Os sonhos são nossos, as frustrações também!
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 26/02/2009 15:36:43
Aproveitando o feriado do Carnaval, acabei pondo em dia minha cultura cinematográfica. Ótimos filmes estão em cartaz em Sampa. Um dos filmes que mais me atingiu emocionalmente: “Foi apenas um sonho”, interpretado pela ótima atriz Kate Winslet (vencedora do Oscar pelo filme O Leitor) inspirou-me este artigo. Eu adoro cinema, e costumo seguir meu feeling pessoal para escolher os filmes que assisto. Gosto dos filmes que falam de gente, de bichos, de relacionamentos, de sentimentos e de emoções humanas. Filmes que dizem algo sobre nossa condição humana, tão complicada, tão fascinante e desafiadora. O filme em questão fala de sonhos e frustrações. E quem não teve sonhos na vida? O ser humano sonha. Os bichos sonham. Sem sonhos o homem morreria ou enlouqueceria. Parece que o sonho é alimento indispensável ao nosso cérebro. A respeito de sonhos, é possível encontrar ótimos artigos no STUM. Entre outros: A Vida é somente um sonho.
Os sonhos são necessários como o ar que respiramos. Netuno é considerado pela astrologia o planeta inspirador, o planeta do onírico, da ilusão, da imaginação, enfim, o planeta do sonho. Por essa razão, o mapa de uma pessoa pode nos mostrar se ela é mais ou menos sonhadora e também se ela é mais inspirada ou mais realista. Em geral, os artistas, aqueles que vivem criando coisas imaginárias em sua mente e depois necessitam de algum meio artístico para expressá-las, são os mais ‘netunados’ (essa é uma expressão que eu criei e não é encontrada nos dicionários)! O Carnaval é uma expressão da função de Netuno (ou seja, da fantasia) em nossa vida. (vejam também o artigo: Eu conheço você? e outros sobre Netuno no meu site pessoal) E existe maior fantasia do que aquela que vivemos neste período em que o Sol transita no signo de Peixes? Durante alguns dias afastamos de nossa mente as preocupações do dia-a-dia para viver uma alegria feita de ilusão. Sonhamos ser reis, sereias, colombinas e sonhamos que podemos encontrar o amor e a felicidade para sempre!
Bem, mas voltando ao filme, a protagonista, aspirante atriz e de temperamento mais sonhador, se apaixona por um rapaz simples, atraente e mais pé no chão. Ela não consegue decolar em sua carreira de atriz e após dois filhos e uma vida rotineira de dona de casa, começa a alimentar um sonho: a felicidade se encontra em outro lugar! Paris é a cidade que irá realizar seu sonho de sair da mesmice, da vida medíocre da periferia americana da New York dos anos 50! Lá, em Paris -e somente em Paris- ela encontrará a felicidade! O marido é aos poucos impulsionado pelo sonho da mulher que ama. Apesar da tentação de receber uma promoção, um aumento de salário e uma melhor perspectiva em sua medíocre carreira, ele acolhe e alimenta o sonho da mulher amada para fazê-la feliz. Mas eis que o destino (Deus?) provoca uma armadilha: ela fica grávida! Mais um filho! Como abandonar a vida confortável, mesmo que medíocre, para uma aventura numa terra estrangeira? O que fazer, agora? Ela se dilacera no dilema de fazer ou não um aborto. Discute com o marido, se debate na dúvida. O marido hesita agora que há outro filho para sustentar. A raiva dela explode: o marido não irá ajudá-la a realizar seu sonho! Ele sabe que precisa fornecer o sustento a mais esse rebento. Ele não pode viver de sonhos. Ou talvez seus sonhos sejam mais simples, mais simplistas. Ele desiste. Ela o culpa e não irá desistir...
No fundo, o que aparece claramente nas personagens são as duas personalidades, diferentes, e a forma diferente que os dois têm para encarar os percalços da vida. A pessoa mais sonhadora precisa correr atrás do sonho porque pensa que a realidade é medíocre e que ‘a grama do vizinho é sempre mais verde’ do que a dela. E, se algum obstáculo se interpõe impedindo a realização de seu sonho, ela vai espernear, mostrar sua frustração com explosões de raiva e encontrará um responsável a quem culpar! Este poderá ser o outro, o destino ou mesmo si próprio. A frustração explode em raiva, contra os outros ou contra si. Muitos se suicidam por causa de uma frustração. (leiam: Pra que ficar com raiva?. Muitos matam. Marte entra em jogo. Marte puxa o gatilho!
Creio que, todos nós, se fizermos uma análise de quantos sonhos conseguimos realizar em nossa vida veremos que muitos foram abandonados ou modificados ao longo do caminho. É natural que, à medida que avançamos com os anos, nos adaptemos e que adaptemos nossos sonhos à realidade, caso contrário as frustrações seriam tantas que nos enlouqueceriam. E é natural que, muitas vezes, culpemos os outros (maridos, filhos, empregos ruins, doenças, o destino, etc.) por nossas frustrações. Mas nós não devemos procurar culpados, pois culpados não há! Devemos procurar, isso sim, compreender qual o aprendizado a ser feito a cada vez que sofremos por causa de uma frustração. Sempre e continuamente estaremos aprendendo e nos fortificando quando abandonamos ou modificamos nossos sonhos. Os percalços da vida nos colocam no caminho da espiritualidade e da fé. A Luz se revela através dos obstáculos da vida.
E quando conseguimos realizar nossos sonhos, pelo menos em parte, podemos levantar os braços aos céus e dizer: Obrigado, meu Deus, pois me concedeste a realização desse sonho! Quantas vezes lembramos de agradecer?
Aproveitando essa semana em que se inicia o período da Quaresma, tempo de reflexão e interiorização na religião cristã, podemos orar o Salmo de nº 101 que estimula a religiosidade e nos conecta com o gênio cabalístico de nº 55, Mebahiah, cujo nome significa: Deus eterno. O Salmo 101 é muito útil nos momentos de aflição e de frustração e pode nos conectar com a Luz. Tenham fé!
Uma boa semana a todos!
23 de fevereiro de 2009