SINAIS: Repetição patológica/paranóica
por WebMaster em AutoconhecimentoAtualizado em 11/10/2002 17:40:08
Recebido de Alexander Zimmer
Fui assistir esta semana ao filme "Sinais" e grande foi minha decepção, pois o que poderia ser um filme muito bem construído em cima de um enredo baseado em fatos reais, acabou se tornando mais um espelho da paranóia americana, de que todos são inimigos em potencial e de que vivemos ameaçados por todo tipo de seres hostis. É impressionante o quanto a visão americana se mostra limitada e tacanha no que se refere a natureza; por viverem um "American Way of Life" predatório, descaradamente explorador e escravizante, acreditam e querem fazer todo o planeta acreditar que todos e qualquer outra civilização que possa existir também tem uma mente doentia como a deles. É lamentável, que se desperdice um bom tema, que poderia ser abordado de forma séria e interessante, com fantasias fantasmagóricas e terríveis, fruto de seus próprios medos, que advém de seu próprio comportamento censurável em relação ao mundo que os rodeia.
Fiquei decepcionado. Shayamalan, o diretor, um indiano radicado nos EUA, parece já estar contaminado com o vírus da paranóia americana. Ao invés de seguir o exemplo de um Spielberg, que nos legou duas obras importantíssimas como o foram "ET" e o merecidamente aplaudido "Contatos Imediatos do Terceiro Grau", obras estas que nos fazem pensar e buscar uma integração maior até mesmo com um universo que nos mostra a cada dia o quanto é harmonioso, prefere simplesmente usar mão do já senil recurso sensacionalista, que nada tem a acrescentar de positivo, apenas alimentar mais o medo de tudo, que é o maior entrave para o desenvolvimento e evolução do homem atualmente. Pois é, acertou a mão com "O Sexto Sentido", mas acabou perdendo o sentido, ao fazer aquilo que o cinema americano já faz incansavelmente e que nos faz bocejar e procurar um bom filme europeu, ou um bom livro, pois estaremos ganhando muito mais.
Deu mole, Shayamalam!
