A visão tântrica da vida
por Elisabeth Cavalcante em AutoconhecimentoAtualizado em 08/04/2020 11:35:19
Viver de modo autêntico, espontâneo e natural é a única forma de se alcançar a plenitude do ser na jornada da vida, segundo a filosofia tântrica, originária da Índia. Ela defende a sensitividade, que consiste na aceitação e na vivência plena dos sentidos, das emoções e dos sentimentos, como um caminho para a experiência orgástica.
Quando se refere à experiência orgástica, o Tantra não se limita à energia sexual, embora esta ocupe um papel central nesta filosofia, já que para os tântricos, a repressão do sexo é um dos maiores obstáculos para a obtenção da felicidade.
O conceito tântrico de uma vida orgástica pressupõe a libertação de todos os tabus, limitações e condicionamentos, aos quais a maioria dos seres humanos é submetida, em seu processo de crescimento.
Desenvolver uma atitude tântrica diante da vida exige uma grande transformação interior. Ou seja, o principal foco de sua atenção deve voltar-se para si mesmo.
Somente um profundo conhecimento de si próprio, de suas motivações, medos e repressões, e a conseqüente aceitação dos mesmos, pode levar à libertação. Este processo é que permitirá que o relacionamento com o outro aconteça de modo pleno.
Enquanto não despertamos em nós a energia pura e autêntica do amor, não sabemos verdadeiramente o que é amar. Amor, segundo o Tantra, não é um ato, é um estado de ser.
Ninguém pode nos ajudar a experienciar isto, a não ser nós mesmos. Como? Através da prática constante da meditação, que tem como consequência um profundo relaxamento diante da vida. Uma atitude tântrica tem como requisito essencial o abandono de todas as tensões e uma entrega total aos desígnios da existência.
"Mais sensitividade é necessária, mais poesia é necessária. Mais vida, mais beleza, tudo mais é necessário... Procure o silêncio tântrico. Observe as ondas: quanto mais as observar mais poderá apreciar-lhes a beleza. Enquanto as observa, as mais sutis nuances do pensamento lhe serão reveladas. Isso é belo - mas você permanece como testemunha, você permanece na praia. Você está apenas sentado na praia, ou deitado ao sol, deixando que o oceano faça seu próprio trabalho - não interfere nele.
Se não interferir, o oceano, pouco a pouco, não interferirá com você. Ele continuará bramindo em toda a volta, mas não penetrará em você. É belo em si mesmo, mas está separado, uma distância existe. Essa distância é a meditação verdadeira, o verdadeiro silêncio". - Osho