Lavar os pratos sujos
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 30/09/2005 12:23:02
Apesar de algumas pessoas negarem, ninguém ‘gosta’ de lavar pratos sujos! Não há nada de mais agradável do que sentar-se à mesa com seus entes queridos e desfrutar de um belo jantar feito em casa, com todo carinho. Mas, infelizmente, não há nada de mais chato do que ir para a pia, logo depois para esfregar pratos e panelas. E o que acontece se você deixa para depois, depois de assistir seu programa favorito na tevê, depois de papear um pouco com os convidados, depois de ter relaxando um pouco no sofá? Aí, é muito pior! Quando você diz: Vou deixar para mais tarde... irá se deparar com uma pilha de pratos e panelas ainda mais difíceis de limpar! Com a sujeira encardida! Que horror, não é mesmo?
Bem, mas por mais que seja desagradável limpar aquela louça toda, pior ainda seria se você deixasse acumular os pratos sujos dias e dias a fio. Como será difícil limpar e esfregar aquela sujeira ‘velha’! Então, na nossa vida também acontece a mesma coisa. Vou aproveitar essa semana em que começa o ano novo solar com o ingresso da Primavera no nosso Hemisfério e falar sobre as energias que são favoráveis para que nós limpemos nossos ‘pratos sujos’. Na próxima semana, começa também o Ano Novo Judaico, o Rosh Hashanah e não é uma coincidência já que o calendário judaico é muito mais sincrônico com os acontecimentos astronômicos.
O calendário gregoriano, usado em quase todo o ocidente, não tem correlação com os ciclos lunares e estabelece mais ou menos arbitrariamente meses de 28, 30 e 31 dias para fazê-lo coincidir com uma volta do planeta Terra em torno do Sol. Por esta razão, um mês de 29 dias é acrescentado a cada 4 anos para acertar o tempo deste calendário com o tempo solar. O calendário judaico é baseado em três fenômenos astronômicos: a rotação da Terra sobre seu próprio eixo (um dia); a revolução da Lua em torno da Terra (um mês) e uma revolução da Terra em torno do Sol (um ano). Esses três fenômenos são independentes um do outro e, portanto, não há uma correlação direta entre eles. Em média, a Lua gira em volta da Terra em aproximadamente 29½ dias. A Terra gira em torno do Sol em aproximadamente 365¼, ou seja, aproximadamente 12,4 meses lunares. O calendário judaico, então, coordena esses três fenômenos astronômicos de maneira a formar meses de 29 ou 30 dias, correspondentes ao ciclo lunar de 29½. Os anos têm 12 ou 13 meses, correspondendo ao ciclo solar de 12.4 meses. O mês lunar do calendário judaico começa quando a primeira lasca de lua se torna visível após a Lua Nova e é determinada atualmente por um cálculo astronômico. O problema com os calendários estritamente lunares é que existem aproximadamente 12,4 meses lunares em cada ano solar. Então, um calendário lunar de 12 meses perde aproximadamente 11 dias a cada ano e um calendário lunar de 13° meses ganha aproximadamente 19 dias a cada ano. No calendário de 12 meses, o mês de Nissan (que antecede o início do novo ano) que deveria acontecer na primavera, irá acontecer 11 dias mais cedo a cada ano e poderá acontecer então no Inverno, no Outuno e no Verão, e depois de novo na Primavera. Neste tipo de calendário, este mês ‘deriva’ em relação ao ano solar. Para compensar este desvio, um mês extra é adicionado e, então, o mês de Nissan irá acontecer 11 dias mais cedo nos primeiros dois ou três anos e, então, pula 29 ou 30 dias, compensando o desvio. É por esta razão que as festas como a da Páscoa ou Pesach, mudam de data a cada ano para coincidir com o início da Primavera (aqui estamos falando do Hemisfério Norte!). E não somente a Páscoa, mas muitas festas religiosas acabam mudando no calendário gregoriano que não coincide com o calendário judaico antigo. Bem, isto é bastante complicado e não quero dar aqui explicações muito complicadas. No calendário judaico, existem também anos de 13 meses, sempre com a intenção de corrigir o desvio ocasionado pelos três movimentos astronômicos.
O fato é que eu estou tentando explicar da melhor maneira possível, a razão pela qual, nesta semana, devemos “lavar a louça suja” que deixamos na pia! Precisamos aproveitar a energia ‘limpadora’ deste mês tão especial e fazer uma boa limpeza em nossa alma. Podemos pensar no Ano Novo Judaico como numa ocasião para lavar os pratos sujos que acumulamos durante todo o ano solar. Para enfrentar esta tarefa, iremos precisar de muita coragem, pois o trabalho é muito e a tarefa não é agradável.
Lavar pratos não dói, mas lavar a alma dói e muito! Você precisará admitir que tratou mal seu empregado, que você foi desagradável com seu vizinho, que você foi omisso com aquele amigo que precisava de sua ajuda.
Um exercício que você pode fazer: reveja seus e-mails antigos, sua correspondência, as anotações de sua agenda e procure lembrar daqueles momentos em que você agiu de forma a magoar alguém e faça o melhor possível para limpar tudo, deixar o ar limpo com essas pessoas. Naturalmente você precisa ser realista. Sua lista é provavelmente longa e suas chances de lembrar de tudo e conseguir entrar em contato com todo mundo é muito pequena. Mas se você puder fazer isso com pelo menos uma pessoa, já estará fazendo a sua parte! É como se o tivesse feito com todos! A energia cósmica fará o resto e deixará sua alma limpa, creia-me. É isso que ensinam os cabalistas e aconselham três pequenos passos para ajudar no processo:
Arrependimento: pense sobre o fato (ou os fatos) que ocasionou a mágoa na outra pessoa e se arrependa.
Remorso: imagine a dor que a outra pessoa sentiu por sua causa e compartilhe essa dor.
Determinação: determine que você não irá nunca mais reagir dessa forma para magoar alguém.
Este último passo é crucial para a limpeza total. Você terá novamente a oportunidade de agir corretamente no futuro com essa pessoa, pois a sincronicidade cósmica dará a você uma nova oportunidade. Assim, faça sua tarefa esta semana e comece o Novo Ano Solar (e ingresse no Rosh Hashanah) com essa sensação de ‘alma limpa’! Desta forma, todos poderemos desfrutar de um ano novo melhor, mais agradável, mais feliz! Felicidades e uma boa semana a todos!
