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Por que nos sentimos em conflito?

por Enilene Nascimento em Autoconhecimento
Atualizado em 21/07/2003 11:55:02


Uma vez ou outra, nossos desejos, interesses e convicções podem colidir com os das pessoas que nos rodeiam. E, assim como são comuns esses choques entre nós e nosso ambiente, também os conflitos íntimos fazem parte da vida humana.
Bem, cabe aos seres humanos a capacidade de fazer escolhas, de tomar decisões.

Podemos decidir entre desejos que nos conduzem a direções opostas como por exemplo querer ir ao teatro, ao mesmo tempo que queremos ir dançar. Assim, também pode haver um choque entre desejos e obrigações: podemos querer ficar dormindo quando temos diversos afazeres que necessitam ser providenciados. Podemos ficar indecisos entre dois sistemas de valores ou crenças que internalizamos e que podem ter amplitude ou intensidade variadas.

A decisão entre o que escolher também é variada e vem de encontro com a sociedade ou civilização em que vivemos, pois somos seres gregários, portanto não desejamos viver reclusos. Dentro do parâmetro de escolha vem também a renúncia a alguma das alternativas.

Estamos dispostos a renunciar ao que quer que seja? Tomar uma decisão pressupõe a vontade e a capacidade de assumir a responsabilidade sobre tal decisão. E, através destas dicas procure perceber quais são os seus conflitos, pois viver conscientemente os conflitos, apesar de dolorosos, pode ser um Dom inestimável. Você se acha capaz de assumir responsabilidades sozinho(a)? É preciso refletir, pois o conflito diz respeito a uma escolha concreta entre duas possibilidades, que podem ser consideradas realmente desejáveis pela pessoa. Você pode chegar a uma decisão prática, mesmo que isso lhe seja penoso e requeira uma certa dose de renúncia. Podemos perceber que existe certa quantidade de MEDO. O medo nada mais é que uma vontade reprimida. Os seres humanos têm vontades, desejos e reprimem suas emoções e sensações a tal ponto que somatizam, provocando doenças em seus corpos.

Quando não aceitamos o que a alma quer, também existe um conflito.
Muita vezes sabemos que resolver mais uma vez o problema financeiro, de um parente, por exemplo, irá torná-lo dependente, mas para parecermos boas pessoas diante dos outros, acabamos por ceder. Nossa alma - ou inconsciente - tem noção de nossas atitudes previamente e passamos a sentir-nos angustiados e infelizes. Um parâmetro de percepção para o caso exemplificado é: se me sinto mal está errado. Se me sinto bem está certo. E aí, podemos encontrar outro indício de que poderá surgir um novo conflito: Resolvemos o problema financeiro do parente para ser mais amado(a)? Ou percebi a real necessidade dando-lhe uma oportunidade?

Assumir responsabilidade por suas decisões e suas atitudes é a resposta correta, porque quando você toma uma atitude esperando recompensa você pode estar carente de afetividade. A sua verdade pode ser diferente da verdade das outras pessoas. O processo terapêutico surge para que possamos reconhecer nossos valores e crenças, e assim, poder passar pelos desafios e conflitos da vida com mais atenção, percepção e aprendizado, pois fazer análise é simplesmente buscar autoconhecimento.

Todos temos conflitos, mas o importante é, além de reconhecê-los, saber porque cada um de nós têm conflitos independentes, diferentes uns dos outros ou até conflitos iguais aos de muitas pessoas. Respeitar-se, reconhecer-se, não querer ser vítima e muito menos desejar a piedade de outras pessoas pode ser um grande começo. Quando cedemos aos desejos de outras pessoas, mesmo contra nossa vontade, o que você está ganhando com isso? É importante prestar atenção, pois se isto está acontecendo com você é porque você realmente está se beneficiando em algo, e por isso continua cedendo mais à vontade de outras pessoas que às suas próprias vontades.


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clubestum Enilene Nascimento é Psicanalista Transpessoal, Dançaterapeuta, Terapeuta Corporal, Naturopata, Palestrante E Professora.

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