A importância do cálcio na alimentação - Parte 3
por Conceição Trucom em AutoconhecimentoAtualizado em 18/07/2007 19:16:26
Emagrecendo com o Cálcio
Espero que antes de ler este terceiro texto você já tenha lido os 2 anteriores. Caso negativo, recomendo que os leia primeiro. É só clicar nos links ao final deste texto.
No primeiro texto - A importância do cálcio na alimentação - ficou claro que uma alimentação que valorize os alimentos saudáveis, principalmente os de origem vegetal, e que sejam ricos em cálcio, pode beneficiar na prevenção e tratamento de várias desarmonias de saúde como problemas ósseos, musculares, hipertensão, sistema nervoso central (SNC) e formação de tumores.
Mas foi colocado também, que este mineral interfere positivamente em tratamentos de obesidade e perda de peso.
Foi no final dos anos 90, num acaso típico no mundo científico, pesquisadores da Universidade do Tennessee (EUA), na intenção original de entender melhor a função do cálcio no combate à hipertensão, descobriram a íntima relação deste mineral com a perda de peso. Participantes do estudo e pesquisadores perceberam que, além da esperada redução na pressão arterial, veio de brinde, uma surpreendente perda de quilinhos em excesso e mal localizados.
E, outros estudos ao longo das 2 últimas décadas, confirmaram este efeito: uma dieta rica em cálcio pode favorecer no tratamento do emagrecimento.
Mas, qual a explicação? Por qual mecanismo o cálcio interfere no metabolismo, dissolvendo depósitos de gordura?
Seguinte: as células de gordura, presentes nos tecidos adiposos, são chamadas de adipócitos. Constatou-se que a presença equilibrada e diária de cálcio no sangue (ver como, na parte 2) tem o poder de bloquear enzimas específicas, envolvidas na formação dos adipócitos e sua multiplicação. Estudos experimentais demonstram que, na falta do cálcio, os tecidos adiposos “incham”, os adipócitos se multiplicam de forma desequilibrada e o ponteiro da balança dispara.
Do outro lado do atlântico, pesquisadores da Universidade de Copenhague (Dinamarca), explicam a influência do cálcio sobre a obesidade de outra forma, mas que complementa os estudos americanos.
Eles comprovaram que alimentos ricos em cálcio interferem na absorção da gordura proveniente das refeições. Decodificando, o cálcio provoca um efeito desintoxicante, onde parte das moléculas gordurosas é excluída do organismo, ainda no processo digestivo, inviabilizando a formação e acúmulo de novos depósitos de gordura.
Para arredondar o conjunto destes estudos, existem evidências de que o cálcio tenha atividade no melhor aproveitamento da insulina — hormônio que tem o poder de realizar comando triplo para a obesidade. Bem, o excesso de insulina na circulação sangüínea contribui para:
1. armazenagem do excesso de glicose na forma de gordura,
2. inviabilizar a queima dos depósitos de gordura pré-existentes,
3. quadros de hipoglicemia que irão desencadear na necessidade de comer, urgente, mais glicose.
Obviamente, os 3 comandos descritos acima, levam ao aumento do excesso de gordura corporal.
No estudo realizado pela Universidade de São Paulo (Brasil), coordenado pela nutricionista Mariana Del Bosco, com um grupo de 42 participantes, foi detectada uma deficiência de cálcio justo naqueles que apresentavam excesso de gordura corporal. E, após 5 meses do estudo, sob alimentação monitorada para o consumo de fontes saudáveis deste mineral, a equipe de pesquisadores já notou a perda de peso, principalmente no abdômen.