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Você está consciente de seu papel na sociedade ou olha só para seu umbigo?

por Graziella Marraccini em Astrologia
Atualizado em 08/04/2020 11:35:02


Ainda existem muitas pessoas que agem como se o próximo não existisse. Agem como se somente seu interesse e seu bem-estar fosse importante, esquecendo que estão inseridos num contexto e que suas ações, mesmo mínimas, influenciam o Todo. Costumamos dizer que as pessoas que agem dessa forma não levam em conta os sentimentos dos outros. Reconheço que muitas vezes temos reações negativas diante de frustrações e agressões que consideramos injustas e que agimos, portanto, para defender nossos próprios interesses.

Temos, todos nós, emoções de todo tipo que podemos manifestar de formas diferentes, dependendo de nosso caráter, de nossa personalidade e de nossa educação, mas muitas reações dependem principalmente de nossa sensibilidade. Acredito que quando tivemos uma boa educação e aprendemos a respeitar as outras pessoas, podemos refrear as nossas reações mais agressivas. Porém, nem sempre conseguimos e isso acontece porque somos mais ou menos sensíveis e influenciáveis.

A bem da verdade, a nossa suscetibilidade depende das reações do ego que são difíceis de controlar e que requerem um profundo conhecimento de nossa personalidade e uma vontade genuína de melhorar a cada dia. Vejam bem que não estou dizendo que o ego seja algo ruim, mas afirmo certamente que precisamos aprender a controlá-lo! O ego faz parte de nossa personalidade e não podemos dispensá-lo a menos que consigamos alcançar uma evolução espiritual elevada (coisa bem difícil) que conseguiremos ao longo das inúmeras encarnações. Alcançar a evolução espiritual na Consciência Cósmica requer muito trabalho!

Na Astrologia Cabalística, consideramos que o Ego se manifesta principalmente por meio da Lua, com as características determinadas no momento de nosso nascimento e indicadas no nosso Mapa Natal. O signo onde ela se encontra lhe fornece uma qualidade e a Casa Astrológica, um foco de manifestação. Os aspectos com os outros planetas lhe conferem qualidades e defeitos, facilidades ou dificuldades de manifestação. Já escrevi muitos artigos sobre a Lua, e eles podem ser lidos no STUM. Porém, como estamos em sintonia com o Signo de Câncer (onde o Sol transita desde o dia 20 de junho) podemos voltar a refletir sobre esse assunto.

A Lua representa nossa auto-imagem, ensinam os livros de astrologia. A auto-imagem nos representa verdadeiramente? Quando nos olhamos no espelho, nos vemos realmente como somos? Ou temos uma imagem distorcida da nossa realidade?

Vamos fazer uma suposição: perguntem aos seus amigos para descrevê-los. Cada um deles lhe dará uma descrição diferente porque cada um tem uma forma subjetiva de vê-lo! Até mesmo nós, quando nos olhamos no espelho podemos nos enxergar de forma diferente dependendo de nosso humor, de nosso condicionamento, de nossos conceitos! Um dia nos achamos gordos, outro dia magros, um dia amamos nossos cabelos, noutro dia corremos no cabeleireiro para mudá-los! A bem da verdade, isso acontece principalmente com as mulheres, que são mais lunares que os homens. No entanto, todos nós, homens e mulheres, sentimos a influencia da Lua em nossa personalidade.

Costumo representar a personalidade humana usando o Arcano VII do Tarô, o Carro. Nesse Arcano, vemos geralmente um ser, (uma pessoa, um príncipe ou um guerreiro) dentro de uma carruagem que é puxada por dois ou quatro cavalos. No meu Tarô, chamado de Tarô de Thot, a personagem da carruagem que é um guerreiro, possui um disco solar luminoso no centro do peito, o que eu acho muito representativo do nosso chacra cardíaco, centro do corpo onde reside a centelha divina que é nosso Eu interior. Esse centro solar, que também pode ser considerado como nosso Eu Superior, a meu ver se relaciona com nosso padrão de identificação solar, ou seja, com a qualidade (signo, Casa e aspectos) de nosso Sol Natal. O Sol, portanto, é o verdadeiro passageiro do Carro, que está dentro de um invólucro/ persona/ personagem, que é o cocheiro da carruagem e que possui em suas mãos as rédeas dos cavalos. Esses cavalos podem ser dois se estão a,representar somente a dualidade da manifestação, ou quatro se representam os quatro elementos da natureza. Portanto, o Sol é nossa Centelha divina, nossa Célula inicial de vida que necessita de um corpo físico para a sua manifestação material. No entanto, o cocheiro, que impulsiona a carruagem controlando os cavalos tem relação com a Lua/ego.

