A importância da LUA em nossas vidas: Lilith - A Lua Negra
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 20/08/2004 12:36:39
No início das eras existia a Grande Deusa, e a Deusa era a própria Terra, Geia, e a Terra era a Deusa. As origens do culto à Grande Deusa são encontradas na penumbra do tempo pré-histórico. A Deusa governou por milhares e milhares de anos, anos em que a Terra vivia os ciclos lunares perfeitamente em harmonia com a vida orgânica da Mãe. Ao longo do tempo a Grande Mãe foi sendo arrasada e relegada à escuridão, e iniciou o triunfo do mais patriarcal dos arquétipos, aquele do Grande Deus Pai, Allah, IHVH, que foi completamente adotado com o crescimento do judaísmo, do cristianismo e da religião muçulmana. Foi somente na forma atenuada de Maria, Mãe de Deus, que alguns aspectos da Grande Deusa foram deixados subsistir. Várias Madonnas antigas ainda são resquícios do culto à Grande Deusa.
A figura de Lilith – A Lua Negra – representa um dos aspectos da Grande Deusa. Na antiga Babilônia ela era reverenciada como Lilitu, Ischar ou Lamschtu. A mitologia judia já a colocou nos reinos mais obscuros dos demônios da noite, reino de Satã, capaz de subjugar os homens e matar crianças. O cristianismo fez dela uma prostituta por causa do medo que ela despertava nos homens.
Representação de Lilith da época dos Sumérios: Terracotta. Aproximadamente 1950 Antes de Cristo. |
A Lilith astronômica.
A Lua viaja ao longo de uma elíptica em volta da Terra. Uma elipse tem dois pontos focais e o outro ponto focal não ocupado pela Terra tem sido chamado de Lua Negra, ou Lilith. Essa é uma definição bastante simplificada pois, na realidade, a Lua e o Sol se movem, ambos, ao redor de seu centro de gravidade comum, e o caminho da Lua não possui uma elipse precisa mas um caminho bastante oscilante. Precisamos distinguir entre o ponto médio orbital da Lua, que possui uma elipse ligeiramente alongada, e a órbita real, que vacila em torno do caminho médio, devido a várias interferências. Assim como existe um Nó Lunar “médio” e um “verdadeiro”. Escrevi “verdadeiro” entre aspas porque o Nó lunar é “verdadeiro” somente duas vezes por mês, quando a Lua está realmente nele, no restante do tempo ele é tão “não verdadeiro” quando o Nó médio. De fato, quando trabalhamos com um ponto tão próximo à Terra, podemos somente tomar em consideração um grande eixo paralelo, ou seja, considerar, do ponto de vista da Terra, por onde estamos realmente olhando para um determinado ponto no espaço. Nesse caso a astrologia observa os planetas de forma geocêntrica, ou seja, tendo o centro da Terra como ponto de partida, e não topocentricamente, ou seja, do ponto preciso do observador.
A Lua Negra tem sido definida como o afélio da órbita lunar, ou o ponto em que a órbita é mais longe da Terra. Ambos esses pontos, o afélio e o segundo ponto focal se encontram ao longo do grande eixo da elipse orbital, a linha das apsides. Vistos da terra, esses pontos estão na mesma direção e portanto ocupam o mesmo lugar no Zodíaco. O segundo ponto focal se encontra numa distância de somente 36.000 km aproximadamente da Terra, e o afélio a aproximadamente 400.000 km. À parte isso, as duas definições podem ser vistas como equivalentes: como a órbita da Lua translada continuamente no espaço, a Lua Negra se move ao longo do zodíaco aproximadamente 40º por ano. Uma revolução completa leva 8 anos e 10 meses.
Lilith na Carta Astral
O símbolo usado para Lilith é uma Lua Negra, em oposição à Lua real que é desenhada como cheia. Lilith é encontrada nas Cartas Astrais e desenhada de acordo com a tábua das posições planetárias ou Ephemeris.
INTERPRETANTO LILITH
Muitos livros de astrologia oferecem explicações sobre Lilith. Em astrologia sua influência não deve ser negligenciada. A Lua Negra descreve nosso relacionamento com o absoluto, como nos oferecemos em sacrifício para um desenho superior e de que forma abrimos mão de nosso controle para servir ao TODO. Na mulher ela pode expressar o poder da Grande Deusa que reside em todos os seres do gênero feminino, capaz de gerar a vida.
No trânsito, a Lua Negra indica alguns dos complexos de frustração e castração, freqüentemente na área do desejo, uma falta de poder da psique e uma espécie de inibição generalizada.
Por outro lado, seu lugar no nosso mapa pode mostrar onde nos questionamos mais, onde questionamos nossa existência e nossas vidas, nossas crenças e nossas filosofias. Considero importante sua ação já que ela nos dá a oportunidade de “abrir mão” de algo, de deixar de exercer o controle deixando a vida fluir através de nós, sem levantar muros para proteger nosso EGO. Ao mesmo tempo em que nos questiona, Lilith não indica passividade, pelo contrário, mas simboliza um firme propósito de estarmos abertos e confiantes, de deixar o TODO fluir através de nós, confiando inteiramente nas grandes leis que regem o universo e às quais não podemos nos subtrair.
Lilith nos prepara para abrir nosso entendimento para aquilo que é inevitável, como o nascimento de um novo ser, por exemplo, uma criação que vem através de nós mas não por nossa ação direta. Quando a vida abre caminho no ventre de uma mulher, o universo conspira para que essa vida flua através dela e não por causa dela. Daí a importância da locação de Lilith se desejarmos compreender, por exemplo, porque certas mulheres tem mais dificuldade que outras para engravidar. A confiança no desígnio superior do TODO é muito importante para deixar que a vida flua através de nossas entranhas, de nosso ventre fértil. Nada de controle, nada de vontade própria para interferir no plano divino.
Vamos analisar onde se encontra Lilith em nossa Carta Astral e verificar de que forma usamos sua grande e sábia energia.
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