Quando vai haver algo de realmente novo em você?
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 08/04/2020 11:35:29
Não sei quantos deles já iniciaram em sua vida, mas é certo que para a maioria das pessoas, um novo ano significa novas metas, desejos renovados e esperança de um tempo mais próspero e feliz.
Justo e compreensível. E, felizmente, a maioria também tem ciência de que é preciso adotar novas atitudes para alcançar novos resultados. Porém, a esmagadora maioria, em algum momento da viagem, declina de seus votos, desiste de seus compromissos e não consegue dar conta das promessas que fez a si mesma.
Por quê? Por que é tão difícil resetar velhos comportamentos, atualizar velhos pensamentos, substituí-los por ideias mais evoluídas, aprendizados adquiridos e percepções mais refinadas?
Por que é tão difícil transformar desejos em movimentos? Entrar em ação com consistência, dia após dia, até desconstruir um velho mundo e construir o castelo no qual tanto queremos morar?
Não estou falando apenas de mudanças externas. Aliás, para além dessas que também são conquistadas com esforço pela maioria, estão as mudanças internas, as ressignificações de crenças, a firmeza de propósito em ser uma pessoa melhor.
Sim, acredito piamente que almejamos isso com verdade de alma. Queremos mesmo amar mais, perdoar mais, sermos mais gratos, parar de discutir por bobagens, não dar tanta importância ao que realmente não importa. Enfim, é fato que genuinamente sonhamos com mais felicidade e paz.
Mas algo acontece misteriosamente no tic tac das horas que nos engole. Saímos do estado de presença e nos perdemos nas cobranças externas, na lista de tarefas, nos medos que nos envolvem e nos aprisionam sorrateiramente, como tentáculos de mil polvos invisíveis.
E quando vemos... já se foram 3, 6, 9 meses do ano que acabou de ser novo! Parece que foi ontem. Tínhamos todo o tempo do mundo. Mas já não temos mais. E, de novo, repetimos velhos erros, cometemos as mesmas bobagens, caímos nas mesmas armadilhas e nos sentimos exaustos, frustrados, perdidos e sem saber por que deu errado.
Nos tempos da informação, transbordante de livros, palestras motivacionais e cursos tudo parece tão óbvio e possível. É apenas uma questão de decidir. Simples assim. Só depende de nós!
Mas quem manda em nós? Nós mesmos, obviamente. Sempre é. De um jeito ou de outro, a história começa e termina em nossa própria respiração. E mesmo que nem tudo esteja sob nosso controle, aquilo que pode ser controlado, sim, faz parte exclusivamente de nossa individualidade e do poder absoluto que, em princípio, temos sobre ela.
Ah... mas há tanto por trás desse universo de dentro! Um lugar profundo, escuro, infinito e, em sua imensa parte, ainda tão desconhecido. Ancestralidade, cultura, família e muitas outras fontes de crenças, visões e lentes para ler o mundo de fora.
E eis que aí está a resposta! É absolutamente imprescindível visitar e revisitar os cantos e recantos de dentro de nós para que as mudanças germinem, floresçam e rendam frutos. E assim, enfim, resultados diferentes.
Só que isso é um processo. Leva tempo. Pede investimento, dedicação, olhar cuidadoso, toque delicado. Visão e revisão. Conhecer e reconhecer. Tentar quantas vezes forem necessárias e recomeçar de tempos em tempos, assim como os anos, novos a cada ciclo. Assim como a Lua, nova a cada fase. Assim como as estações, novas a cada
E o problema é que a maioria de nós quer mudanças instantâneas. Sem muito esforço. E, de preferência, sem dor. Sem desapegos. Sem frustrações. Mas instantâneo, só miojo, que nem saudável é.
Portanto, se é algo novo que você quer em sua vida, sugiro que se entregue, se disponibilize. Busque recursos dentro de você e, se preciso, também fora. Peça ajuda. Trace uma rota e siga por ela, passo a passo. Afinal, a vida é isso. A viagem. E a constante renovação de todas as coisas!
