Seus valores não são realmente SEUS!
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 08/04/2020 11:35:21
Imagine que cada valor é como um pacote disponível numa prateleira. A prateleira da vida. E agora imagine que, ao longo de sua vida, você foi conseguindo acessar vários deles. Não todos. Aliás, diante dos valores disponíveis no mundo, certamente você teve acesso a bem poucos.
E é disso que estou falando. É sobre isso que ando refletindo e algumas conclusões têm me aberto a mente, expandido a consciência. Resolvi compartilhar. Assim, poderei expandir ainda mais, com certeza.
O fato é que vivemos numa cultura com valores correspondentes. Valores que ditam o estilo e a dinâmica própria de sua sociedade. Se vivêssemos em outras, teríamos acesso a outros valores. Talvez parecidos, mas talvez completamente diferentes.
E se, por acaso, tivéssemos nascido e crescido numa cultura com valores completamente diferentes, esses valores que julgamos ser os nossos hoje poderiam nos parecer totalmente absurdos, sem sentido, alguns até repulsivos e condenáveis.
Eis a questão: não escolhemos os valores nos quais acreditamos. Eles foram escolhidos muito antes, por outros. Talvez um ou outro novo valor possamos ajudar a implementar ao longo de toda a nossa existência. Talvez nem isso.
A maioria de nós apenas insiste em defender valores que julga ter realmente escolhido. Sem questionar. Sem olhar para os lados. Sem considerar o mundo sob outra ótica, outro ponto de vista, outra história, outra cultura.
Talvez seja por isso que viajar seja tão fascinante. Porque nos abre essa real possibilidade. A de entrar em contato com verdades diferentes das nossas e, se permitirmos, que nos transformam e nos dão um novo tamanho. Maior do que antes. Maior para sempre.
E o mais curioso é que são os temas mais polêmicos que mais nos colocam na rota da evolução ou da involução. Quando se trata de sexualidade, religião, poder e justiça, a maioria se rebela. Alguns matam, muitos morrem. Felizmente, outros se tornam mais sábios.
O que é certo? O que é errado? Para quem? Por que? Sim, é bom cultivar seus valores e usá-los para nortear suas escolhas. Mas fechar-se neles acreditando que são unânimes ou os únicos corretos, é embrutecer a sutileza da vida. É perder a grandeza da inteligência humana.
É entrar na rota da destruição sem sequer questionar quem você poderia ter sido se apenas se desse uma chance. A chance de acordar e, finalmente, descobrir que você pode ser muito mais do que imagina. E que pode ir muito além de onde já foi até agora.
E, nessa medida, pode experimentar percepções e nuances de amor, de pessoas, de lugares e de dimensões jamais vividas. É tudo uma questão de se permitir novos olhos, novos ouvidos. E uma nova alma e um novo coração emergirão da luz de sua coragem.