Coincidência ou Sincronicidade?
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 13/03/2008 17:22:00
No dia 2 de abril de 2005 o mundo perdeu um grande homem, João Paulo II. Não posso deixar de observar uma grande coincidência astral: o eclipse solar do próximo dia 8 de abril vai coincidir com o dia dos funerais do Papa em 2005. Mas será mesmo coincidência? Não, para nós, estudiosos de ocultimso, é a chamada sincronicidade, mas não sei compreendemos plenamente o significado desta palavra. Os acontecimentos são sincrônicos porque acontecem ao mesmo tempo e são conectados entre si, mesmo se isso não aparece à primeira vista, à luz da razão.
Na última palestra que assisti do Dr. Gerald Epstein (médico psicanalista americano e exímio cabalista) lembro-me de um exemplo dado por ele. O Dr. Epstein perguntou aos presentes: “Se vocês virem passar um gato agora na frente de sua casa, e logo depois virem um cachorro correndo na mesma direção, vocês irão pensar imediatamente que o cachorro está correndo atrás do gato, não é mesmo”? Os presentes responderam que sim, esta seria uma conexão lógica feita pela mente de todos, já que todos sabemos que os cachorros correm atrás dos gatos (assim como os gatos correm atrás dos ratos!). Essas deduções são fruto do aprendizado, ou seja do raciocínio lógico, apreendido. Bem, e então o Dr. Epstein continuou: “Mas se vocês virem o gato correr na frente de sua casa pela manhã e virem o cachorro correndo somente à tardinha ou à noite, vocês fariam o mesmo raciocínio”? Os presentes sacudiram a cabeça em sinal negativo. “Então, todos vocês estarão pensando errado. Porque não seria possível que o cachorro tivesse passado o dia todo procurando aquele gato? Nossa mente lógica nos engana pois ela é comandada por nosso EGO (assim ensina a Cabala), mas os acontecimentos do mundo não respondem a este tipo de raciocínio lógico. Nem sempre. Ou quase nunca. Eles são comandados por uma Lei maior muitas vezes não compreendida mas sempre atuante em todos os acontecimentos. Uma das leis de Deus, tão bem explicadas por Hermes Trismegisto. E é por esta razão que compreendemos muito mal os sinais do céu, porque raciocinamos com nossa mente lógica e perdemos o contato com o Eu interior.
Dizem os astrólogos que os Reis Magos seriam grandes estudiosos de ciências ocultas e que estudando os astros teriam compreendido que uma grande conjunção astrológica - que aconteceu cinco anos antes da data considerada pela Igreja como sendo do nascimento do Cristo - estaria indicando o nascimento do Messias. O lugar onde esta conjunção (que incluía Júpiter, o Sol e outros planetas) se daria de forma exata (astrocartografia) indicaria o local exato do nascimento. E assim, eles iniciaram sua marcha rumo à cidade de Belém. E encontraram o Cristo. Bem, é isto que podemos chamar sincronicidade.
E então, alguns de vocês que lêem e leram minhas previsões anuais (publicadas no site) poderiam me perguntar porque não havia menção à morte do Papa. Quando um astrólogo se debruça sobre os mapas celestes muitos são os fatores a serem levados em consideração quando da análise dos aspectos e interaspectos planetários. Muitos os fatores. Alguns chamam mais atenção do que outros. A passagem de Plutão pelo signo de Sagitário marcou - entre outras coisas - as transformações profundas ocorridas na Igreja Católica e em outras religiões, já que o signo de Sagitário é tido como o signo das Igrejas e das Filosofias Religiosas de maneira geral. E marca também os acontecimentos do Oriente Médio onde o fanatismo religioso causa tanta morte e destruição. O Papa foi artífice de profundas transformações no seio da Igreja, abrindo o diálogo com as outras religiões monoteístas do mundo. E João Paulo II foi um Papa peregrino, que visitou muitos países do mundo para ter um contato direto com todos os povos, etnias e religiões. O Ciclo entre Plutão e Júpiter estava em bom aspecto entre janeiro e fevereiro e, portanto, não despertou em min nenhuma atenção especial no sentido negativo e por esta razão não pensei em “morte’, mas numa demonstração de fé em grandes proporções. A morte do Papa II comove, mas não entristece, pois aqueles que tem fé sabem que não existe morte, mas transmutação.
Por outro lado, entre janeiro e abril, um outro aspecto entre Júpiter e Netuno (este regente de Peixes, planeta da fé) indicava uma atenção especial nos assuntos ligados à fé e religiosidade e ele poderia ser razão de movimentos religiosos de grandes proporções. E demonstrações de fé não faltaram nestas últimas semanas desde a semana anterior à celebração da Páscoa.
