Você resolve o problema amoroso dos outros, mas não consegue resolver o seu?
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 08/04/2020 11:35:28
No meu romance terapêutico OUTONO NA GRÉCIA, a Bárbara - personagem principal - tinha medo de passar a vida toda sem conseguir encontrar as respostas para suas dores e, principalmente, sem conseguir viver um amor de verdade, que valesse a pena!
Para tornar essa busca mais fácil e com mais aprendizado, começou um processo de autoconhecimento baseado na mitologia grega, com uma terapeuta junguiana. E nesse trecho do livro, ela se identifica com Quíron, um deus mitológico que também buscava desesperadamente sua própria cura!
"Outono na Grécia vai arrebatar você e conduzi-la a um delicioso mundo de sensações e descobertas!"
"(...)
Bárbara sabia que lhe restava, portanto, continuar buscando sua própria evolução, exatamente como Quíron havia feito.
Enquanto encontrava a melhor sintonia entre seus passos e sua respiração, ela se recontava o mito e se sentia dolorosamente mobilizada. Quíron era um centauro, metade homem, metade cavalo. Rei dos centauros, considerado o mais sábio entre esses animais que, em geral, eram violentos e cruéis. Na mitologia grega, era tido como a ponte entre o divino e o humano, entre o instinto e a intuição, entre a busca e o encontro de cada um.
Filho de Cronos, Quíron era imortal como todos os deuses, mas foi ferido acidentalmente por uma flecha envenenada que atingiu a sua coxa. E apesar de toda sua sabedoria, não conseguia curar a própria ferida. Adentrou a floresta a fim de encontrar alguma planta que pudesse aliviar sua dor e essa busca o levou a descobrir a cura para muitos males. Assim, tornou-se o maior curador do Olimpo, aliviando o sofrimento de todos que o procuravam, embora sem nunca descobrir como curar a si mesmo. Até que, por não mais suportar, decidiu se tornar um mortal e ao menos viver com a certeza de que, um dia, sua dor teria fim.
Bárbara era do signo de Sagitário, que também é representado por um centauro. E mesmo sabendo bem pouco sobre astrologia, gostava da combinação metade humana, metade animal. Fantasiava que dentro dela existia uma mulher que poderia ser selvagem e descobrir como viver entre a razão e o instinto. Mas agora mais do que nunca se questionava qual era o aprendizado que poderia tirar daquele mito, na prática, com atitudes? Como poderia encontrar um fim para suas angústias que, por vezes, eram tão dilacerantes? Queria apenas ser feliz, amar, se sentir amada. Queria ao menos diminuir aquela sensação de vazio, frustração e fracasso que lhe invadia nos últimos tempos.
Aliás, questionava-se se todos esses sentimentos sufocantes eram consequências somente das feridas abertas durante seu relacionamento com Pedro e do fim tão dramático de seu casamento. Algo dentro dela lhe assegurava que não! E talvez fosse esse o mito de Quíron dentro dela. Essa busca pelo fim do conflito e da incoerência, pelo fim da dor na alma fazia parte da sua história há muito mais tempo do que ela gostaria de admitir.
Lembrou-se subitamente do que havia acontecido no começo de sua vida adulta e sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo. Não precisava de mais essa lembrança nesse momento. Definitivamente, não precisava. Já se sentia dolorida e culpada o suficiente.
(...)"
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