Inteligência Plural e os exercícios cerebrais
por Conceição Trucom em AutoconhecimentoAtualizado em 05/05/2003 12:26:32
O cérebro humano é a máquina mais sofisticada que possuímos. Pena que não venha com manual de instrução. Sabe-se que utilizamos em média apenas de 4 a 7% de nossa capacidade cerebral e mental e, mesmo um gênio como Einstein, acredita-se que chegou a utilizar somente cerca de 10%.
O ser humano nasce com 100 bilhões de neurônios - células cerebrais – morrendo milhares por dia. Na espessa e intrincada teia destes neurônios, tudo está perfeitamente organizado, dividido, catalogado e indexado. Complicadas conexões nos permitem ver, ouvir, memorizar, vibrar e, ao contrário dos outros animais, planejar o futuro. O mais espantoso é que tudo se faz mediante um projeto meticuloso da natureza, nada se desenvolvendo ao acaso.
Na gênese, as malhas de neurônios são geradas no lugar certo e na proporção exata. Todas as informações necessárias à estruturação dos mecanismos cerebrais já estão demarcadas no "guia de montagem e instalação" oferecido pelo DNA.
Logo depois do nascimento da criança, vários processos são desencadeados no desenvolvimento das funções cerebrais. Um recém-nascido apresenta cerca de um quarto da massa cerebral de um indivíduo adulto, mas já tem quase todos os neurônios dos quais se valerá pelo resto de seus dias. Isso porque os neurônios e suas conexões crescem em tamanho, expandem-se e organizam-se em grandes linhas de processamento.
Para que o cérebro desenvolva todo seu potencial, é preciso que continuamente seja estimulado, provocado, trabalhado em suas centrais de comunicação. Isto porque os neurônios só processam sensações e informações quando estão agrupados em redes (malhas de ramificação), de especialização.
Assim, a amplificação da inteligência e poder mental está diretamente ligada ao número de ramificações existentes entre os neurônios. E estas redes especializadas podem ser formadas, integradas e fortalecidas por estímulos de áreas específicas do cérebro.
Assim, descobriu-se que o declínio mental das pessoas com a idade não advém necessariamente da morte das células nervosas, mas principalmente da redução do número e da complexidade destas redes.
Pesquisas recentes comprovam que neurônios velhos podem desenvolver uma ampla rede de ramificações para compensar as perdas com a idade.
Surgem então os exercícios cerebrais para ajudarem a estabelecer essas refinadas redes de conexões e sofisticá-las.
O QUE É INTELIGÊNCIA?
A melhor definição que conheço: é a capacidade de encontrar a melhor solução para um desafio no menor tempo possível. Isto significa flexibilidade, versatilidade, criatividade e adaptabilidade associadas à uma boa lógica ou a um sentido maior de realidade.
Entretanto, cada dia mais se amplia esse conceito. Hoje, diz-se que inteligência é plural e não singular. Não pode ser quantificada ou medida. Não importa mais quanto, mas como se é capaz. A inteligência não passa só pelo cognitivo, inclui o afetivo, o emocional, o corporal, resultando de uma combinação harmoniosa destes aspectos. Enfim, é o responder de forma adequada a todos os desafios da vida, tenha ele o contexto que tiver.
A esta inteligência plural tem-se dado o nome de Inteligência Emocional, ou seja, aquela que nos permite conviver com as emoções, frustrações e todos os relacionamentos, através de pensamentos, crenças, diálogo interno, auto-estima e auto-imagem positivas. Com uma desenvolvida capacidade de se relacionar de forma eficiente e agradável com a vida e as demais pessoas.
Aquele famoso QI (Quociente de Inteligência) torna-se uma grande bobagem porque os gênios são gênios geralmente numa determinada matéria, somente.
Einstein possuía uma inteligência científica mas sabe-se que era muito deficiente na qualidade das suas relações familiares.
Assim, para utilizar o cérebro de maneira mais plural e integrada existem alguns hábitos e exercícios, alguns deles muito antigos, presentes na Yoga, Tai Chi Chuan e técnicas de meditação, que irão provocar o uso cada vez mais pleno de todos os nossos centros de inteligência.
Interessante ressaltar que, embora a Ginástica Cerebral tenha ficado famosa a partir dos anos 60 pela pioneira pesquisa cerebral aplicada do Dr. Paul E. Denison - um médico indiano que realiza nos EUA um trabalho de Educação Cinestésica - ela está presente na busca evolutiva da humanidade desde os seus primeiros registros.