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O Fiel da Balança

por Graziella Marraccini em Astrologia
Atualizado em 06/10/2006 12:24:41


Para melhor compreendermos a energia que nos influencia essa semana e também durante o tempo em que o Sol permanecerá no signo de Libra, devemos compreender a simbologia que está por trás do próprio símbolo que é usado para representá-la dentro da mandala astrológica. Os símbolos são fontes importantes de informações da mente coletiva, que nada mais é que um enorme banco de dados que a Terra armazena (no Akasha) para uso de todos os seus habitantes.

Costumamos representar esse signo zodiacal com uma balança. É, portanto, um objeto e não um animal, como seria esperado do zodíaco. Uma balança, que pode até mesmo estar sendo segurada pela mão de uma ‘justiça vendada’, por exemplo, como naquelas estátuas que são usadas para representar a musa da justiça nos tribunais. Essa balança costuma possuir dois pratos, de peso igual, suspensos por correntes nas extremidades de numa haste horizontal. No meio exato dessa haste existe um ponto perfeitamente central de onde sai um anel ou gancho. È nesse ponto central que devemos segurar a balança se a quisermos corretamente e perfeitamente calibrada.

O que devemos ou podemos colocar nesses pratos? O que quisermos, é claro.
Atos, julgamentos, conceitos, etc. Tratando-se de um signo do elemento Ar, Libra tem como objetivo principal a análise mental de valores morais e intelectuais, e por este motivo, dificilmente um libriano irá colocar meros objetos neles, dando preferência a conceitos mais abstratos. Valores morais, dirão vocês, valores artísticos e estéticos, também? Creio que sim. Esses são os valores principais análogos ao signo de Libra. Mesmo sabendo que cada civilização, cada etnia, cada povo desenvolveu valores próprios ao longo dos milênios, valores esses que se modificaram diante da evolução da própria sociedade, considero os valores morais mais ligados à Libra e os valores materiais mais ligados ao signo de Touro, que é também regido por Vênus, mas pertence ao elemento Terra. Considerando que os valores não são estáticos, mas mutáveis, e são adaptáveis às diferentes sociedades, o que nós consideramos belo hoje em dia não seria belo na antiga Grécia. Basta olhar as estátuas antigas, opulentas e formosas e nossas manequins magricelas e ossudas! Basta olharmos um quadro da escola renascentista e um quadro abstrato! Enfim, esses são meros valores estéticos. Os valores morais, estes deveriam continuar imutáveis, já que são pilares importantes para a constituição de sociedades sadias. Infelizmente, eles se perdem no nosso mundo materialista e globalizado. Já comentei sobre esses valores materialistas em outros artigos e não me canso de observar que é esse materialismo exacerbado que corrompe nossa sociedade, desviando nossos jovens de seus objetivos principais.

Bem, aproveitando a sincronicidade dessa semana, podemos usar essa reflexão para transpô-la para a nossa própria vida. Falei de pilares da sociedade, pilares morais e por analogia, falarei agora dos Pilares da Árvore da Vida, que aprendemos no estudo da Cabala.

A Árvore da Vida possui 10 Sefiroth (Esferas) distribuídas de forma tal que três fiquem do lado direito, três fiquem do lado esquerdo e três fiquem no meio. Neste meio encontramos mais uma sefirah (sefirah é o singular e sefiroth é o plural em hebraico) em baixo. Esta esfera representa Malkut, ou seja, a Terra, onde nos materializamos e vivemos. No alto da Árvore a esfera mais alta, Keter, poderia servir de fiel da balança, ou seja, de ponto de tomada para a nossa árvore. Teríamos então, pendentes, de um lado e do outro, três esferas, pois a do meio estaria ligada às três esferas centrais. Em baixo sobraria a esfera de Malkut.

Vejamos como essa representação é preciosa para nossa reflexão desta semana.

Na Arvore Sefirotal as Sephiroth se distribuem verticalmente em 3 PILARES (imaginários) que apresentam os 3 grandes princípios de ATIVIDADE, PASSIVIDADE e EQUILIBRIO.
- O Pilar da Esquerda é o da SEVERIDADE ou da FORÇA.
- O Pilar da Direita é o da MISERICORDIA ou BELEZA.
- O Pilar central é o do EQUILIBRIO ou SABEDORIA.

