Hipnose
por WebMaster em AutoconhecimentoAtualizado em 06/02/2004 16:31:31
A Hipnose existe desde que o homem apareceu na Terra. É um fenômeno Universal e faz parte da vida cotidiana de todos. Passamos por situações auto-hipnóticas todos os dias, várias vezes por dia.
No século XIX, James Braid deu a este fenômeno o nome de hipnotismo a partir do grego, hypnos = sono; mais tarde tentou trocar o nome, mas não deu, pois já havia se difundido.
No passado consideravam que o estado de transe (hipnose) era um estado patológico. Depois notaram que se tratava de um estado normal e a mudança acontecia de uma forma não consciente, sem a pessoa perceber o que acontecia durante a hipnose e as sugestões. Verificou-se que o transe que provocava a amnésia, tinha pouco efeito e por pouco tempo e então a hipnose foi abandonada por Freud e outros.
Após a 2a grande Guerra Mundial, a hipnose começou a retomar força no tratamento de traumas pós-guerra. E vieram novas teorias e técnicas.
Erickson começou a utilizar a hipnose de uma forma diferente. Não usava nenhuma indução clássica, mas sim uma indução especifica para cada paciente, dentro de uma técnica naturalista.
Antes se considerava que o hipnotizador curava, depois foi notado que a cura vem de dentro daquele que deseja se curar.
A hipnose é um estado de Atenção Focalizada, o que não quer dizer que se perca a consciência. Ocorrem modificações e só num nível muito profundo de transe pode acontecer um desligamento da atenção vigilante, e é quando pode ocorrer amnésia.
Esta é muito útil em mãos capacitadas, mas pode ser perigosa se aplicada indevidamente. Além disto, não basta apenas aprender a hipnotizar e a dar sugestões, é preciso conhecer o lado psicológico dos problemas que a pessoa manifesta.
Estar em transe, ou em estado modificado de consciência, não é ficar inconsciente, pelo contrário, é ficar com uma atenção especial, focalizada num determinado estímulo. Ela acontece naturalmente quando lemos um livro interessante, vemos um filme, ficamos com os pensamentos num determinado acontecimento passado, ou focalizados uma situação de alegria ou tristeza, (etc..) e “esquecemos” do resto ao nosso redor..(auto-hipnose).
O sujeito hipnotizado pode ouvir, sentir, falar, num estado diferenciado de consciência, mas não inconsciente.
Há várias definições de hipnose:
- Estado natural de consciência, diferente do estado de vigília.
- Estado mental semelhante ao sono, provocado artificialmente.
- Estado alterado e/ou modificado de consciência.
De acordo com a Associação Psicológica Americana: “É um procedimento durante o qual um pesquisador - ou profissional da saúde - sugere que um indivíduo experimente mudanças nas sensações, percepções, pensamentos ou comportamentos.
Para Erickson: o transe é um período no qual as limitações que uma pessoa tem, no que dizem respeito à sua estrutura comum de referência e crenças, ficam temporariamente alteradas, de modo que o paciente se torna receptivo aos padrões, às associações a aos moldes de funcionamento que conduzem à solução de problemas.
Atualmente os Terapeutas Transpessoais e os hipnoterapeutas Ericksonianos utilizam-se muito de técnicas hipnóticas vivenciais para aguçar a percepção do paciente na direção da solução de problemas. Na Psicologia transpessoal, as técnicas vivenciais em estados modificados de consciência têm-se mostrado muito úteis pois trabalham com as sensações físicas, emoções, pensamentos, sentimentos, intuições e também com a parte espiritual e cósmica, onde o indivíduo, completo, com todas as suas partes sendo consideradas e trabalhadas, chega mais rapidamente e de maneira mais eficaz à descoberta de seus pontos fracos e cresce como um todo.
Definição prática:
A hipnose seria a absorção da atenção do sujeito. A atenção seria focalizada através de uma indução ou de uma auto-indução, absorvendo a atenção da mente consciente e isto daria oportunidade da mente inconsciente se manifestar.
Hipnose no Centro Espírita:
O Terapeuta Espiritual pode aplicar técnicas de hipnose durante a orientação doutrinária no intercâmbio espiritual?
Torna-se útil quando não se conseguem diluir fixações mentais (situações, pessoas, sentimentos de mágoa e raiva, desejo de vingança, apego a pessoas e objetos materiais, etc..) pelos meios mais comuns da orientação. O orientador precisa ter ganho a confiança do Espírito (ou pessoa) e conhecer o objetivo a ser alcançado em cada caso.
Sugestões - Exemplos:
“Agora você vai perceber que não está mais naquele local (ou situação)”.
“Você já pode ver as pessoas aqui presentes, espíritos de luz e outros como você, encarnados e desencarnados”...
“Sinta os bons fluídos que caem sobre você neste momento aliviando e fazendo com que se sinta melhor...
“Você está com muita sede, faz tempo que não bebe uma água, principalmente límpida como esta que estão lhe oferecendo, beba e verá que irá se acalmar e clarear sua mente e conseguirá pensar melhor e perceber”...
“Você está cansado e precisando recuperar suas forças, necessita de um sono tranqüilo e agora poderá tê-lo, pois está entre amigos, protegido. Vai dormir um sono profundo e quando acordar se sentirá muito bem”. (Sugestão pós-hipnótica).
”Além disto, estes amigos estarão do seu lado para conversar, tirar suas dúvidas e lhe explicar muitas coisas que gostaria de saber”.
“Você vai acompanhar seus novos amigos que vão leva-lo a um Hospital especial onde fará um tratamento para se equilibrar ou se livrar do problema... e após isto, então será orientado e poderá”...
“Veja agora que o meu amigo está a lhe mostrar: uma cidade do mundo espiritual para onde poderá ir se quiser e”...
“Você é filho de Deus e ele te ama e te perdoa, sinta este amor que vem dele”...
“Escute o que este Ser de Luz que está ao seu lado vai lhe dizer (ou mostrar)”.
“Olhe ao seu redor e perceba que aqui está alguém que te ama muito e está te transmitindo este amor e”...
“Faça um esforço, nós sabemos que você pode se lembrar daquilo que é importante e precisa saber neste momento, os amigos ao seu lado vão ajudar mandando-lhe fluidos”...
“Não precisa ter medo de lembrar, pois apesar de ser difícil lembrar certas situações dolorosas, você agora sabe que isto já passou e não está acontecendo neste momento, é passado”.
“A lembrança vai te ajudar a entender”...
“Quando acordar você vai perceber... o quanto Deus o ama e que você poderá ser feliz”.
“Note que na verdade não é você que o aprisiona, mas você é que se prendeu a ele, deixou de ter vida própria, passou a viver em função dele...Reflita... Pode ser que consiga ver até as correntes que o amarram a ele, mas você pode soltá-las quando quiser”.
O que serve também para nós, encarnados!
Maria José Gomes da Silva Nery
Psicóloga Clínica Espírita - GECC - Campinas – SP
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