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Comunicação: A questão da linguagem

por Marilia Reis em Corpo e Mente
Atualizado em 09/08/2000 10:33:49


Como fazer para que a nossa mensagem seja mais facilmente compreendida pelos outros?
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que as representações internas da realidade se organizam por meio de imagens, sons e sensações arquivados na mente e que são denominadas sistemas representacionais. Apesar de todos terem as experiências arquivadas nestes três sistemas, é comum as pessoas apresentarem um deles mais desenvolvido. E isso se manifesta em diversos aspectos do comportamento.

Quanto à linguagem, a Programação Neurolingüística percebeu uma relação que se estabelece automática e intuitivamente: as palavras que usamos acompanham e refletem o nosso processamento interno. Ou seja, se prestamos atenção ao aspecto visual da nossa experiência interna (mesmo que inconscientemente), a tendência é usarmos uma quantidade maior de palavras que denotem características visuais, como olhar, ver, claro, perspectiva, enfoque, enquadrar, brilho, etc. Já quando processamos auditivamente, utilizamos palavras com conotação auditiva, como ouvir, perguntar, som, silência, questionar. E se operamos mais cinestesicamente, aparecem termos que descrevem sensações, como sentir, pegar, frio, pesado, gostoso, cheiro.

Quando se tem sistemas preferenciais diferentes, seu reflexo na comunicação pode ser o seguinte: numa conversa em português, uma pessoa fala em "português visual" enquanto a outra em "português auditivo". É aí que surgem situações nas quais têm-se a impressão de que "fulano falou em grego".
Imagine um casal de namorados em que a garota, cinestésica, comenta com o namorado que "sente o relacionamento meio frio, que eles não têm mais tantos momentos gostosos juntos e está aflita com isso". Ele, visual, responde que "não concorda e acha que ela está vendo a situação por uma perspectiva muito negativa, que é melhor olhar por outro ângulo e perceber que ele só está trabalhando demais, mas que sempre mostrou o quanto gosta dela". Por mais que o rapaz tente acalmar a namorada, se ele falar desta maneira é provável que a moça não se sinta entendida. Enquanto ela fala do que sente sobre o relacionamento, ele diz como vê a situação. Nesta conversa não existe lado errado ou certo. O que há é uma diferença de sistemas preferenciais, que produz uma conversa sem muitos pontos de contato.

A PNL descobriu que os grandes comunicadores são pessoas flexíveis e que têm os três sistemas representacionais bem desenvolvidos. Eles operam igualmente em qualquer sistema e assim podem comunicar-se de maneira compatível com os outros. É como se fossem "poliglotas em uma língua só".

Acontece que todos podemos desenvolver as mesmas habilidades de um bom comunicador. Isso porque agora conhecemos os ingredientes de uma comunicação eficaz, sendo que um deles é a capacidade de acompanhar o sistema preferencial do nosso interlocutor. Essa habilidade precisa ser treinada, da mesma forma que treinamos nossos músculos quando nos exercitamos. No começo pode parecer estranho usar palavras que não são muito habituais para nós. Mas à medida em que vamos flexibilizando nossa comunicação, essa atitude torna-se cada vez mais espontânea, a ponto de nem mais precisarmos prestar atenção nela.



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clube Marilia Reis é Psicóloga e trabalha com Programação Neurolinguística. Atende adolescentes e adultos em seu consultório em São Paulo. Conheça o interativo de PNL
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