Ano Novo Solar, Páscoa, Pessach, o que têm em comum?
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 08/04/2020 11:35:24
No dia 20 de março, o Sol ingressou no signo de Áries às 13:15h (Hora Oficial do Brasil) iniciando o Outono no Hemisfério Sul e a Primavera no Hemisfério Norte. A Páscoa cristã acontece no domingo da primeira Lua Cheia após esse ingresso, ou seja no dia 1°de Abril e os festejos de Pessach a partir da noite do dia 30/03 e até sábado dia 07 de abril.
Seriam coincidências? Não! Ambas as festas têm a mesma origem pagã, ou seja, marcam de alguma forma o início da primavera no hemisfério norte, o despertar da natureza, o início de um novo ciclo de cura para a mãe Terra. As religiões antigas, que incorporavam os festejos pagãos muito conectados com os ciclos das estações, simplesmente encontraram uma forma de incorporar o aspecto religioso nas cerimônias pagãs já existentes. Basta lembrar dos menirs de Stonehenge (Inglaterra) para verificar esse fenômeno!
O Ano Novo Judaico, como qualquer outra data religiosa judaica, não muda a cada ano como o fazem as datas da religião cristã que precisam se ajustar ao calendário Gregoriano. O Calendário Judaico é baseado em três fenômenos astronômicos: a rotação da Terra sobre seu próprio eixo (um dia ou seja, 24 horas), a revolução da Lua em torno da Terra (um mês, ou seja 29 dias e meio) e a revolução da Terra em torno do Sol (um Ano, ou seja 365 dias e um quarto). Esses três fenômenos são independentes um do outro, e por essa razão não existe uma correlação direta entre eles. O calendário judaico coordena todos esses três fenômenos astronômicos. Os meses são de 29 ou 30 dias, correspondendo aos 29 dias e meio do ciclo lunar. Os anos são de 12 ou 13 meses, correspondendo ao ciclo solar de 12,4 meses. O mês lunar inicia quando a primeira fatia de Lua se torna visível após o pôr do Sol, ou seja no inicio do movimento crescente da Lua, após a Lua Nova. O ano lunar perde aproximadamente 11 dias a cada ano e portanto, um mês lunar a mais é acrescentado a cada 19 anos. O ano de 13 meses é chamado de ano "grávido" e normalmente é considerado um ano de sorte. O primeiro mês do calendário judaico ocorre na Primavera (do hemisfério norte), ou seja no mês de março/abril quando acontece Pessach. Essa festa também lembra a chegada dos judeus à terra prometida após a longa travessia do deserto onde passaram fome e sede e é portanto uma festa que festeja a vida. Os católicos ou cristão costumam festejar o inicio do Ano Novo Solar com a simbologia do ovo.
Bem, após essas explicações que são complicadas, mas úteis para demonstrar de que forma as religiões procuram não se afastar da sincronicidade astronômica, podemos começar a nos sintonizar com os fluidos astrais desta semana. Eu citei as duas principais religiões ocidentais, mas as orientais também se ajustam a calendários astronômicos, às vezes solares, outras vezes, lunares, e outras vezes combinando os dois.
Lembremos que Jesus foi festejar a Páscoa em Jerusalém como bom judeu que era, pois se sentia em comunhão com Deus Pai e queria participar dos festejos religiosos na sinagoga. Dar Graças ao Pai pela fertilidade da Terra que nos dá o alimento é uma obrigação que devemos manter, para podermos desfrutar desta sincronicidade e fazermos, também nós, o plantio de nossas sementes para o novo ano. Mesmo que em nosso hemisfério as energias estejam agora diminuindo, vivemos num país tropical e não sentimos com tanta intensidade a mudança das estações do ano. Nossos invernos não são rigorosos e a chegada da primavera é pouco sentida pela natureza, acostumada a dar frutos o ano inteiro. Consequentemente, o início do outono não nos induz ao recolhimento. Porém, o Sol está no fogoso signo de Áries, que dá início ao Zodíaco astrológico e com a conexão arquetípica que acontece na Terra inteira e pode ser útil para darmos início a algo novo. Ano Novo, Vida Nova!
A astrologia surgiu no hemisfério norte e é baseada em arquétipos, e esses são imutáveis. Portanto, o conhecimento astrológico serve de instrumento para que entremos em sintonia com o universo em qualquer momento. O 'rigoroso inverno' é lembrado no jejum da quaresma quase esquecido hoje em dia. O povo judeu ainda guarda a lembrança do sofrimento da travessia do deserto com alguns alimentos típicos, alguns amargos outros salgados, para lembrar o sofrimento ocasionado pelas privações do deserto. Os ciclos de privações e farturas são naturais e não devem nos assustar. Eles são claramente explicados na V Lei Hermética, a Lei do Ritmo (vejam no site na seção de Cabala ou As 7 Leis da Sabedoria). Essas Leis Universais se bem compreendidas, podem nos fazer crescer espiritualmente e nortear nossas escolhas materiais. Agora é o momento de plantar, e se soubermos aproveitar essa sintonia teremos uma melhor colheita!
Porém, de nada adiantaria toda essa sabedoria se a usarmos de forma egoísta. Vamos, então, pensar em semear algo de bom essa semana? Que tal semear boas palavras? Que tal fazermos um elogio sincero a alguém? Palavras são como sementes e também podem gerar frutos suculentos. Com a idade e as experiências da vida aprendi que uma palavra de elogio sincero pode fazer milagres em alguém que está deprimido ou preocupado ou doente. Sei que muitas vezes pensamos em algo bom para dizer e não ousamos dizê-lo. As palavras até podem chegar à sua boca, mas de alguma forma elas ficam bloqueadas por algum tipo de pudor inconsciente. E sabem por quê? Por que todos nós tememos o julgamento e acreditamos que, se fizermos um elogio a outra pessoa irá pensar que estamos 'jogando confete' somente para tirar proveito. A que ponto chegamos! Não ousamos abrir nosso coração! Eu recebo muitos emails que elogiam meus artigos e sempre agradeço de coração. O agradecimento é como um compartilhar de pão, pois satisfaz a ambos. O elogio funciona da mesma forma: é um alimento para a alma e satisfaz às duas partes.
Vamos, então, pensar em fazer pelo menos um elogio por dia durante esta semana da Páscoa? Sei que as palavras virão facilmente, mas elas precisam ser sinceras para fazer efeito. A sinceridade é a água que rega a semente. O esforço que fizermos para sermos sinceros será como um adubo para as sementes/palavras. Se todos os dias agradarmos alguém com um elogio, chegaremos ao domingo com o coração tão preenchido de alegria que nem precisaremos tanto assim dos ovos de chocolate para adoçarmos o nosso dia. O chocolate será um símbolo a mais para a sintonia com o campo astral. Poucas palavras sinceras farão milagres!
Uma Feliz Páscoa a todos!
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São Paulo, 20 de Março de 2018