Tomando Decisões Claras
por WebMaster em AutoconhecimentoAtualizado em 02/01/2002 16:37:39
Fernando A Oliveira (Anand Apurva)
Osho explica a um professor - que veio à Osho Commune para uma curta visita de 25 dias e está inseguro sobre se deve retornar ao seu trabalho no ocidente ou ficar - como tomar decisões claras, a partir da totalidade e não a partir da mente.
Apenas faça alguns grupos e aproveite estes dias.
Assim é que a mente continua a destruir todas as possibilidades; ela continua a sacrificar o hoje pelo amanhã. Quando chega o amanhã, veremos. Não há necessidade de decidir exatamente agora – você pode ter 24 dias para decidir. Comece a decidir na noite do vigésimo quarto dia. Até o vigésimo quarto, fique completamente despreocupado; esta coisa pode ser decidida facilmente. Viva estes dias tão totalmente quanto possível.
A partir desta totalidade virá a decisão. A decisão é boa quando vem a partir da vida; ela é ruim quando vem somente a partir da cabeça. E quando ela vem a partir da cabeça, nunca é decisiva, é sempre um conflito. A alternativa fica em aberto e a mente continua e continua, de um lado para outro. Assim a mente cria o conflito. O corpo sempre está aqui-agora, a mente nunca está aqui-agora, este é todo o conflito. Você respira aqui e agora, você não pode respirar amanhã e não pode respirar ontem. Você tem de respirar neste momento, mas você pode pensar sobre o amanhã e pode pensar sobre ontem. Então o corpo permanece no presente e a mente continua a pular entre o passado e o futuro, e existe uma divisão entre a mente e o corpo. O corpo está no presente e a mente nunca está no presente, eles jamais se encontram, jamais se cruzam. E por causa desta divisão surge a ansiedade, a angústia e a tensão; a pessoa está tensa; esta tensão é preocupação.
A mente tem de ser trazida para o presente porque não existe outro tempo. Então, sempre que você começar a pensar demais no futuro e no passado, simplesmente relaxe e preste atenção à sua respiração. Todos os dias, durante uma hora pelo menos, simplesmente sente numa cadeira, relaxado, fique confortável e feche os olhos. Simplesmente comece a olhar a respiração. Não a mude; apenas olhe, observe. Observando-a, ela irá se tornar mais e mais lenta. Se comumente você dá oito respirações em um minuto, começará a das seis, cinco, quatro, três, dois...
Dentro de duas semanas, três semanas você estará dando uma respiração por minuto. Quando você está dando uma respiração por minuto, a mente está chegando mais perto do corpo. A partir desta pequena meditação, chega um momento em que, por alguns minutos, a respiração pára. Três, quatro minutos passam e então uma respiração. Então você está sintonizado com o corpo e irá saber pela primeira vez o que é o presente. Do contrário, ele é apenas uma palavra; a mente jamais o conheceu, a mente jamais o experenciou.
Então, durante estes vinte e quatro dias, por uma hora todos os dias, relaxe na respiração e deixe a respiração acontecer...Ela acontece automaticamente. Quando você caminha, ela acontece naturalmente. Pouco a pouco, acontecerão intervalos e este intervalos lhe darão a primeira experiência do presente. Destes vinte e quatro, vinte e cinco dias, a decisão irá surgir, seja ela qual for, se a decisão disser volte, então volte...e você ficará feliz em ir. Se a decisão disser, fique, você ficará feliz em ficar.
A decisão que surge não é o mais importante. A coisa mais importante é de onde ela vem, não o que ela é, mas de onde. Se ela vier da cabeça, irá criar miséria. Você pode decidir partir, e a cabeça, metade da cabeça, continuará a dizer, "Você está fazendo bobagem. Você devia ter ficado." Você pode decidir ficar e metade da mente irá dizer, "O que você está fazendo? Você está perdendo o seu emprego, irá sofrer mais tarde, irá ter problemas. É melhor partir."
Mas se alguma decisão surgir a partir da totalidade, então você nunca, nunca se arrepende por um único momento. Um homem que vive no presente não conhece nada de arrependimento; ele nunca olha para trás, nunca muda o seu passado e as suas memórias e nunca arranja o seu futuro.
A decisão da cabeça é uma coisa feia. A própria palavra "decisão" significa "de-cisão" ela corta fora. Não é uma boa palavra. Ela simplesmente significa que corta você fora da realidade.
A cabeça continuamente o corta fora da realidade.
Osho
extraido de The Open Door