Entrelaçamento quântico da alma
por Acid em AutoconhecimentoAtualizado em 08/04/2020 11:35:27
Um experimento realizado em 2016 por David Coles, da Universidade de Sheffield (Reino Unido) pode ter tido sucesso no entrelaçamento de bactérias com partículas de luz (fótons).
Coles e seus colegas prenderam centenas de bactérias fotossintéticas entre dois espelhos, encolhendo progressivamente a distância entre os espelhos até algumas centenas de nanômetros - menos do que a largura de um cabelo humano. Salientando a luz branca entre os espelhos, os pesquisadores esperavam fazer com que as moléculas fotossintéticas dentro das bactérias absorvessem, emitissem e reabsorvessem continuamente os fótons saltitantes. O experimento foi bem-sucedido; até seis bactérias pareceram fazer isso. Em essência, parece que certos fótons estavam simultaneamente atingindo e perdendo moléculas fotossintéticas dentro da bactéria - uma marca registrada do entrelaçamento/emaranhamento.
O fenômeno conhecido como superposição ou entrelaçamento, em física quântica, postula que uma partícula possa parecer estar em dois lugares ao mesmo tempo e que duas partículas podem se tornar "entrelaçadas", compartilhando informações mais rápido que a luz, através de distâncias arbitrariamente grandes através de um mecanismo desconhecido. Por mais estranho que pareça, o conceito foi experimentalmente validado inúmeras vezes em escalas quânticas. Já no nosso mundo macroscópico, as coisas são bem diferentes. Ninguém jamais testemunhou uma estrela, um planeta ou um gato em superposição ou um estado de entrelaçamento quântico (o gato de Schrödinger, por exemplo, é um experimento do pensamento, ou seja, teórico). Desde a formulação inicial da teoria quântica no início do século 20, os cientistas se perguntam onde exatamente os mundos microscópico e macroscópico podem se cruzam. Quão grande pode ser o reino quântico? Grande o suficiente para seus aspectos mais estranhos influenciarem intimamente os seres vivos?
No início deste ano, por exemplo, pesquisadores mostraram que o processo de fotossíntese - por meio do qual organismos produzem alimentos usando luz - pode envolver alguns efeitos quânticos. A forma como os pássaros navegam ou como nós cheiramos também sugerem efeitos quânticos que podem ocorrer de maneiras incomuns nos seres vivos. Até então ninguém havia conseguido persuadir todo um organismo vivo - nem mesmo uma bactéria unicelular - a exibir efeitos quânticos como emaranhamento ou superposição.
Analisando o experimento de 2016, cientistas agora argumentam que as bactérias se tornaram "emaranhadas" com a luz dentro da cavidade. "Nossos modelos mostram que o fenômeno sendo registrado é uma assinatura do entrelaçamento entre a luz e certos graus de liberdade dentro das bactérias", disse a física quântica Chiara Marletto, da Universidade de Oxford. De acordo com outro autor do estudo, Tristan Farrow, esta é a primeira vez que tal efeito foi vislumbrado em um organismo vivo. "Certamente é fundamental para demonstrar que estamos no caminho para uma ideia de uma 'bactéria de Schrödinger'", afirmou.
A questão que essa matéria me despertou e que por isso resolvi escrever aqui no Saindo da Matrix é porque eu, como muitos aqui, devem ter essa curiosidade de "como a alma se liga ao corpo?"
O Espiritismo nos diz, na 2ª edição de "O Livro dos Espíritos" (1860), o seguinte:
344. Em que momento a alma se une ao corpo?
A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito que então solta anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.
Na Revista "O que é o Espiritismo", que é uma obra de 1859 (anterior ao Livro dos Espíritos) traz:
"Desde a concepção, o Espírito, ainda que errante, liga-se por um laço fluídico ao corpo que deve se unir. Esse laço se estreita cada vez mais, à medida que o corpo se desenvolve. Desde esse momento, o Espírito é tomado de uma perturbação que vai crescendo sem cessar; na proximidade do nascimento a perturbação é completa, o Espírito perde a consciência de si mesmo e não recobra suas ideias senão gradualmente, a partir do momento em que a criança respira; é então que a união está completa e definitiva."
É uma imagem interessante do espírito "entrelaçando" mais e mais com o corpo até perder a consciência de si mesmo como espírito e acordar como uma "nova pessoa". Me lembra também a "perda do ego" que antecede o renascimento no "Livro dos Mortos" Tibetano. O experimento dos cientistas vai apertando o espaço entre a luz e a matéria, até que ambos se entrelacem: o imaterial com o material. Não poderia ser assim na junção do corpo com a alma? E o fato de usar entrelaçamento quântico (ou seja, a tal alma poderia ser como o fóton, emaranhada em todas as bactérias, todos os órgãos, em constante comunicação não-local) poderia explicar o mistério dos transplantados que herdaram características dos doadores? hummmm.
Referência:
Hyperscience: "Bactéria de Schrödinger" pode ser um marco na biologia quântica;
Ciência todo dia: O Entrelaçamento Quântico Explicado;
Saindo da Matrix: memória celular