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Como será 2014?

por Rosemeire Zago em Corpo e Mente
Atualizado em 23/12/2009 14:43:15


Quando pensamos que o ano já acabou e daqui a algumas horas estaremos em 2014, as cobranças e dúvidas começam a surgir. O tempo parece voar cada vez mais rápido deixando a nítida sensação que pouco conquistamos, nada fizemos, seja por situações desagradáveis que aconteceram, frustrações que não esperávamos, doenças que preocupam, amores que não deram certo ou sequer apareceram, mudanças que não ocorreram, outras que trouxeram dor, perdas financeiras, enfim, muitas das coisas que pretendíamos começar a fazer no início do ano mal conseguimos realizar no dia a dia, como se estivéssemos sempre apagando incêndios que vão surgindo aqui e ali, e as mudanças que desejávamos realizar ou os sonhos que pretendíamos alcançar não se tornaram realidade, ao menos não em 2013, e pensamos: quem sabe no próximo ano... E assim, vamos acumulando mágoas, ressentimentos, raiva, ódio, decepções, todos estes sentimentos negativos que estamos cansados de saber que só nos fazem mal, mas que alimentamos com nossos pensamentos, muitas vezes, sem percebermos. Por mais que as promessas de mudanças para serem feitas durante 2013 possam ter sido muitas, pouco conseguindo realizar, ficando algumas apenas na intenção, tenho certeza que conquistas aconteceram, ainda que você não as considere. Não devemos julgar ou quantificar aprendizados e conquistas, o importante é estarmos atentos se aconteceram ou não, o tamanho pouco deve importar.

E a vontade de fazer novos planos? Foram se diluindo a cada dia do ano que está terminando? Não, não podemos desistir e nos acomodarmos naquilo que nos faz infeliz. Sim, o ano está terminando, mas outro estará logo começando e nossa vida continua, onde podemos desbravar novos caminhos, termos novos sonhos, aprendermos com tudo que passamos, onde poderemos realizar e mudar o que quisermos se estivermos abertos ao crescimento, o qual deve ser contínuo.

Devemos pensar em recomeçar ou fazer diferente diante das experiências passadas em qualquer época do ano, mas Dezembro possui uma energia toda especial, universal, fazendo com que fiquemos mais sensível, humilde, dispostos a exercitar o perdão, melhorarmos como seres humanos que somos, não porque o ano está chegando ao fim dando passagem para 2014, mas porque sentimos a necessidade de evoluirmos sempre, porém, enquanto permitirmos que sentimentos negativos perpetuem dentro de nós, nada conseguiremos, a não ser os mesmos resultados. Por exemplo, se nos sentimos machucados, injustiçados, podemos perdoar; se fomos acometidos por uma doença, um acidente, podemos considerar como um sinal de que algo dentro de nós deve ser mudado e nos curar; se percebermos que estamos mantendo padrões destrutivos, podemos mudar nossos comportamentos e quebrar esses padrões para que não se repitam; se erramos, devemos considerar como uma aprendizagem para nossa evolução e não perpetuarmos a dor nos culpando ou criticando. Podemos e devemos fazer tudo isso não pelo outro, mas por nós mesmos, para que nossa própria energia se transforme em sentimentos positivos.

O mais freqüente é as pessoas pensarem que se não conseguiram aquilo que esperavam ou que não efetivaram as mudanças que desejavam, tudo está perdido e resta apenas se lamentar. Puro engano! Tudo que nos acontece tem um motivo de ser, algo que nos chama para o crescimento espiritual, principalmente num momento em que as pessoas encontram-se tão perplexas diante de tanta guerra, morte, crueldade, verdadeiras barbaridades que presenciamos a cada minuto no mundo. Mas e nosso mundo interno? Por que permitimos que reflita dentro de nós o que está acontecendo fora? Não seria o contrário? Se cada um se preocupar só um pouquinho em fazer seu próprio mundo interno melhor, com certeza poderíamos obter muitas conquistas, e transmitiremos aos que ainda se encontram na escuridão a luz para que possam voltar a enxergar, mudar e brilhar.

Mas as pessoas desejam mudanças rápidas e assim buscam caminhos paliativos, verdadeiros atalhos que só as fazem permanecerem no mesmo lugar e com os mesmos sentimentos, não conseguindo atrair nada de bom para si. Resistem a sair do mundinho em que se encontram, de sua zona de conforto, e ainda assim, desejam que os resultados sejam diferentes daqueles obtidos até agora, como se fosse possível obter alguma conquista num passe de mágica. Dificilmente desejamos olhar verdadeiramente para dentro de nós e identificarmos porque sofremos. Você sabe a causa de seu sofrimento? A maioria sequer pensa a respeito. Considera as situações negativas e destrutivas como se fosse um modo de viver, sentindo-se no fundo, incapaz de realizar alguma mudança. Ou seja, algo a fez acreditar que mudar está acima de sua capacidade. E isso não é verdade!
Como resistimos a mudar! Nos sentimos incapazes de sairmos de uma situação, mesmo quando oprime, machuca, sufoca, aprisiona. Quase sempre todos que estão a nossa volta percebem nosso sofrimento, mas nós próprios não percebemos, ou fingimos não perceber, como se não estivéssemos sentindo a dor que é evidente aos olhos dos outros, mas que nos negamos em admiti-la.

