De que jeito você ama?
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 20/06/2007 19:16:56
Não sou perita em amor e por essa razão, ao abordar esse tema, procuro fazê-lo seja com reflexões pessoais, seja buscando o conhecimento que a vida e a experiência de astróloga me ensinaram. Amamos de várias maneiras, e, como diz a canção “Todo tipo de amor vale a pena”! Mas será que aquelas frustrações tão recorrentes em nossa vida poderiam ser evitadas se realmente compreendêssemos que não existe uma receita de amar e que cada um de nós pode e deve amar do seu próprio jeito?
No domingo passado, da janela do Club Homs na Avenida Paulista, onde eu participava de um ensaio para uma apresentação de dança que aconteceria à noite, eu assistia à chegada de uma multidão de pessoas de todo tipo que participariam da Parada do Orgulho Gay, ou melhor, da Parada contra a homofobia, contra a discriminação, contra o preconceito, contra... ou a favor? Eu pensei que devemos fazer manifestações ‘a favor do amor’! Ame do seu jeito, ame como pode, mas ame, ame muito, pois somente assim a vida valerá a pena. E como hoje, dia em que escrevo, é comemorado o dia dos namorados, nada melhor do que falar em favor do amor.
Existem várias formas de expressar um sentimento, vários degraus, várias vibrações desde a mais densa até a mais sutil. Os gregos atribuíam a manifestação amorosa à ação de vários Deuses: Eros era conhecido por inspirar a Paixão, era o Deus do amor físico, da atração sexual, é o anjinho que com sua flecha golpeia nosso coração de forma inesperada e inexorável. Philia, no entanto, inspirava o amor do companheirismo, aquele amor que muitas vezes surge na infância e que nos torna ‘amigos para sempre’, que nos torna solidários, que nos faz chorar quando o amigo chora, e rir quando o amigo ri. Pragma inspirava o amor racional, de cabeça, ‘pensado’, pé no chão’, e tem como intuito nos levar a cuidar do ser amado. Ágape era o Deus que inspirava o companheirismo e o amor altruísta, aquele que nos une uns aos outros de forma incondicional, elevada e sem restrições. É a forma mais espiritual do amor. Uma outra expressão de amor é encontrada na palavra Ludus indicando um sentimento do amor divertido, superficial, brincalhão (usamos a palavra lúdico para expressar algo que nos diverte). Mesmo esses ‘deuses’, podem inspirar o amor em vários graus, em varias vibrações.
Podemos dizer que quem não caiu sob as flechas de Eros uma única vez na vida nunca amou de verdade? Bem, eu creio que quem nunca se apaixonou, quem nunca perdeu a cabeça por alguém, quem nunca ardeu à noite desejando os afagos da pessoa amada, pode ter perdido algo muito bom! Quando Eros nos faz arder de paixão, desejamos muito intensamente a união física com o ser amado e não pensamos em outra coisa. Se não existisse Eros talvez a humanidade se extinguiria, já que é ele que induz ao ato sexual que satisfaz o impulso erótico, e, conseqüentemente, à reprodução da espécie. Mas então, dirão vocês, e o amor entre duas pessoas do mesmo sexo, que não visa a reprodução da espécie, não é inspirado por Eros? Sim, creio que é o mesmo Eros que incita esse tipo de paixão que, por um capricho do acaso, acontece entre duas pessoas que não poderão procriar juntas. E existem vários níveis de paixão, que podem levar ao casamento, que sofrerá uma transformação com a chegada dos filhos. No entanto, a paixão que cega e que leva alguém a matar o outro que não quer se entregar, acontece num nível de vibração muito baixo, no nível inferior e denso que estimula somente nosso lado instintivo e animal. Para que exista esse impulso também, entra em jogo o planeta Marte, com sua vibração específica. A vibração mais intensa acontece somente em nível ‘lunar’ ou seja, para a astrologia cabalística, no lugar onde reside a vibração de Yesod, a Lua, que, em nosso corpo físico, corresponde aos nossos órgãos reprodutores.
