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O que as mulheres não dizem aos homens?

por Adília Belotti em Autoajuda
Atualizado em 21/04/2006 12:57:38


Este é o título provocativo de um livro escrito a quatro mãos por duas mulheres-ícones, daquelas que fazem diferença em volta de si, sabem? Rose-Marie Muraro e Albertina Duarte. Ginecologista uma, especialista em questões de gênero, a outra.

E o que é que as mulheres não dizem aos homens? É o que a gente vai descobrindo, ao longo das “conversas” entre as duas mulheres, segredos às vezes surpreendentes, às vezes tristes, às vezes tão banais... são papos de consultório entre mulheres, trocas de segredos e de perplexidades.
Nelas, as mulheres falam, por exemplo, que a menstruação, apesar de tudo, ainda é um ritual de passagem, que deixa as meninas confusas entre o orgulho de ser mulher e o medo das mudanças, da TPM, de menstruar no meio das férias, de não menstruar, de usar absorventes internos e de não usar...

A gente descobre que, sim, as meninas estão menstruando mais cedo e que isso acontece porque uma séria de coisas pode contribuir para antecipar a puberdade, desde imagens erotizadas até sons e... calor! Segundo a Dra. Albertina, mulheres em climas quentes menstruam mais cedo. Você sabia disso? Nem eu...

Descobre também que as mulheres estão perdendo o medo de envelhecer ou, ao menos, não estão mais dispostas a colocar o pé no freio da vida só porque chegaram aos 50 anos. Ao contrário, toda a parafernália de cremes e cuidados e, mesmo, os exageros da mídia acabam ajudando as mulheres a se sentirem mais à vontade nos seus corpos, mais belas. E também mais ousadas e prontas para amar de novo, ou ainda... Querem ficar longe da imagem de “mulheres sofredoras” e acham os homens de terceira idade uns chatos porque eles ficam tão focados na questão da ereção que esquecem de se divertir ou de “namorar”... O resultado? Segundo o IBGE, 25% de todos os casamentos oficiais são de homens mais novos com mulheres mais velhas, é ou não é uma revolução?

Por outro lado, as mulheres que vão surgindo no livro falam de se prostituir não pela miséria, mas pela fantasia de que vão ficar ricas, vão virar celebridades, vão para fora do país, vão fazer lipo, vão comprar as roupas da moda... e falam até de adolescentes de classe média que se deixam abusar por seguranças ou donos de danceterias para não terem que pagar a entrada!

As duas mulheres-autoras não fogem dos temas polêmicos: pompoarismo? Por que não? Os famosos exercícios vaginais que consistem em contrair repetidas vezes o músculo que fica entre o ânus e a pelve, realmente melhoram a tonicidade muscular, o que aumenta a possibilidade da mulher sentir prazer e de explorar as sensações que acabam conduzindo ela e o parceiro ao orgasmo. Além das contrações ritmadas, exercícios com bolinhas também ajudam a fortalecer o tal músculo, chamado pubococcígeo.

Aprendo também que tantas meninas ainda sofrem com fantasias relacionadas à masturbação: é isso que faz crescer os pequenos e os grandes lábios que circundam a entrada da vagina? Aumenta o tamanho do clitóris? “Se aumentar muito, vou ficar lésbica, doutora?” ... não querida, não vai não...

Fantasias e tabus envolvendo a masturbação, além de comuns, trazem consigo muita culpa. Até porque as mulheres às vezes usam objetos estranhos para se masturbar, o que pode provocar problemas, como corrimentos. A culpa vem junto, “será castigo?”, não é não, mas que tal usar um vibrador, que é anatômico, lavável e seguro? Não tem desculpa, hoje até sex-shops exclusivos para mulheres a gente encontra por aí...
E fico feliz de saber que embora muitas de nós ainda finjam ter orgasmos - para “prender” o parceiro ou para tentar se convencer a todo custo de que a relação vai bem, muito obrigada -, é cada vez maior o números de mulheres que anda com raiva de fingir e que querem mesmo é experimentar prazer na relação...

Saí do livro achando que existem segredos entre homens e mulheres que até podem ajudar a criar certo clima de interesse, de mistério... Afinal tem coisas que é melhor fazer longe de olhares humanos, sobretudo se forem olhares amorosos, como depilar o buço, cortar as unhas dos pés, lavar as calcinhas... mas a maioria dos segredos nasce do medo ou da falta de intimidade verdadeira. Estes ficam entre as frestas, sabotando o afeto. Melhor tentar construir aos poucos momentos de absoluto abandono, em que os segredos possam ser iluminados de compreensão e de tolerância. E aí, quem sabe até a gente consiga ouvir e acolher com a alma leve também os segredos dos homens...
E você? Acredita que as mulheres devem ter segredos que não compartilham com o parceiro? Afinal guardar segredos é bom ou ruim para o amor?

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adilia
Adília Belotti é jornalista e mãe de quatro filhos e também é colunista do Somos Todos UM.
Sou apaixonada por livros, pelas idéias, pelas pessoas, não necessariamente nesta ordem...
Em 2006 lançou seu primeiro livro Toques da Alma.
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