Astro medicina: As orelhas e o ouvido

"Nada está parado, tudo se move, tudo vibra. Aquele que compreende o Princípio de Vibração alcançou o cetro do Poder". O CAIBALION

Este princípio hermético é necessário para que nós compreendamos como funcionam nossos órgãos dos sentidos. Através deles nós experimentamos sensações que nos transmitem uma realidade que é somente nossa e que na realidade não existe, pelo menos não da maneira que nós a sentimos. A sensação é uma experiência subjetiva.

Neste artigo falaremos de nossas orelhas, ou seja de nosso sentido de audição.

Lembremos, antes de mais nada, algumas expressões utilizadas sobre esses órgãos: manter os ouvidos bem atentos, escutar alguém ou alguma coisa, prestar atenção em alguém ou em alguma coisa, etc. Todas estas expressões nos mostram que existe, de nossa parte, uma atitude de ‘escutar’, ou mesmo de ‘ouvir’, que é passiva, e obediente. O som acontece e nós o escutamos. Ao lembramos o que falávamos em relação aos olhos, aqui também temos uma percepção subjetiva, inteiramente única, e que depende inteiramente de nós mesmos. De fato, se não queremos escutar, podemos sempre ‘fechar os ouvidos’, ou mesmo ‘nos fazer de surdos’, não é? Portanto, o ato de escutar implica de nossa parte num ato de obediência e de submissão. No entanto há sempre uma vontade implícita no ato de escutar, já que escutamos de forma ‘seletiva’. Escutamos o que queremos escutar.

Os planetas envolvidos com os nossos ouvidos são o Sol, em mau aspecto com o planeta Saturno ou mesmo com os planetas: Mercúrio, Marte e Urano, Netuno. O Planeta Saturno provoca, ao longo da vida, uma surdez progressiva (como àquela de Beethoven), pelo endurecimento dos ossículos do ouvido médio e mesmo da membrana do tímpano. É uma doença característica da velhice (que é simbolizada, em astrologia, por Saturno) cujas doenças são crônicas.

Saturno provoca as doenças crônicas e também a paralisia e a surdez, assim como as doenças que atrofiam os membros, as doenças dos ossos e da espinha dorsal, da pele, da cartilagem. Marte provoca os acidentes em geral, portanto também os acidentes relativos aos ouvidos, especialmente se causados por inflamações, febres, ferimentos, etc. (Marte é regente de Áries que rege a cabeça). Urano provoca as doenças espasmódicas e pode causar zumbido no ouvido (ou mesmo labirintite se estiver envolvido com Netuno), as doenças provocadas por choques e as crises agudas. Netuno provoca as desordens de causa psíquica (no bom sentido pode provocar clauriaudiência e de forma nociva provoca mesmo aquele tipo de loucura onde a pessoa ‘ouve vozes’) e as doenças causadas por excessos de líquido e de secreção nos ouvidos. Os signos mais propensos à surdez são os signos fixos: Touro, Leão, Escorpião e Aquário e também o signo de Capricórnio, por ter como regente o planeta Saturno.

Uma coisa que devemos observar é que os problemas de audição são detectados à princípio quando a criança vai para escola, isto porque neste momento ela precisa aprender ‘a obedecer’. De fato muitas vezes perguntamos a uma criança que não obedece: "Você ouviu bem o que eu disse?". Quem não ouve bem não quer obedecer. Desta forma a pessoa se fecha em si mesma de forma obstinada, e não dá ouvidos aos outros. Falta-lhe modéstia e existe uma resistência física que não quer "deixar passar o som".

A maioria das pessoas mais velhas tem problema de audição. Da mesma forma que ‘a vista cansada’, esta é uma manifestação da rigidez muscular e da dificuldade de movimento, típicos da velhice, que são expressões da tendência que as pessoas mais velhas tem de se tornar inflexíveis em suas opiniões. Além disso, eles estão cada vez menos dispostos a obedecer, da mesma forma que as crianças! Esta evolução, típica da idade senil, não é obrigatória. De fato, a pessoa mais flexível e mais adaptável, terá menos problemas de ouvido, e menos problemas de saúde em geral. Com a idade, os defeitos comportamentais pré-existentes são salientados e acabam aparecendo de forma ‘integral’, sem disfarce, manifestando-se em doenças.

As vezes pode acontecer de termos uma perda improvisa da audição, normalmente unilateral, que poderá ou não afetar também o outro ouvido. Neste caso a doença circunstancial deverá ser examinada com cuidado, pois ela é somente a catalizadora de um problema já existente. Somente quem, em seu interior, é surdo há muito tempo, se torna surdo ‘de verdade’ em algum momento de sua vida!

As causas externas são simplesmente os meios que buscamos (ou que o Cosmo tem) para fazer aparecer no corpo físico um sintoma que existe em nós e ao qual não damos atenção. Este sintoma serve de ‘campainha de alarme’ para que sejamos obrigados a prestar atenção.

As causas da rigidez são muitas, as causas de nossa obstinação são muitas, as causas de nossa falta de humildade são muitas. Mas dentro de nós existe a capacidade de modificar este quadro.

Devemos então nós perguntar:

Porque não estou disponível para ouvir?
O que eu não quero realmente escutar?
A quem eu não quero obedecer?
A que coisa eu não quero me submeter?
Será que os dois pólos, do egocentrismo e da modéstia estão em equilíbrio em mim?