Quando Pragma entra no jogo do amor, ele se torna mais sutil, vibrando acima, na altura do umbigo e do chacra esplênico onde residem os emoções e sentimentos similares àqueles que sentimentos por um filho ou por nossos pais, por exemplo. Esse amor pragmático deve entrar também no jogo de amor entre casais, para que se possa encontrar um equilíbrio entre o amor erótico e o amor sentimental e emocional. Passamos a cuidar do outro, não somente porque ele nos oferece prazer, mas porque sentimos prazer no impulso de cuidar, de aliviar a dor, de cativar, de proteger e de afagar. O carinho é uma expressão de Pragma.
Sutilizando ainda mais a vibração do amor, encontramos o sentimento da amizade que é muitas vezes muito forte e pode unir duas pessoas durante a vida toda, mesmo estando elas separadas. Os amigos de verdade ouvem, dão colo, ajudam, correm e socorrem sempre que necessário! Aceitam o outro com suas imperfeições mesmo se, de vez em quando, os amigos se aborrecem e expressam divergências. Philia nos indica que o amor não pode ser egoísta e visar somente o nosso próprio benefício.
O mais sutil de todos, o amor que vibra em nosso coração, é o amor ‘cristico’. É chamado assim porque é inspirado no próprio exemplo do Cristo e porque sua vibração tem como característica a doação de si mesmo, o sacrifício incondicional em beneficio do outro. Esse não é um amor comum e nem sempre é possível, mas podemos expressa-lo magnificamente se estivermos trilhando o caminho da espiritualidade. Eu diria que o amor que os colaboradores do STUM sentem quando escrevem seus artigos e respondem aos e-mails com a intenção de ajudar o próximo é um amor inspirado por Ágape. Em maçonaria é chamado de Ágape o banquete de confraternização que acontece entre os irmãos. Une os corações num único amor: o amor a Deus e suas criaturas, incondicionalmente! Creio que todos nós sentimos esses tipos de amor em algum momento da vida, ou pelo menos expressamos esse tipo de amor com várias pessoas, nos vários relacionamentos ao longo da vida. Amor por um parceiro, amor pelos pais ou pelos filhos, amor por um amigo, amor por um bichinho de estimação, amor pela natureza, amor, amor, amor.
Em astrologia o planeta associado ao amor é Vênus, Deusa Grega que, em suas várias expressões vibratórias pode ser confundida com todos os outros deuses descritos anteriormente. O princípio vibratório da Sefiroth de Netzah, que na Cabala tem analogia com Vênus, é aquele da atração, do magnetismo. Esse principio vibratório que tem o número 7 como expressão, torna a vida harmônica, prazerosa, bela e amorosa. Se a criação é um ato de Amor, podemos dizer que Deus cria através de Vênus. Vênus simboliza tudo o que de agradável e de belo existe em nosso planeta. Tudo o que é doce, agradável e que dá prazer é regido por esse planeta. No ser humano, a posição de Vênus nos signos e seus eventuais aspectos, indicará de que forma iremos expressar o amor, iremos em busca do prazer e da satisfação. Se somos passionais, se somos superficiais, se somos frívolos, se somos aventureiros quando buscamos parcerias, depende da posição desse planeta. Seus aspectos, favoráveis ou desfavoráveis com relação aos outros planetas, indicam as prováveis tensões e os obstáculos que precisaremos superar para conseguir esse prazer, essa satisfação em nossa expressão amorosa.
Vênus, segundo a astrologia, rege o sistema da sensualidade e da atração feminina, e, no nosso corpo físico, é responsável pelos ovários (juntamente com a Lua), o útero e pelos seios. Ele rege também o sentido do tato, a circulação venosa, a garganta, os cabelos, a boca e a pele do rosto.
Para melhor compreender como você expressa o amor e que tipo de prazer você busca, faça o teste interativo do Mapa Astral e veja onde se encontra o Símbolo de Vênus depois veja em que signo ele se encontra e leia a descrição na página Vênus nos signos.
São Paulo, 14 de junho de 2007