Em 20 de março com o ingresso do Sol em Áries, o Astro Rei fez uma conjunção com Vênus, portanto um bom aspecto, e ao mesmo tempo uma quadratura com Plutão, que fazia pensar que um acontecimento de grandes proporções salientaria alguma pessoa importante na política internacional. E o Papa tem e teve sempre uma enorme influência política, mesmo que indiretamente. Em seguida aconteceu a oposição do Sol e de Vênus com Júpiter. Esta conjunção estava quase exata no dia 02. E o Eclipse do dia 8 de Abril, quando a Lua foi se juntar ao Sol, completou o quadro astral. Um quadro astral que nos faz refletir sobre a vida e a morte, sobre a nossa missão na terra, e sobre muito mais.
Júpiter, como dissemos, rege Sagitário que tem analogia com a religiosidade, a igreja e as filosofias em geral (entre outras coisas) O alto clero da Igreja é regido por este planeta. O Sol é indicador de dirigentes, reis (não é por acaso que o príncipe Charles estaria se casando neste mesmo dia com sua amada Camila?) e chefes, pais. Etc.. Este poderia ser um acontecimento maravilhoso, e maravilhoso o é realmente se o olharmos com os olhos da Fé. Um grande homem, que deixará um legado imenso para a humanidade, por seu exemplo de retidão, tenacidade, amor e fraternidade, voltou para a Casa do Pai. Este é um acontecimento de fé e quem tem fé sabe que estamos nesta encarnação somente de passagem, que nosso espírito evolui e aprende em cada encarnação e que nossa morada final será ao lado do Pai. Se nós fazemos direito nosso papel nesta terra, teremos certamente uma recompensa no final. As encarnações se sucedem assim como etapas de aperfeiçoamento do nosso espírito. E cada encarnação nos proporciona provas para serem superadas. Grandes foram as provas que o homem Carol Woityla precisou superar. Pesado o fardo. E eu creio, com todo meu coração que o Papa João Paulo II estará para sempre sentado ao lado do Pai tendo talvez terminado sua cadeia de reencarnações. Ao mesmo tempo que o Papa agonizava em Roma, comovendo os católicos do mundo inteiro, Terry Schiavo agonizava nos EUA e comovia os cidadãos americanos, divididos a favor e contra a eutanásia. Questões de vida e morte. Coincidência? Não, sincronicidade. E aqui no Brasil, um fato horrível como a chacina de trinta pessoas na baixada fluminense quase passa despercebida pela mídia que “fatura” sobre a morte do Papa. Lembremos que durante a visita ao Brasil em 1980, o Papa, na Favela do Vidigal, no Rio, falou sobre o crescimento da violência nas grandes cidades e afirmou: “Um país que mata seus jovens não pode ser chamado de país”. Entre os trinta mortos na chacina da baixada, nove tinham entre treze e dezessete anos.
Então, vamos também nós, em nossa vida diária, ficar atentos às sincronicidades. Prestar atenção àquelas pequenas seqüências de acontecimentos que podem nos preparar para um grande momento de reflexão na nossa vida. A Cabala diz que um acontecimento maior sempre vem acompanhado de alguns acontecimentos menores do mesmo tipo e gênero, que devem servir de aviso. São essas sincronicidades que nos preparam para os acontecimentos e nos fazem ir além em nossas interpretações lógicas. Então, ouvir a voz interior - a chamada intuição - seria então a solução ideal para podermos aprender e evoluir com os Sinais do Céu. O Céu é um livro aberto escrito pelo Criador para nos ajudar a compreender seus desígnios.
Mais uma palavra sobre religiosidade: religiosidade não quer dizer fanatismo, não quer dizer ‘O meu Deus é o certo e o seu está errado’, não quer dizer que ‘se você não pensa como eu está contra mim’. Isto não é religiosidade, esta palavra abrange um sentido maior. Não fazer algo porque você tem medo (do pecado ou do inferno) ou porque é permitido ou não por sua religião, isto não é ter religiosidade. É um condicionamento reativo a um certo tipo de religiosidade: aquele que é comandado por grupos que subjugam os mais fracos e influenciáveis dentre nós. Ninguém precisa ditar regras para amar Deus. Escute sempre seu coração, sua voz interior, ela é a sua ligação direta com Deus. Este é o truque que nenhuma religião ensina.
Fiquem com Deus e uma boa semana para todos.