O medo e a insegurança de conseguir realizar alguma mudança pode ter a origem na infância, quando nos faziam acreditar que não seriamos capazes de resolver nada por nós mesmos.
Mas agora, adultos que somos, podemos mudar essas crenças e a nossa realidade. Para reduzir os riscos do processo de mudança é preciso analisar a situação atual. Mas vá com calma, sem desespero ou pressa para resolver o que levou anos para chegar aonde chegou.
Voltando ao sofrimento... Perceba o que não está bem, o que lhe causa insatisfação. Como gostaria que sua vida estivesse? Se mantiver os mesmos pensamentos, sentimentos, carregando dentro de si tantas mágoas, ódio, raiva, ressentimentos, culpa, ou seja, tudo igual, se continuar fazendo tudo como tem feito, conseguirá obter um resultado diferente do que tem obtido? Com certeza, não! Como deseja que sua vida seja em 2014? Não é preciso ter bola de cristal, ou consultar uma cartomante, basta perguntar-se: se eu continuar fazendo como tem feito, conseguirei chegar lá como quero? As respostas estão muito perto, bem dentro de você! Pense em como você poderia agir, o que depende apenas de você? Imagine como gostaria que tudo fosse, deixe sua imaginação fluir, sem censuras, medos, permitindo-se apenas sentir todas as possibilidades, mesmo aquelas que a princípio pareçam impossíveis. Ao imaginar, como se sente? Mais aliviado, mais feliz? Ou a angústia aumenta? É preciso identificar o que sente, pois é esse sentimento, no caso de alívio, tranqüilidade e paz, que vai indicar se esse é o caminho que deve seguir. Mas se sentir angústia, reflita um pouco mais, talvez algo esteja querendo te mostrar que o caminho deve ser outro.

A imaginação apoiada na vontade do desejo sincero de conseguir tem um poder muito forte e profundo para o inconsciente na criação da realidade. Ao entrar em contato com seus próprios sentimentos, desejos e valores, perceba as crenças e comportamentos que não servem mais e devem ser jogados fora e/ou atualizados, sentindo assim mais próximo de sua essência, do seu verdadeiro "eu". Agora procure resgatar suas referências internas que devem estar perdidas ou sendo manipuladas pela influência de outras pessoas. Procure seu eu mais verdadeiro, e não aquilo que desejam que você seja ou tenha. Aproveite e jogue fora tudo aquilo que te limitou até hoje, que te impediu de acreditar em você. É hora de ser honesto e verdadeiro consigo mesmo ao buscar o que realmente quer e não desistir por se considerar incapaz de conseguir ou que não seja merecedor ou ainda, por não ter consciência de seu próprio valor. Não limite seu desejos, seus sonhos!

Analise suas escolhas e decisões que tomou até hoje e perdoe-se pelas escolhas erradas que fez no passado. Tire apenas as lições que tudo isso deixou. Perdoe-se do que já fez e lembre-se que na época era o melhor que conseguiu fazer, afinal, você não tinha os valores, a experiência e a consciência de hoje. Agora, escolha um caminho e comece a agir. Não pense em quanto tempo irá demorar para surgir o resultado. O importante é fazer a caminhada e vez ou outra olhar para trás para rever os erros e com eles, valorizar o aprendizado e as conquistas.

Nem sempre é possível ter certeza do resultado de nossas escolhas, mas lembre-se de que se não mudar, não tentar, os resultados poderão ser os mesmos e a insatisfação continuará no final de 2014. É isso o que quer? Com certeza, não. Para mudar o resultado terá que mudar alguns pensamentos e comportamentos. Como você pode começar? Arregace as mangas e vá em frente! Qual pode ser o primeiro passo? Isto só você poderá responder, e nem precisa esperar o próximo dia 31 de Dezembro, comece o processo de mudança agora! Mas para que saiba quais são as respostas que deseja é preciso que ouça aquela voz que lhe fala bem no fundo de sua alma e que você raramente se permite ouvi-la: ouça simplesmente -e somente- a voz de seu coração que clama apenas por seu amor, compreensão e paz consigo mesmo. E comprometa-se a fazer isso todos os dias de 2014, todo os dias de sua vida... Simples assim! E que em 2014 cada um de seus mais sagrados sonhos se realizem!



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zago
Rosemeire Zago é psicóloga clínica CRP 06/36.933-0, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática. Estudiosa de Alice Miller e Jung, aprofundou-se no ensaio: `A Psicologia do Arquétipo da Criança Interior´ - 1940.
A base de seu trabalho no atendimento individual de adultos é o resgate da autoestima e amor-próprio, com experiência no processo de reencontrar e cuidar da criança que foi vítima de abuso físico, psicológico e/ou sexual, e ainda hoje contamina a vida do adulto com suas dores.
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