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Quando ficamos em cima do muro

por Graziella Marraccini em Astrologia
Atualizado em 02/12/2005 12:14:40


A mudança de energia que ocorreu quando o Sol ingressou no signo de Sagitário no dia 22 de novembro passado, e que se acentua ainda mais com a Lua Nova ocorrida essa semana, no dia 1° de dezembro, me fez pensar nas mudanças! Pois, quando a energia muda, nós também mudamos. Mas nos primeiros dias acabamos ficando com um pé em dois sapatos, ou seja, em cima do muro.
Ainda sob a influência da energia de Escorpião e já sentindo aquela de Sagitário. Isso acontece também quando uma pessoa nasce naqueles dias em que o Sol muda de signo.
Por exemplo, alguém que nasceu nos primeiros minutos do dia 22 de novembro em São Paulo, teria o Sol ainda no signo de Escorpião. Mas quem nasceu no mesmo dia 22 de novembro, na mesma cidade, às 2:30 da manhã, já teria o Sol em Sagitário. Essa mudança será vivenciada muito fortemente pela pessoa. Um será ‘mais’ escorpiano’ e outro será mais ‘sagitariano’ em sua manifestação solar. Porém, costumo explicar aos meus clientes, que ambos terão a influência dos dois signos, sentindo-se atraídos tanto por um lado quanto pelo outro. Esta semana, também, estaremos sentindo fortemente a influência das duas energias reinantes.

Isso acontece porque as energias não mudam de um golpe, como se uma cortina se fechasse e outra se abrisse de repente. Não fechamos a porta de Escorpião para abrir a porta que nos leva a Sagitário: ambas ficam entreabertas durante alguns dias. E isso acontece para todos os signos.
O signo de Sagitário é o terceiro do terceiro quadrante onde estão também Libra e Escorpião. Esses são os signos que marcam o outono no hemisfério norte e a primavera no hemisfério sul. O primeiro signo é sempre o mês ‘iniciador’ e é chamado de cardeal. Ele dá o primeiro impulso para que a energia comece a mudar e a nova estação principie. O segundo signo marca o mês de maior plenitude e estabilidade da estação e corresponde aos signos fixos. A energia torna-se mais estável. O terceiro signo começa a nos preparar para a mudança de energia e para a estação seguinte e é considerado mutável. Todos nos tornamos mais instáveis durante esse terceiro signo do quadrante, em todas as quatro estações. A astrologia nos ensina que se ficarmos atentos às energias reinantes, ficaremos em sintonia com as forças cósmicas e poderemos tirar mais proveito delas.

O signo de Sagitário nos pede para fazer um mergulho na nossa condição como seres humanos. O símbolo usado para representar o signo nos mostra um centauro, meio cavalo e meio homem. A parte cavalo representa nossa parte animal, nossa materialidade composta de quatro patas... oops... de quatro elementos - fogo, água, ar e terra - que nos condicionam à vida sobre a terra. A parte humana, superior, representa a humanidade, ou seja, a nossa evolução espiritual acima da parte material. E, além disso, esse centauro possui um arco e uma flecha apontados para o céu.
As palavras chaves para compreender a energia sagitariana são: extensão, amplidão e desafios.
Por essa razão os sagitarianos são considerados joviais, otimistas e versáteis e um pouco espaçosos! Eles se ‘expandem’ facilmente!

A flecha nos mostra um ângulo de 45°, que serve para atingir os alvos na maior distância possível. A parte inferior da flecha, aquela que está em contato com as mãos, possui uma cruz, símbolo da materialidade que devemos superar se quisermos alcançar nossas metas espirituais. Ao sairmos do signo de Escorpião, onde mergulhamos nas profundidades dos mistérios que cercam a vida e a morte, procuramos agora uma saída. Procuramos uma lei universal, uma Lei superior que guie nossos pensamentos e nossas mãos, a fim de alcançarmos a sabedoria. Sabedoria! Pois não é o que todos nós buscamos? Nós que andamos em busca de autoconhecimento, lendo e relendo os inúmeros artigos escritos neste site? O que nos une se não essa busca para superarmos nossa condição humana ou, pelo menos, para conseguirmos respostas para a questão: o que viemos fazer aqui? Para onde vamos? Qual é nossa missão na terra?

Alteraremos nossa visão de nós mesmos e de nossa humanidade somente através da expansão cultural. Essa busca que começa já na adolescência e continua ao longo da vida nos induz a pensar de forma abstrata, a filosofar. Bem, esse é o mês mais adequado para começarmos a filosofar! Se não fizermos um esforço para passar as fronteiras da limitação geográfica, mental e cultural, ficaremos restritos em nossa evolução.
Sagitário é um signo de fogo. A lenda diz que Prometeu roubou o fogo aos deuses para doá-lo aos homens e com isso a humanidade começou a se desenvolver e a se desvencilhar do jugo sob o qual era mantida. O fogo representa a centelha divina, a centelha que nos é doada pelo espírito santo e que nos torna únicos e tão especiais. Não vamos desperdiçar esse dom! Devemos manter esse fogo sempre aceso de forma a que nossa visão do mundo se espalhe.
Júpiter, o regente de Sagitário, está transitando no signo do Escorpião, como escrevi no artigo da semana passada. Júpiter inspira à nossa mente os grandes sonhos de perfeição e de bem-aventurança, produz nossa ideologia. Júpiter amplia as perspectivas mentais e nos impele a buscar o conhecimento profundo. A filosofia está na moda e essa é a boa ação efetuada pela passagem de Plutão que transita no signo de Sagitário. Nossa visão filosófica, ao se voltar para o passado, ao nos fazer redescobrir os filósofos da antiguidade, especialmente os gregos, pode nos ajudar a forjar, no fogo, a visão de nossa vida futura.
Pensem nisso essa semana, e procurem nas boas leituras uma forma de ampliar seus horizontes em busca de um conhecimento mais abrangente.

E, finalmente, para retomar o fio da meada com o assunto com o qual comecei esse artigo, direi a todos vocês: não fiquem em cima do muro, ousem, atirem suas flechas para o alto e deixem sua mente voar mais alto, além da linha do horizonte! Procurem novos ideais, novos caminhos para serem alcançados e dessa feita estarão aproveitando inteiramente as energias cósmicas.
Mas cuidado, não exagerem, pois nessa energia de fogo, existe uma enorme facilidade de extrapolar, de ultrapassar os limites. O fogo é magnífico, limitado dentro de uma lareira ou na fornalha do ferreiro, ou na fogueira que nos esquenta nas noites frias de inverno. Mas que estrago faria se ele se espalhasse pela casa toda e pelos campos?

Boa semana a todos!


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Graziella Marraccini é astróloga, taróloga, cabalista e estudiosa de ciências ocultas e dirige a Sirius Astrology. Conheça meus serviços on-line
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