Astro medicina: A sexualidade
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 21/07/2000 14:41:57
"Tudo é Duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados" (O Caibalion)
Este princípio encerra uma simples verdade que encontramos em toda a natureza manifestada. Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos e que os opostos são simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença numa variação de graus. Ele funciona, tanto no plano físico (na manifestação de Calor e Frio, por exemplo) e no plano mental (na manifestação de Amor e Ódio por exemplo).
É na sexualidade que as pessoas enfrentam de forma mais direta o tema da polaridade. Cada um percebe a sua própria imperfeição e procura no outro aquilo que lhe falta. O ser se une fisicamente com o próprio polo oposto e na união ele experimenta um novo estado de consciência, naquilo que chamamos de orgasmo.
Esta felicidade experimentada com a união nos revela uma coisa importante: ao unirmos as duas polaridades de forma a torná-las uma única coisa, expandimos a sensação de felicidade. Portanto a felicidade é uma conseqüência da "unidade".
Mas como podemos permanecer nesta sensação de unidade?
Se nós buscarmos esta união somente no plano físico (na sexualidade) a sensação de felicidade irá perdurar somente o tempo que perdura o orgasmo, já que o plano físico submete-se às Leis do Tempo. No entanto, se conseguirmos estabelecer a união dos contrários também na nossa consciência, então teremos conseguido a união num plano onde não existe tempo, e conseguiremos assim uma felicidade completa e duradoura.
Por esta razão, como astróloga, sei que nosso complemento ideal está sempre no signo oposto ao nosso. De fato, em Astrologia afirmamos que não existem doze signos, mas sim "seis signos e seus opostos", opostos estes que precisam ser reconciliados. Mas esta é uma tarefa bem difícil, não é? De fato, é muito mais fácil nos juntarmos e associarmos com pessoas parecidas conosco que com pessoas diferentes! Por esta razão devemos procurar a união com os elementos opostos aos nossos: Terra e Água, Fogo e Ar.
No Oriente a sexualidade é tratada de forma muito diferente do que no Ocidente. Vemos isto muito claramente nas figuras representadas nos templos orientais e que são muitas vezes interpretadas como figuras pornográficas. Na realidade aquilo que para nós é visto de forma pornográfica não é nada mais que a representação da "união dos contrários" que leva à felicidade! As figuras representadas são as figuras divinas, do homem e da mulher primordiais, e não tem nenhuma conotação pornográfica.
No Ocidente, somos influenciados por nossa tradição cristã, que colocou o demônio no caminho da sexualidade, isto é, no caminho de busca da felicidade, dividindo para sempre o caminho espiritual e o sexo.
Nos vemos isso claramente na obrigação dos padres católicos ao celibato, e no fato das freiras "casarem" espiritualmente com o Cristo! Muitos outros grupos esotéricos ainda hoje observam esta oposição entre matéria e espírito, mas, fazendo isso, eles confundem a transmutação com a repressão!
No entanto, para efetuar esta transmutação deveríamos compreender profundamente o conceito hermético: "O que está em cima é como o que está embaixo e o que está embaixo é como o que está em cima". Ao unirmos aqui embaixo dois seres de forma complementar, unimos também em cima os dois seres espirituais.
Desta forma deduzimos que, a pessoa que tem problemas sexuais no plano físico não conseguirá a união dos opostos no plano espiritual. C.G. Jung (que usava a Astrologia como parte de seu conhecimento), compreendeu perfeitamente esta função da sexualidade e a função que ela tem no caminho da felicidade. De fato, a sexualidade é um dos temas de maior conflitos para o homem!
Distúrbios menstruais - TPM
A menstruação é a expressão da feminilidade, da fertilidade e da receptividade. A mulher vive neste ritmo lunar e deve submeter-se a ele com todas as limitações que ele representa. Esta submissão é o aspecto principal da feminilidade: a capacidade da mulher de doar a si própria.
Ao falarmos dos "dois pólos" falamos do Yin e do Yang, do masculino e do feminino. "O homem é criativo e a mulher é receptiva", esta é a Lei da Natureza. Não podemos escapar dela. Considerando os símbolos arquetípicos da feminilidade, como a Lua e a Água, notamos que as duas renunciam ao brilho próprio, para refletir o brilho dos pólos opostos: o Sol e o Fogo.
