Homens e mulheres amam da mesma maneira?!?
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 07/04/2006 10:55:50
Tal questionamento sempre me remete a uma lembrança da infância. Não sei se todos conhecem aquela florzinha que parece um floquinho de algodão, redondinha e branquinha, tão frágil que um sopro ou vento mais forte é capaz de espalhar seus pequeninos folículos pelo ar...
Pois bem, ao encontrar uma dessas quando criança, apressei-me em arrancá-la para dar de presente à minha mãe e tive uma surpresa quando ela me perguntou: “você sabe qual é o nome desta flor?” . Não, eu não sabia, mas ela me disse: “é ‘amor de homem’”.
E ela me contou o motivo da comparação, deixando claro que se tratava de uma brincadeira: “porque amor de homem é assim, tão vulnerável que qualquer vento é capaz de levar embora”.
Embora o nome da flor não seja este (e sim Taraxacum officinale ou ainda conhecida como dente-de-leão), trata-se da revelação sobre como o amor sentido pelo homem é interpretado, na maioria das vezes.
Considerando que nenhuma ‘brincadeira’ é inventada por acaso, certamente o comportamento masculino deixa brechas a ponto de inspirar tal comparação. Entretanto, engolir crenças generalizantes como verdade absoluta já seria perder a chance de enxergar o todo.
Homens e mulheres amam de modo diferente, sim. Certos e errados, não! Vamos falar sério: a verdade é que cada um puxa a sardinha para seu lado, justificando seus comportamentos e tentando convencer a quem quer que seja de que é o ‘certo’, como se o outro, por conseqüência, fosse o ‘errado’.
As mulheres dizem que os homens são insensíveis. Os homens dizem que elas são sentimentais demais. Elas argumentam que eles são frios e racionais. Eles, que elas choram e reclamam à toa.
Estranha relação esta que deveria ser harmoniosa e, muitas vezes, se transforma numa guerra. Como se fossem rivais, homens e mulheres tentam defender sua bandeira, conforme apontam e criticam o comportamento do outro.
Ainda que haja muito de proveitoso e estimulante nesta constante argumentação, temos de cuidar para que as diferenças não se tornem motivos para cada um perder a sua essência e suas particularidades tão necessárias nas relações.
Enquanto apostarmos que um seja melhor do que o outro, estaremos seguramente perdendo uma fatia preciosa deste contexto. Não precisamos do masculino ou do feminino, precisamos dos dois. Um simplesmente sucumbiria sem a presença do outro.
Portanto, não é por vitória que devemos lutar e nem por igualdade entre eles, mas por uma convivência respeitosa, assumindo as necessárias diferenças e aprendendo a interpretá-las como fundamentais no processo de amadurecimento, tanto social quanto pessoal.
Um é mais objetivo e o outro é mais subjetivo. Um é mais racional e o outro é mais emocional. Um é mais calado e o outro é mais falante. Um é mais generalista e o outro é mais detalhista. E num encontro mágico, ambos podem e devem se complementar, levando para o mundo do outro uma porção do que lhe fica mais adormecido.
Mas na tentativa de corresponder às regras sociais (muitas vezes rígidas e hipócritas), vamos nos moldando em comportamentos mutilados, ignorando pedaços importantes do todo, que poderiam nos proporcionar mais equilíbrio.
O prejuízo tem sido grande, porque mais do que nos beneficiar com as características valiosas de cada um, temos desperdiçado energia demais travando uma luta insana e absolutamente desnecessária na tentativa de nos igualar. E quanto mais tentamos, maior tem sido o desastre causado.
Que deixemos, enfim, de brigar por uma igualdade que mais nos desvaloriza do que enobrece. Que passemos a assumir nossas maravilhosas e caras diferenças e atuemos decididamente a partir de nossa essência - masculina e feminina - preciosa, sublime. E que façamos isso, sobretudo, no exercício de amar.