É onde você cai que se apoia para se levantar
por Bel Cesar em AutoconhecimentoAtualizado em 29/05/2024 13:19:09
Tenho um vaso de Manacá Branca na entrada do consultório. Seu aroma é um presente para quem chega ou sai. Suave, levemente doce, nem a mais nem a menos. As flores caem e renascem sem parar.
Há alguns anos surgiram, de uma hora para outra, umas lagartas comendo avidamente todas as suas folhas. Chocada, comentei com o Pete e perguntei o que fazer.
Por um lado, queria salvar a planta; por outro, já havia aprendido com ele que temos que saber observar os fenômenos em relação ao ambiente antes de tirar conclusões precoces baseadas no medo e na esperança e interferir no processo.
Peter Webb é permacultor. Ele entende de plantas porque vivencia seus ciclos e confia na continuidade de seus processos. Pete me esclareceu que cada planta tem sua borboleta. "É incrível como esta planta, tão pouco conhecida em São Paulo, soube atrair sua borboleta". Mas a lição maior veio quando me disse: "As lagartas estão comendo as folhas e irão defecar na terra, retribuindo para a planta os nutrientes de que elas necessitam para manter sua sobrevivência".
Um ciclo perfeito de receber e dar. Uma sintonia fina, única e verdadeira entre ambas as partes.
Se eu não soubesse disso, teria retirado as lagartas e a força vital de ambas, plantas e borboletas.
É como Lama Gangchen Rinpoche nos fala: "É onde você cai que se apoia para se levantar".