Por que julgamos?
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 16/12/2005 13:10:21
Nosso julgamento contra os outros é na realidade um julgamento contra nós mesmos, ou seja, quando julgamos alguém estamos julgando nós mesmos!!!
Esse é um dos ensinamentos da Cabala, contido no (O livro sagrado da Cabala Judaica) Zohar(*)
Ao descrever a briga entre Esaú e Jacó pelo direito à primogenitura, o Zohar explica que Esaú estava furioso, com raiva do irmão e se aproximou dele com a intenção de matá-lo. Mas ao invés de fazer isso, seu coração o impeliu a dar-lhe um beijo! Abençoado beijo! O beijo do perdão. A lição que devemos aprender desse episódio é que o perdão cria a condição para que nós também sejamos perdoados e dessa maneira abrimos um caminho para que a Luz se manifeste em nossa mente e conseqüentemente em nossas vidas.
Provavelmente você já sentiu aversão por alguém. Alguém próximo, um amigo, um parente, um vizinho que você “não suporta” literalmente! Tudo o que essa pessoa faz lhe dá nos nervos! Então você começa a emitir opiniões sobre o que essa pessoa faz ou diz, e se julga no direito de criticá-la na frente dos outros. Quando julgamos negativamente uma atitude ou um defeito de alguém estamos nos espelhando nele, ou seja, estamos criticando no outro aquilo que não suportamos em nós mesmos, mas temos dificuldade de enxergar. Isso porque o comportamento dessa pessoa provoca em nós uma reação que não gostamos, fazendo vir à tona aqueles defeitos que procuramos esconder. Afinal, todos nós usamos mascaras em nosso dia-a-dia, para sermos admirados e amados e para recebermos elogios e reconhecimento. Escondemos de nós mesmos nossos defeitos, dizendo: Eu não sou assim, eu não reajo dessa forma, eu não... eu não....
Mas será mesmo que nós nos enxergamos como realmente somos? Não creio.
A imagem que temos de nós mesmos é criada através do Ego. O Ego, em astrologia cabalistica, tem analogia com a Sefirah de Yesod, a Lua. E a Lua, na astrologia tradicional, corresponde à nossa infância, nossa mãe, ao ambiente materno em que somos criados. Por essa razão a imagem criada pelo Ego é uma imagem ‘reflexo’ do condicionamento recebido na (Leiam mais a respeito da influência da Lua nos links ao final do texto) infância(*).
Uma criança construirá um Ego forte se recebe elogios o tempo todo. “Como é linda! Como é inteligente! Como é prendada”! Etc... etc... Assim ela terá essa imagem de si própria, linda, bonita, inteligente, prendada.
E se a criança só ouve “você é feia, você é ruim, você é desastrada”, etc... etc...”, ela construirá uma imagem negativa de si mesma. Mas, como ela precisa se sentir amada procurará de alguma maneira ‘comprar’ o amor de seus pais escondendo seus defeitos, camuflando-os, ignorando-os conscientemente ou não. Porém, esses defeitos são inerentes à sua personalidade e ela os têm, como nós todos. E, quando mais tarde, conscientemente ou não, ela for se deparar com situações que os farão vir à tona, ela irá detestar a pessoa “causa” dessa reação. Porque através daquela pessoa ela sentirá vir de dentro para fora aquelas sensações que aprendeu a reprimir no fundo de seu subconsciente. Então, pelo medo de não ser amada, irá julgar o outro assim como ela própria foi julgada. Mas Deus não nos julga assim, podem ter certeza. Deus nos ama incondicionalmente.
O nosso Eu Interior (que em astrologia corresponde ao nosso Sol e na Cabala à Sefira Tiferet), pode nos aconselhar se soubermos escutá-lo. É através do Eu Interior que ouvimos a voz de Deus. Esaú mudou seu impulso de matar num beijo de perdão. Não é magnífico? Ele escutou seu Eu Interior, seu coração. E sabem por quê? Porque ele reconheceu que dentro de seu irmão Jacó existia a mesma Centelha Divina que existia nele próprio.
Ao praticar o perdão podemos aprender a lidar com aqueles defeitos reprimidos que estão dentro de nós e, como adultos que somos, podemos então aprender a controlá-los conscientemente, de forma voluntária. Perdoar o outro é também perdoar a si próprio! Essa é a única forma para suprimir aquela dor que sentimos dentro de nós, que mina nossa estima pessoal e nos faz sentir indignos do amor de Deus.
Com essa atitude bloqueamos o fluxo da Luz Divina que produz a felicidade interior.
Por causa dessas atitudes muitos de nós julgam que não são merecedores das graças divinas. Isso não é verdade!!! Quando você se sentir deprimido, impaciente ou zangado, você pensa: “Eu não deveria me sentir dessa forma”, e fica triste por não ter conseguido manter o controle dessas atitudes negativas. É claro que todos nós que estamos no caminho da evolução espiritual almejamos essa meta. Mas, meu Deus, não somos perfeitos! Perdemos a paciência, ficamos bravos, ou deprimidos, porque somos humanos!
Mas o importante, mesmo, é reconhecer que, assim como nós, os outros também são seres humanos. Também erram, também têm defeitos. Somente analisando pacientemente nossos sentimentos mais dolorosos e nos perdoando por tê-los, poderemos perdoar os outros e dessa forma estaremos formando um ‘circulo vicioso’ ou melhor, um “circulo virtuoso” de Luz Divina que fluirá através de nós, nos unindo uns aos outros. Como Jesus ensinou: “Amai-vos uns aos outros” . O amor redime, o amor cura, o amor abre nossos caminhos.
Então, não esqueça, pratique o perdão, evite o julgamento e, quando você ou alguém de seu convívio cometer um ato que você detesta e que o irrita, diga a si mesmo: “Eu não vou julgar, mas exercerei o perdão e a compaixão para abrir meu caminho de Luz, pois esse é o instrumento para a minha redenção”.
A meditação do Perdão que existe num interativo no nosso site pode ajudar você nessas meditações. Aproveite esse período natalino e verá que você poderá fazer milagres!
UM NATAL CHEIO DE LUZ!
Que tal visitar o interativo do perdão.