Todo encontro é uma cura!
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 18/04/2024 11:20:31
A lindeza do amor é que ele sempre nos desperta. De um jeito ou de outro. Muitos aprendizados. Muitas redescobertas. E tem algo que está ressoando em mim agora. Que despertou em mim dia desses e mobilizou meu coração com uma força que me fez chorar. De alegria, de dor, de gratidão, de vida.
Uma força que me fez acordar de um jeito completamente novo para o fato de que nenhum encontro se dá apenas por se dar. Não se trata apenas de desejo ou de beleza física, ou de identificação intelectual. Não se trata apenas de semelhanças ou de sonhos em comum.
Não se trata apenas de construções sociais, de busca pelos mesmos ideais ou de realização de sonhos e metas. E também não se trata nunca, jamais, em hipótese alguma, de qualquer tipo de erro ou engano.
E de repente me peguei presente, diante de toda a sutileza e profundidade próprias de um encontro entre duas almas. A minha alma e a alma do homem que escolhi pra compartilhar minha história. Mas não só. A alma de todas as pessoas que já se permitiram, que se permitem ou que ainda haverão de se permitir viver o amor, em qualquer que seja a sua forma, o seu tom. Incluindo todas as imperfeições próprias de ser. De ser gente.
Como Amor de Índio, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos: ". Abelha fazendo mel vale o tempo que não voou. A estrela caiu do céu, o pedido que se pensou. O destino que se cumpriu de sentir teu calor e ser todo. Todo dia é de viver para ser o que for. E ser tudo."
É isso: toda vez que a gente faz amor vale o tempo em que nos perdemos e nos magoamos e nos enganamos. Porque todo dia é de viver para ser o que for. E ser tudo! E isso é sagrado simplesmente porque faz parte do processo de cura. O amor cura. O amor move. O amor comove.
Não há encontro que não cure. Mesmo que você ainda não tenha percebido. Mesmo que você nem saiba o que há para ser curado. Mesmo que você negue. Todo amor cura. E se ainda não curou, está aguardando. Talvez gritando, talvez praguejando. Talvez machucando ainda mais. À espera da cura.
E enquanto o amor não curar, o encontro não acabou. A partilha continua, ainda que seja apenas de dor. Ainda que seja à distância. Porque um encontro não acontece por acaso. Duas almas não ficam juntas apenas pelo que sabem. A conexão vai muito além do que os olhos se permitem ver. É individual, mas é também de combinação, de entrelaçamento, de gerações e gerações que já se foram e que ainda estão por vir.
Então, pensei que mais do que viver um amor "que seja eterno enquanto dure", que possamos viver um amor que seja eterno até que cure. E que cure como for possível. Que o amor vivido seja sempre honrado. Que a história construída seja pra sempre sagrada.
E quem já amou e desamou sabe o quanto dois corações nem sempre são poesia. O quanto o aprendizado pode custar. O quanto uma separação pode destruir. O quanto a não-cura pode doer. Uma dor sem nome, mas insistentemente presente. Uma dor que vira raiva, que vira gana. Que vira tristeza impregnada. Apenas porque as almas ainda não se deixaram curar.
Meu desejo é para que eu e você consigamos nos lembrar, dia após dia, de que o amor que está posto agora, assim como todos os amores vividos, estão a serviço, sobretudo, de nos curar. Que a gente simplesmente esteja presente. Que a gente permita. Se permita. Porque é somente de amor em amor que todo o Universo poderá transcender!
