Seria esse o Livre-Arbítrio?
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 30/04/2008 15:40:43
Esse assunto já foi comentado por mim várias vezes, pois o Livre-Arbítrio é sempre mencionado quando se trata de astrologia. As pessoas perguntam se o mapa determina nosso destino e eu costumo responder com uma frase conhecida: os astros inclinam, mas não obrigam. No entanto, há algumas semanas, uma internauta me pediu para comentar essa frase da Bíblia: Mateus 16:18-19. “O que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”.
A primeira coisa que me veio à mente foi aquilo que o padre me disse no altar da Igreja Católica onde me casei: “O que Deus ligou os homens não irão separar”. Então, não haveria uma contradição? Mateus afirma que podemos ligar e desligar o que quisermos e que isso acontecerá simultaneamente também no céu. Segundo os ensinamentos da Lei Hermética “O que está em cima é como o que está em baixo”, (Segunda Lei Hermética) qualquer coisa feita aqui ‘em baixo’, corresponderia a algo feito ‘lá em cima’, portanto... entendendo ‘em baixo’ e ‘em cima’ como dimensões, da mais densa à mais sutil, compreenderemos melhor o que a frase hermética quer dizer. Continuando então minha reflexão, tornou-me à mente aquilo que eu havia escrito e publicado em 2005 no artigo “Existe esse tal de Livre Arbítrio”?
Lá está escrito: ...“Assim, fatos importantes como casamento, morte de pai, morte de mãe, nascimentos de filhos, mudanças de residência ou de país, formatura, recebimento de honrarias, e também nossas doenças e nossa própria morte, como tantos outros fatos, estão marcados em nosso Mapa como se fossem aquelas pequenas marcas dos minutos que contornam o mostrador de um relógio”.
Percebi então que o discípulo Mateus disse ‘terá sido’ e não ‘será’, ou que significa que o acontecimento é preparado primeiramente no céu e depois acontece na terra. A astrologia estará certa ao interpretar a leitura do céu para compreender os acontecimentos na terra. Então, (e eu pensei primeiramente no acontecimento casamento/separação) concluí que também casamento e separação seriam fatos marcados de antemão. O afastamento de um filho da própria mãe, a morte de um ente querido, são também ‘desligamentos’, não é mesmo? Portanto, quando um astrólogo analisa o mapa de uma pessoa, pode prever alguns acontecimentos de sua vida: eles, os fatos mais importantes, estão lá, indicados, marcados como numa fotografia, a nos indicar que primeiramente as coisas acontecem no céu e depois na terra E NÃO O CONTRÁRIO! Não teríamos então nenhuma escolha? Uma separação (e por separação entendo também a morte ou o afastamento definitivo por “n” motivos) seria sempre inevitável? Conseguiríamos mudar um acontecimento, torná-lo menos nocivo, menos doloroso ou dramático? Sim, a meu ver, podemos, mas somente se estivermos dispostos a aprender a lição que o céu determinou para nosso aprendizado naquele momento. A meu ver (e eu não sou uma teóloga) Mateus com essa frase está simplesmente se referindo à sincronicidade, que é também explicada em outra Lei Hermética (A sexta Lei). Não sei se Irene, minha leitora internauta, estava pensando em casamento e divórcio quando citou Mateus, mas neste caso eu acredito que temos o livre-arbítrio para decidirmos se manter um casamento infeliz ou se nos separarmos daquele ao qual dizemos SIM diante de um altar de Deus. Deus, que é Pai, não há de querer nossa infelicidade, portanto temos, SIM, o livre-arbítrio de cortá-lo, e o céu irá fazer o mesmo lá em cima e não serão as imposições religiosas que irão mudar isso! Quantas mulheres ficam presas em um casamento infeliz somente porque a religião que elas praticam, ou a sociedade em que estão inseridas, as condenariam em caso de separação?
Cara Irene e caros internautas, nossos atos, aqui em baixo, têm correspondência lá em cima, e se decidirmos desligar algo, o céu irá fazer o mesmo. Bastará, no entanto, que lembremos que tudo tem um preço e que teremos que arcar com as conseqüências de nossa decisão. A Lei da Correspondência é inevitável. Devemos sempre e a cada decisão lembrar que algo nos está sendo ensinado naquele momento e que nosso espírito está aqui, encarnado, para aprender! O primordial será sempre o aprendizado espiritual.
Espero seus comentários sobre o artigo: escrevam!
Uma boa semana a todos,
São Paulo, 29 de abril de 2008