Para você e para mim, com muito amor!
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 19/12/2003 17:54:04
Esta época sempre nos remete a uma reflexão do que fizemos, sentimos e pensamos durante todo o ano que está terminando e, de certa forma, durante toda a nossa vida.
Portanto, eu começaria dizendo que esse ano não foi fácil, nada fácil. Muito pelo contrário. Dificuldades de todas as ordens pareciam querer nos engolir, inundando nosso coração e nossa alma de uma tristeza que, tenho certeza, deixou em evidência feridas há muito esquecidas...
Porém, a maior delas foi e ainda é a que queima o nosso coração. Cada um na sua intensidade, cada qual com sua profundidade, mas nós, eu e você, compartilhando de uma dor que parece universal... sobretudo humana!
Praticamente impossível descrever os dias que nos afogamos em lágrimas e as noites que suplicamos pelo olhar Divino, pelo alívio dessa imensa confusão, desse constante e ininterrupto despedaçar...
Ávidos por amor, deixamo-nos sufocar por sentimentos limitados, mas ainda assim, durante cada dia que vivemos, continuei acreditando no poder que tem um coração! Continuei acreditando... mesmo que no meu desespero não conseguisse encontrar um único motivo sequer... Porque acreditar é isso: sobrepor-se aos motivos e permitir-se tão somente acreditar!
Agora, contando os dias para um novo começo, uma nova fase, sinto apenas um desejo genuíno de pedir perdão... A você que certamente fez o melhor que pôde e, mesmo assim, eu desejei mais! A mim, que consegui sorrir quando meu desejo era morrer e, mesmo assim, eu exigi mais! À vida que se fez tão bela e tão válida e, mesmo assim, eu não notei!
Quero pedir perdão ao seu coração que se esforçou tanto para se manter inteiro e, mesmo assim, eu estava ocupada demais tentando salvar o meu... Ao meu coração que tentou, diversas vezes, me fazer compreender que a vida tem sua maneira particular e sábia de nos ensinar o que precisamos aprender e, mesmo assim, eu só consegui chorar!
Quero pedir perdão ao nosso amor, que foi maior, que foi sagrado, que foi absolutamente tudo o que pôde ser e, mesmo assim, ainda me deixa sem chão, sem direção...
Quero pedir perdão ao Ser Maior, porque no meu egoísmo sem fim, tantas vezes me neguei a viver um dia depois do outro, sempre me jogando para o antes ou para o depois, tentando evitar a verdade... simplesmente porque nem sempre ela foi como eu quis que ela fosse!
E eu, sempre eu... intumescida por uma vaidade vazia, não percebi que pouco importa quantos quilômetros nos separam agora... quantos dias se passaram sem que trocássemos nenhuma palavra... quantas noites eu dormi sem olhar os seus olhos... quanto tempo eu não sinto o seu coração no meu... pouco importa!!!
Porque se eu tenho amor para você e você tem amor para mim, sem medida, sem nome, sem rótulo... tudo o que vivemos valeu e continuará valendo por cada instante que ainda haveremos de viver... mesmo que sejamos para sempre “eu” e “você”... e nunca mais “nós”...