Açúcar X Saúde - Parte 5
por Conceição Trucom em Corpo e MenteAtualizado em 03/03/2006 13:35:00
Não posso deixar de agradecer a todos os internautas pela a atenção, manifestação e gratidão que estão dedicando a esta série de textos: Açúcar x Saúde. Já estamos na Parte 5, e, tenho sabido que, a forma como tenho colocado este assunto em pauta, está mexendo com a vida de todos.
Isso é muito bom, porque só o fato de parar para pensar, rever hábitos nunca questionados, saber que tipo de açúcar é mais “conveniente” comprar e quanto usar, irá provocar ENORMES diferenças em suas vidas. Quem já começou, sabe!
E um aspecto interessante desta série é que ela está tendo uma interatividade nova com vocês leitores.
Assim, antes de seguir com mais informações, vou responder duas das muitas perguntas interessantes que tenho recebido.
Olá Conceição, tudo bem? Parabéns pelos teus artigos que são muito instrutivos e bem escritos! Estou aprendendo muito! Olhando as tabelas da Parte 3 fiquei sem entender algumas coisas:
1) Sempre pensei que arroz integral fosse uma das melhores coisas para comer e que...
2) Amendoim engordasse muito porque dizem que tem muitas calorias.
3) Por que batata cozida é diferente de assada e mingau de aveia diferente de biscoito de aveia?
4) Fiquei espantada também ao ver que macarrão branco engorda menos que pão integral, por exemplo.
5) Resumindo, a gente só deveria comer feijões, lentilhas, etc (além das frutas e verduras)?
Olá, Patrícia!
Duas coisas eu peço: 1) Continue lendo a série Açúcar x Saúde. 2) Que leia novamente a Parte 3.
As tabelas que menciona são de índice glicêmico (IG) e não de caloria ou potencial engordativo. Ou seja, o IG é uma medida científica da velocidade que cada alimento apresenta de liberar glicose no sangue após um tempo determinado de digestão; quanto mais fibra, gordura e complexidade do açúcar aquele alimento tiver, menor será seu IG, portanto mais saudável e menos "engordativo". Entenda esse "engordativo" entre aspas como: desde que consumido com bom senso, pois na Parte 4, apresento as quantidades básicas.
Quanto às massas, durante seu processo de preparo acontece uma alquimia que dificulta a digestão dos amidos, motivo pelo qual é um alimento preferencial para diabéticos e atletas antes das competições. Este é o motivo pelo qual massas (sem molhos gordurosos) são menos glicêmicas que o arroz integral.
Entretanto, o arroz integral é tem menor IG que o arroz branco, principalmente se preparado com bastante vegetais como cenoura, milho, ervilha, etc.
Alimentos cozidos são mais glicêmicos que os crus, pois o processo de cozimento acelera a hidratação e quebra (digestão) dos açúcares. E este é o motivo porque alimentos instantâneos são tão glicêmicos.
Alimentos com fibras (todos os vegetais e cereais integrais), elevado teor de proteína e/ou gordura nutricional (sementes e leguminosas), também tem menor IG, pois tanto as fibras como as gorduras e as proteínas, agem dificultando a digestão e a liberação da glicose no sangue, portanto menos picos glicêmicos.
De qualquer forma, a idéia não é deixar de comer tudo o que é muito glicêmico, mas reduzir seu consumo, e, ao consumi-lo, fazer combinações com outros alimentos de IG mais baixo, como o exemplo do arroz à jardineira, do sorvete de frutas e sobremesas naturais, etc.
Sobre o amendoim, ele tem baixo IG, mas realmente é bastante calórico. Entretanto, por ser uma fruta oleaginosa, como as sementes de girassol, gergelim, as nozes e castanhas, contêm muita fibra, proteína vegetal, gorduras nutricionais e oligoelementos, todos componentes de fundamental importância à saúde humana. Portanto a quantidade diária que devemos ingerir é importante, mas deve ser pequena como nas tabelas da Parte 4.
Enfim, imprima todas as Partes e leia com bastante cuidado. Curta os conceitos nelas contidos, pois esta série está mudando a vida de muitas pessoas. Ah! Este seu questionamento foi muito ilustrativo. Posso usá-lo para colocar na próxima Parte (5)?
Olá, Conceição!
Estava lendo a Parte 3 da série Açúcar X Saúde, e lá descobri que o mel de abelha é super prejudicial, pois tem mais de 100% de índice glicêmico, e daí fiquei desapontada. O açúcar (quando digo açúcar estou me referindo ao açúcar branco e refinado) sempre foi um assunto que questiono em minha vida, e ultimamente achei que tinha começado a achar uma solução. Passei a comprar açúcar mascavo e substituir o branco ao máximo que podia. E além disto, nos meus sucos de frutas, passei a usar o mel de abelha. Apesar do mel ser bem mais caro que o açúcar e adoçar menos (preciso maior quantidade para adoçar até o ponto que estou acostumada), mesmo assim, pensei que tinha achado a solução, e estava super feliz. Mas daí percebi que não é bem assim, e a dúvida continuou: Com o que devo adoçar os sucos, sobremesas e alimentos doces de forma saudável?
Preciso de dicas! Grata pela oportunidade de contato... Obrigada! Parabéns pelo belo trabalho. Paz e Alegria, Abraços, Lílian B.K.
Olá, Lílian!
Peço que você releia toda a série Açúcar x Saúde, com atenção especial à parte 2.
É isso mesmo, o mel é REMÉDIO e deve ser usado com MODERAÇÃO. Não como adoçante, pois ele é muito glicêmico, apesar de bem diluído em água.
A saída é MODERAÇÃO mesmo. Selecionar as melhores opções (mascavo, demerara, melados de cana ou caju) e ainda assim, com moderação.
AÇÚCAR deprime o sistema imunológico, envelhece e vai matando as pessoas aos poucos.
Moderação em tudo, mas com o açúcar, que é um vício nacional (talvez mundial), todo cuidado é pouco.
Reeducação do paladar é a melhor saída, pois assim não se perderá nunca o prazer - tão importante à significância da vida - ao nos alimentarmos.
Não percam nas próximas semanas: Parte 6 – Fibras / Parte 7 – Os adoçantes