Astrologicamente, a Lua responde pelo nosso lado emocional e sentimental, que é condicionado pelo ambiente familiar, social e econômico onde somos criados. A nossa infância é, portanto, determinante para moldar nossa auto-imagem e, consequentemente, os condicionamentos adquiridos durante os primeiros anos de vida, ao longo dos primeiros sete anos (referentes ao ciclo da Lua e de Saturno) irão moldar o nosso ego. O ego, nosso cocheiro, controla nossas reações animais, ou seja, nossos instintos que temos em comum com os animais. Como eles, vivemos nossa vida explorando, conquistando e possuindo tudo aquilo que consideramos necessário para nossa sobrevivência. Esses cavalos/instintos se relacionam em nosso mapa com os planetas, Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter. Conforme o signo e os aspectos desses planetas, teremos reações ou necessidades diferentes. Nossa carruagem, dirigida pelo cocheiro/Lua precisa, porém, obedecer ao passageiro/Sol que lhe deu o roteiro da viagem. E a Lua, apesar de condicionada e dependente dos instintos/cavalos, não deve esquecer que o seu papel é aquele de proporcionar ao Eu/Sol um percurso seguro para que ele chegue ao seu destino final.

A esse ponto, devemos lembrar que o percurso escolhido, ou pré-escolhido antes de encarnarmos, precisa ser percorrido adequadamente de forma a cumprir o roteiro estabelecido, porque, caso contrário, a nossa carruagem irá vagar pelos caminhos da vida sem rumo e sem destino, satisfazendo somente as necessidades básicas de seus instintos animais. Mas, os animais não têm outra missão a cumprir a não ser a sua sobrevivência! Como podemos, então, viver uma nossa vida, comendo, bebendo, amando, fazendo sexo e nos reproduzindo, desfrutando de todas aquelas coisas que são necessárias à nossa sobrevivência, e esquecendo o cumprimento de nosso destino maior para evoluirmos espiritualmente? Não podemos viver somente ao Ritmo da Lua! Somente o Eu interior poderá lhe indicar qual a meta a ser alcançada ajudando o cocheiro/Lua percorrer adequadamente o caminho da vida, superando ou evitando obstáculos e percalços que são necessários à nossa evolução.Neste mês de Câncer, quando a energia solar nos convida a entrar em contato com a nossa Lua Interior, para observar se vivemos sob a influência do nosso ego ou ouvimos a voz do Eu, devemos fazer o possível para compreender também como sentimos nossa imersão dentro do útero da Mãe Terra. Não é por simples coincidência que neste momento estamos discutindo a sobrevivência da humanidade no seio de nossa Mãe procurando deixar um mundo mais sustentável para nossos filhos. A Rio+20 suscita indagações, promove ações e reações e pretende sugerir atitudes para enfrentarmos os problemas causados pelos modelos sócio-econômicos implantados no civilizado. A Mãe Terra, como uma boa mãe, está sempre pronta a suprir os seus filhos com todo o necessário para a sua evolução, mas pode também rejeitar com veemência e até com crueldade aqueles filhos que a depauperam e agridem! As catástrofes naturais, as mudanças bruscas de temperatura causadas pela inconstância climática, a instabilidade econômica que nos mergulha no medo, nos obrigam a encarar a realidade de frente e a nos perguntarmos: "O que eu estou fazendo para não agredir ainda mais a minha Mãe? Como estou contribuindo para a sustentabilidade da humanidade? Como posso fazer a diferença e me tornar mais consciente? Que mundo vou deixar para meus filhos e netos?

Desde já, podemos efetuar pequenas mudanças de comportamento, reciclar nosso lixo, gastar menos água, usar menos o carro, plantar uma árvore ou cultivar uma pequena horta, enfim, agirmos como seres humanos conscientes! Desde já, podemos olhar nosso próximo com mais tolerância, evitando críticas e observações maldosas, podemos deixar de consumir desenfreadamente, deixar de sentir inveja daqueles que possuem mais bens materiais do que nós. Enfim, podemos parar de alimentar somente nosso ego (cocheiro e cavalos incluídos!) reagindo inconscientemente aos estímulos do mundo exterior e escutar com mais atenção a voz do Eu Interior.

Então você, caro leitor, está consciente de seu papel na sociedade?

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Desejo uma semana cheia de Luz a todos!



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Graziella Marraccini é astróloga, taróloga, cabalista e estudiosa de ciências ocultas e dirige a Sirius Astrology. Conheça meus serviços on-line
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