Portanto, a receptividade é a qualidade central da mulher: é a base de todas as outras capacidades de se abrir, de receber, de acolher, e de esconder. A Água se adapta a qualquer recipiente, recebe e acolhe, esconde nas suas profundezas húmidas, sem fazer nenhum esforço pois esta é a sua natureza.
Quando falamos de polaridades não devemos emitir nenhum tipo de julgamento preconceituoso: o positivo não é melhor do que o negativo, já que este não existiria sem aquele. Portanto, a Água não irá se sentir inferior por não ter as qualidades do Fogo. Cada um possui suas qualidades e não deve 'invejar' as qualidades do outro!
É por causa destas diferenças de polaridade que existe "a vida"! Assim, a mulher não deve se sentir inferior por causa da sua própria natureza feminina!!! A receptividade e a capacidade de aceitar é algo muito difícil para o homem, já que elapede a renúncia de sua própria vontade, de seu próprio egocentrismo. Para viver a feminilidade, a mulher precisa 'nos abrir" e dar uma parte de si mesma. Ela doa de fato uma parte de si própria todos os meses, através da menstruação, e doa ainda mais de si ao aceitar uma gravidez e ao dar a luz um filho!
Quando a mulher "emancipada e feminista" não aceita esta regra imposta pela natureza, começa a manifestar os distúrbios e as dores menstruais aparecem, assim como a esterilidade e a frigidez.
Culpada disso é sem dúvida nossa sociedade 'moderna', que se afasta cada vez mais da sabedoria tradicional. A mulher moderna aceita uma feminilidade falsa, estética, onde ela vive a sua feminilidade sem aceitar as regras que lhe são inerentes.
Quem manifesta de forma dolorosa a sua feminilidade, sofre de TPM, de dores menstruais, etc. Quem sabe entregar-se ao outro, entregar-se ao orgasmo, sabe fazê-lo também com a sua menstruação, e terá menos problemas neste campo. De fato, o orgasmo é como "uma pequena morte", como o é o sono, e como o é a menstruação, já que este é um pequeno processo de morte que se manifesta quando o óvulo ao morrer, se dissolve no sangue mensal. Porém, a morte expõe o simbolísmo de libertação do Eu e de suas manipulações, para deixarmos que as coisas "sigam o seu curso".
O orgasmo é uma "pequena morte" porque pede a morte do Eu na fusão com o Outro. Ao permanecermos ligados ao nosso Eu não conseguimos nos entregar ao orgasmo. Abrindo mão do poder e do controle sobre o outro, nos deixamos a natureza seguir o seu curso.
Podemos observar que outro distúrbio ligado à negação da feminilidade é a anorexia, que é normalmente seguida pela amenorrea secundária, ou suspensão da menstruação. As mulheres anorèxicas tem medo de sua própria feminilidade, da fertilidade e da maternidade, cujo símbolo é a menstruação. Portanto o medo suprime a menstruação. Aliás, em outras situações de medo, como em catástrofes, nas prisões, nos campos de concentração, em grandes momentos de dor ou desespero muitas vezes as mulheres sofrem de uma amenorrea secundária, já que nestes casos ela não consegue se doar, ou ser receptiva.
Do mesmo modo, a negação à feminilidade leva a frigidez. Na realidade não existem mulheres frígidas, existem mulheres que não conseguem lidar corretamente com sua própria feminilidade, com seu papel receptivo, imposto pela mãe natureza. Isto pode ser visto quando em seu Mapa Natal o Astrólogo percebe uma predominância do elemento masculino ou do elemento controlador e de poder. A falta de equilíbrio entre os dois pólos pode levar a mulher à frigidez, ou mesmo à inversão de papeis.
Esta inversão de papeis, ou inversão de pólos, pode acontecer também com os homens, que desta forma não conseguem se identificar com o papel masculino imposto pela natureza e buscam o modelo feminino. Este desequilíbrio também pode ser detectado no Mapa Natal da pessoa, e o Astrólogo consciente de seu papel, poderá então indicar um terapeuta e uma boa terapia floral para restabelecer o equilíbrio de Yin e Yang.
Continuaremos nossas reflexões sobre a sexualidade no artigo sobre 'A Gravidez'.
Para saber mais sobre a sua saúde, veja "Mais Dicas".
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