a corrente, ou com a sensação de falta. Olhe para uma Tangerina em frutos, ou para uma Paineira, ou para uma Cerejeira em flor: elas são abundantes e isso é sinal da saúde delas, de que está tudo certo com elas! Ou pense, então, nas plantas que nasceram nas condições mais absurdas que você já viu. A vida é teimosa! Ela quer dar certo!

Se há uma sensação de escassez, provavelmente não reconhecemos onde está o pleno e nosso foco está indo na direção errada; estamos batendo cabeça, estamos dando murro em ponta de faca, querendo ser o que não somos, e não apreciando o que somos. Ou podemos estar num ambiente que não reconhece e beneficia o crescimento das nossas melhores qualidades; o que pode ser por causa do ambiente em si, ou de outras plantas.

No primeiro caso, somos planta de sol, por exemplo, e crescemos na sombra, ou seja, estamos no lugar errado! E aqui estamos falando do arquétipo do patinho feio, da sensação de não pertencimento e do não reconhecimento e encorajamento de quem somos, e da sensação de sermos diferentes ou errados; o que, como diz Clarissa Pinkola Estés, "é uma história que contém uma verdade tão fundamental para o desenvolvimento humano que, sem a incorporação deste fato, o avanço se torna duvidoso e ninguém consegue prosperar sob o aspecto psicológico enquanto não perceber esta verdade".

Clarissa diz ainda: "pode ser que você não pertença absolutamente à sua família original (...) mas certifique-se de perder menos tempo com aquilo que eles não lhe deram e de dedicar mais tempo à procura das pessoas com quem você se sinta bem", o que, como diz a psicoterapeuta Elisabete Sofia Lepêra, em "termos psíquicos corresponde a fazer o transplante daquela planta, podendo colocá-la no ambiente ao qual ela pertence, ou no qual poderá crescer melhor", e que, no nosso exemplo, significa devolver a planta de sol, ao sol... tirá-la da sombra!!! 

Todos nós necessitamos do afeto, apreço e reconhecimento que nos farão crescer e desabrochar e, desde muito pequenos, aprendemos a nos moldar ao que o meio valoriza como forma de receber este afeto; em função disso, acabamos negligenciando ou não reconhecendo quem somos de fato, como o patinho feio tentando ser o que não é, se adequando àquilo que não pertence em essência, e, em conseqüência disso, acabamos gerando muitas cisões dolorosas em nossos corpos, que viram lacunas de presença dentro de nós mesmos, viram vazios e mal-estares, viram os nossos buracos negros, nossa ausência em relação a nós mesmos, nosso ralo energético, nosso dreno... nossa escassez e nossos poucos frutos.

Muitas vezes, como conseqüência deste não reconhecimento do meio ao qual pertencemos de fato, acabamos não sabendo mesmo quem somos, ou não temos mesmo idéia de quais são as nossas melhores sementes, aquelas que poderão nos dar os frutos mais saborosos! Percebemos estas sensações naquelas frases como: "não tenho talento para nada"; "mas isso qualquer um faz" ou "descobri que não considero as minhas qualidades e habilidades como algo bom e valioso". "As plantas não têm este problema, elas já nascem sabendo quem são e cumprem sua trajetória sendo o melhor que elas podem ser" diz Peter Webb, meu professor de Permacultura - a arte de harmonizar e enriquecer o plantio e a colheita, de forma a gerar o maior benefício, pela diversidade que enriquece e pela combinação de plantas companheiras: aquelas que ajudam o desenvolvimento umas das outras (https://www.vidadeclaraluz.com.br/).

Se nos sentimos escassos, podemos ainda estar sofrendo por causa de outras plantas: podemos estar esmagados por uma outra planta, que em si mesma não tem nada de errado, mas que ali, do nosso lado, gera disputa e não cooperação, não favorecendo o nosso crescimento, ou nos deixando encolhidos! Ou seja: de novo muito esforço e pouco fruto! São aquelas imagens simbólicas de não sair do lugar, por mais esforço que se faça... E é por isso que a permacultura busca plantar lado a lado as plantas companheiras, onde uma ajuda a outra a crescer, e evita colocar juntas as plantas que disputarão o crescimento.  A lei da natureza é a da economia do movimento!!! A de não desperdiçar energia!!!!!

Portanto, cabe-nos saber quem somos, quais são as nossas melhores sementes, as mais positivas e benéficas, e incentivarmos o crescimento delas, para que possamos ser a melhor expressão do que somos em essência e para que possamos comer desses frutos,  como a árvore da tangerina repleta! Por que não é uma tristeza ver uma árvore repleta de frutos que ninguém come, e outra minguada lutando para dar um frutinho?!

O sucesso é ser quem você é! O sucesso vem de saber e honrar quem você é!

Em homenagem a minha irmã Paula, árvore forte e perseverante a despeito das intempéries, para que possa continuar dando seus doces frutos! 

Primavera 2007

Leia também:

Parte I: O Sucesso é Ser Quem Você É

Parte II: Ainda Sobre O Sucesso: Dar - Receber -Trocar


Texto revisado por: Cris



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Conteúdo desenvolvido por: Isabela Bisconcini   
Isabela Bisconcini é Psicóloga Clínica e Consteladora Sistêmica. Terapeuta EMDR. Terapeuta Floral, Reiki II, NgalSo Chagwang Reiki, AURA-SOMA. Deeksha Giver. Dedicou-se por 25 anos ao estudo da psicologia budista e prática do Budismo Tibetano. Participou do Centro de Dharma da Paz desde 1988, quando Lama Gangchen Rinpoche o fundou.
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