Coração de Gente Grande...
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 03/02/2006 11:20:44
Estou voltando das minhas ‘férias’ hoje, feliz da vida!
Antes de viajar, avisei aos meus queridos leitores que não enviaria artigos durante este período, mas foi bastante gratificante chegar e ver que muitas das mensagens que me foram enviadas contavam sobre a falta que eles (os artigos) fizeram.
Obrigada a todos que escreveram e cá estou, para contar sobre a diferença entre uma pousada maravilhosa e um coração acolhedor.
Quando cheguei à Estalagem do Píer, pousada na Barra do Una, litoral norte de SP e lugar onde ficaria sozinha, durante os próximos 20 dias, para cumprir a divina tarefa de escrever meu próximo livro, fiquei encantada.
À margem do rio Una, a pousada é realmente linda: tranqüila, cercada por árvores, espreguiçadeiras convidativas e um píer inspirador. Tive a impressão de que seria muito fácil escrever ali.
Uma única dúvida me rondava: ficar num lugar onde eu não conhecia ninguém, durante tantos dias, seria fácil? Estava longe de casa, da família, dos amigos e sem conexão à Internet, salvo algumas poucas entradas que consegui fazer para limpar a caixa postal.
Enfim, os dias foram passando e dentre tantas sensações inéditas e incríveis, quero falar de uma em especial. Assim que cheguei, já comecei a imaginar o que contaria aos amigos e leitores, quando retornasse.
Pensei que seria ótimo falar da Pousada, já que oferece tanta diversão e se trata de um local realmente privilegiado. Ser levada à praia de barco, andar de caiaque, de bicicleta, fazer trilhas ou simplesmente contemplar o pôr-do-sol caminhando à beira do mar, sentindo a água transparente molhar meus pés... Haveria muito a ser contado para demonstrar o quanto eu me sentia grata por estar ali.
Mas, com o passar dos dias, fui me dando conta de algo que só o tempo poderia me revelar. Toda a beleza de um lugar e todas as possibilidades de diversão se tornariam menos empolgantes à medida que fossem aproveitadas. Assim é a vida, em todas as áreas.
Um carro novo, um relacionamento recente, uma casa nova, uma viagem, enfim, qualquer novidade tem prazo de validade para nos surpreender. Com o tempo, ganha o lugar comum. A gente se acostuma e já não se sente tão extasiado. Neste momento, quando a surpresa acaba, só há uma coisa capaz de manter a felicidade: um coração acolhedor.
Ficar numa pousada por uma semana é realmente um privilégio para qualquer pessoa, considerando descanso, sol, praia, piscina e tudo o mais que pode ser feito. Entretanto, ficar por 20 dias, sozinha, por mais incrível que fosse o lugar, poderia ter sido um sacrifício se eu não tivesse sido acolhida por tantos corações especiais.
Ainda que estivesse só e que isso tenha sido fantástico por diversos motivos, conheci pessoas que tornaram meus dias muito mais cheios de luz e de inspiração para escrever sobre o amor.
Poderiam ter me tratado como hóspede, pois este era o meu lugar. Poderiam ter sido educados e gentis e já teriam cumprido suas funções com méritos, mas fizeram bem mais do que isso. Acolheram meu coração e me presentearam com os deles.
Provaram que um encontro especial começa com um sorriso, com um ‘bom dia’ carinhoso, com uma atenção que preenche qualquer sensação de solidão.
Por isso, este primeiro artigo de 2006 é dedicado a vocês da (Estalagem do Píer - (12)3867-1661
www.estalagemdopier.com.br) Estalagem do Píer(*), que deram alma ao meu livro e fizeram com que eu me sentisse em casa. Obrigada pela confiança, pelo carinho e pelos cuidados!
A vocês, gentes grandes – Daniel, Samuel, Adaílson, Marcel, Nazaré, Sinval, Dito, Edson, Eliete, Fernão e Guto – porque, afinal, nenhum lugar do mundo pode ser realmente lindo se não tiver coração. E aí tem o de cada um de vocês, o que faz toda a diferença!