Esta representação em Pilares é necessária para compreendermos um outro princípio Hermético, que é o Princípio da Polaridade: “Tudo é duplo, tudo tem dois Pólos; tudo tem seu par de opostos; o semelhante e o dessemelhante são uma só coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados”. (As Leis Herméticas). Para se neutralizar estas duas polaridades é que existe o “Pilar do Meio”.

Do lado direito encontramos três Sefiroth que representam três forças planetárias: Urano, Júpiter e Vênus. Esses três planetas possuem a simbologia arquetípica de altruísmo, generosidade e beleza respectivamente.

Do lado esquerdo encontramos outras três forças planetárias representadas por: Saturno, Marte e Mercúrio, cuja simbologia arquetípica relativa é: severidade, força e habilidade mental.

No centro, a representação é reservada a outros três corpos celestes: Netuno, o Sol (nossa estrela) e a Lua (nosso satélite): Espiritualidade, Eu Interior, Ego. Aqui está o pilar do meio, aquele que confere equilíbrio ao todo. Portanto, se fizermos uma simples reflexão, poderemos compreender que, quando julgamos – algo ou alguém – devemos ter sempre em mente que todas as forças atuantes de ambos os lados precisam estar equilibradas. De nada adiantaria colocar muito peso numa coluna em detrimento da outra: estaríamos desequilibrando a árvore. Muitas pessoas dizem que os librianos costumam ficar ‘em cima do muro’, ou seja, têm dificuldade de tomar partido, de estar de um lado ou do outro. Essa é uma grande verdade, mas devemos compreender que, em muitas ocasiões, não tomar partido não é um simples ‘lavar as mãos’, mas simplesmente uma enorme vontade interior de fazer a coisa certa, de julgar de forma equânime para que ambos os lados se mantenham equilibrados. Pois é, mas é tão difícil conseguir esse equilíbrio, não é mesmo?

Nós estamos sempre tomando partido, ou seja, expressando nossas opiniões, colocando nossos pesos num ou noutro prato da balança. E o fazemos por causa de nosso caráter, de nossa personalidade, (verificável em nosso Mapa Natal) que distribui de forma desequilibrada as forças nos pratos da nossa balança. Mas se tentarmos chegar ao ponto de equilíbrio, podemos fazer o caminho na direção do signo oposto ao nosso, para chegar ao ponto do meio, ao fiel da balança, e manter os pratos em equilíbrio. O libriano está sempre procurando agradar ‘gregos e troianos’ pois esse é seu caráter e ele dita suas ações e pensamentos. Porém o astrólogo o aconselha a desenvolver o seu Eu individual, a tomar partido, portanto, a fazer o caminho do meio na direção do signo oposto, Áries, em cujo signo encontramos pessoas de personalidade forte e individualista. O Ariano pensa em si e depois no outro. O libriano pensa nos outros e depois em si. O caminho do meio é o ponto de equilíbrio de ambos. Na realidade, como já escrevi em vários artigos, todos os signos têm essa tarefa de encontrar o ‘fiel da balança’ e precisam incorporar as qualidades do signo que lhe é oposto. Por mais que isso pareça difícil é nesta busca do equilíbrio que reside nossa harmonia funcional. Mente e espírito em equilíbrio.

Então, podemos fazer uma análise de nosso mapa e verificar como são distribuídos os planetas, em que signo, em que elemento. Vou dar um exemplo: se tivermos mais peso no:
- signo de Ar: seremos intelectuais empedernidos!
- signo de Água, seremos sentimentais incorrigíveis!
- signo de Fogo, seremos precipitados e apressadinhos!
- signo de Terra: seremos materialistas e pragmáticos!

Bem, mesmo se não estou brincando, não levem tudo isso ao pé da letra. Ninguém possui todos os elementos num só prato! E nem temos todos os elementos equilibrados. Graças a Deus a maioria de nós tem peso nos dois pratos da balança, mesmo se nem sempre distribuído de forma equilibrada.

Essa semana, então, vamos buscar o equilíbrio em nossas ações e em nossos pensamentos.
O Gênio cabalístico que pode ajudar vocês nessa tarefa é o de n° 44, Ielehiah. O salmo correspondente a esse gênio é o 118, em seu versículo 108: “Senhor, aceite os votos que pronuncio e ensina-me as tuas normas”.

Muita Luz para Todos!


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Graziella Marraccini é astróloga, taróloga, cabalista e estudiosa de ciências ocultas e dirige a Sirius Astrology. Conheça meus serviços on-line
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