Aposto que só está faltando fazer o laço!
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 11/05/2007 11:40:01
Chega de esperar! Chega de acreditar que haverá uma hora mais segura para criar laços, tornar-se íntimo e oferecer o seu abraço. O que mais pode nos fazer crescer de verdade senão o investimento diário na relação com quem amamos?
Sei que nossa vida é composta por muitas áreas e diversos compromissos. A cada momento trocamos de máscara para corresponder a determinadas expectativas. Na reunião com o chefe, na educação dos filhos, na festa do amigo, na casa da mãe, enfim, máscaras que definem papéis e posturas em cada uma das tantas situações que vivemos.
Mas a felicidade, a alegria de viver e o que verdadeiramente nos preenche jamais estarão nas máscaras, e sim na nossa essência. Somos feitos de laços e abraços. Só podemos ser preenchidos com sentimentos, emoções, amor. Nada mais!
Criar laços com o outro é entremear seu coração ao dele, é se desnudar e mostrar-se como você é. Sem ter vergonha de rir ou chorar. Apenas sendo você, exatamente do jeito que sabe sentir, pensar e fazer as coisas.
Os laços, embora sensíveis e vulneráveis (pois são feitos de sentimentos humanos), são os pilares que sustentam qualquer relação de amor. Sem laços não há vínculo, não há cumplicidade.
Pessoas estão morrendo de solidão e desespero por um único motivo: falta de laços. Medo de se entregar, de se mostrar e não serem aceitas. Falta de se enroscar no outro através de atitudes de afeto, carícias e cafunés. Laços são emoções fluindo de modo consciente, sabendo-se que é preciso dar para receber. São trocas recíprocas, recheadas de sentimentos.
Pessoas estão sedentas por um toque de carinho de verdade! Daqueles que provocam arrepios na alma, que afloram sensações de aproximação, de acolhimento. Gente precisa de colo que transforme o pH de sua pele e lhes dê uma nova dimensão da vida e do amor!
E os abraços... Ah! Como faltam os abraços, aqueles prolongados, inteiros, coração com coração, palpitações se misturando numa entrega de sentimentos, desejos, medos e sonhos...
Abraçar é se dar ao outro como um conforto, um alento, uma esperança. Abraços mudam a nossa vibração; são capazes de transformar uma vida toda de tristezas e abandonos.
E quantas vezes nos esquivamos de um abraço? Abraçamos cheios de medo e desconfiança, com tapinhas nas costas, com corpos distantes, com pressa para ‘desabraçar’. Morremos de medo de um abraço de verdade, como se pudéssemos nos perder no meio dele.
Dormimos com a pessoa que amamos e, muitas vezes, não encontramos espaço ou coragem para nos aninharmos ao longo de todo o seu corpo, como quem, enfim, se entrega e ama completa e definitivamente!
Laços e abraços não faltam na bagagem de quem se decidiu, enfim, viver e amar pra valer! De uma forma ou de outra, mais rápida ou demoradamente, gente que é grande no amor tem sempre um jeito especial fazer o laço com quem ama.
Aí está a primeira gritante diferença entre amor de gente grande e amor de gente pequena. O primeiro é feito de intimidade e compromisso. O segundo, de expectativas, egoísmo e máscaras.
Porque é fato: só abraça e se deixa abraçar quem está disposto a pagar o preço. O restante, aqueles que resistem teimosamente e não se deixam enlaçar, dá um jeito de se afastar, vai embora aos poucos ou de uma vez; e assim vai se encolhendo em si mesmo sem se dar conta de que a vida não espera, não pára... e cada dia a mais é uma chance a menos...
Texto adaptado do livro “Faça o Amor Valer a Pena”, de Rosana Braga – Editora Gente.