Diga que me ama
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 21/04/2006 12:45:58
Quantas vezes procuramos a aprovação das outras pessoas desta maneira? Insistindo para que elas nos digam que nos amam, que nos aprovam? Ao procurar a aprovação pelo que fazemos estamos de alguma maneira exercendo uma forma de idolatria. Sim, porque idolatria não é somente amar um bezerro de ouro como fizeram os judeus no deserto. Idolatria não tem sempre a ver com amar uma estátua, uma figura, um símbolo ou uma pessoa famosa. Existem outras formas de idolatria. Em nossa sociedade, os nossos maiores ídolos são certamente o dinheiro e o poder (não sei em que ordem), e depois temos os ídolos daí decorrentes: os objetos de desejo e as pessoas desejadas que são em sua maioria criações de bem sucedidas campanhas de marketing.
Sim, este tipo de idolatria é certamente condenável quando não é somente uma expressão do ‘querer bem’, do cuidar e do direito de amar e ser amados. Porque nós normalmente cuidamos daquilo que amamos visto que queremos conservá-lo, e isso é bem saudável a meu ver. Por outro lado, quando buscamos desesperadamente a aprovação para os nossos atos, para nosso comportamento, estamos também exercendo uma forma de idolatria. Quando buscamos a aprovação de alguém estamos sugando a energia do outro para preencher nossos buracos negros. Explico. Vocês conhecem essas palavras?
Depressão - Raiva - Dependência - Ciúme - Vício - Impaciência - Frustração.
O que essas coisas têm em comum? Elas são todas decorrentes de alguma forma de idolatria. A dependência criada pela busca da aprovação dos outros ou na satisfação gerada por um objeto de desejo, é uma forma de idolatria e é ela a causa de toda depressão, vício ou tristeza. Buscamos no outro o preenchimento de nosso vazio interior. Buscamos no outro o aplauso, o elogio, a adoração. Buscamos nos objetos a satisfação para o nosso EGO. Queremos nos tornar ídolos. E o fazemos especialmente porque temos um grande vazio em nosso interior, ou pelo menos, temos alguns buracos negros que precisamos preencher.
Todos nós precisamos de aprovação, é um sentimento inerente ao ser humano. Ser amados e elogiados é uma aspiração legítima. Mas esse amor deve vir de dentro para fora e não de fora para dentro. Devemos buscar essa satisfação íntima de dentro, sabendo que todos os nossos atos são ‘contabilizados’ de alguma maneira e servirão para a nossa evolução espiritual. Mesmo que as outras pessoas que nos cercam não os percebam ou até mesmo não os aprovem, devemos ter a certeza de agir certo, buscando a Luz Interior e não a aprovação externa.
Não se enganem: a busca pela aprovação é a maior droga jamais inventada. Se buscarmos a energia dos outros para nos sentirmos bem, mesmo que momentaneamente, continuaremos a buscá-la cada vez mais e nos tornaremos viciados. Aliás, o nosso EGO nos tornará viciados! Aí é que reside a questão. Se você faz uma boa ação, ou se você age com generosidade somente buscando a aprovação externa, sentirá que o efeito desta aprovação acaba rápido, deixando você novamente carente, em busca de mais e mais aprovação.
Mas existe um meio para se liberar desta dependência. Devemos lembrar que NADA DO QUE FAZEMOS SERÁ ESQUECIDO. E quando falo isso, falo da contabilidade que se faz ‘lá em cima’, e que é válida para nossa evolução espiritual. Se soubermos, se sentirmos em nosso íntimo que estamos fazendo o melhor possível em cada momento de nossa existência, podemos ter certeza que nos liberaremos dessa dependência. Os cabalistas explicam que Deus lembra das boas coisas que fazemos somente depois que nós as esquecemos. Porque enquanto nos lembramos de nossos atos bondosos estamos ainda em busca da aprovação e do elogio. Deus somente contabilizará esses atos de amor quando eles não forem mais lembrados.
Então podemos, durante essa semana, nos conectar com essa energia de amor. Vênus está transitando no signo de Peixes, e com essa energia podemos nos conectar com o Amor Universal. Devemos procurar nos afastar de nós mesmos examinando, à distância, quantos atos e quantas palavras gastamos em busca da aprovação dos outros. Feito isso, podemos examinar também se esses atos são sinceros e se não nos tornam dependentes da recompensa recebida. É fácil fazer o bem e esperar a recompensa em seguida! Podemos amestrar um animal dessa forma. Ele faz algo por nós esperando a recompensa de um pedaço de doce, de um afago. Mas nós, que estamos em busca da evolução e da conexão com a Luz, não devemos e nem precisamos fazer isso. Vamos então pensar nisso: no momento em que esquecemos as nossas boas ações e as nossas palavras de bondade, no momento em que não buscamos mais a recompensa, Deus começará a contabilizar tudo lá em cima. Dessa forma, nosso EU Interior guiará nossas ações e norteará nossas escolhas, se conectando com a Luz e nos guiando no caminho da vida.
