Excesso de gordura corporal e toxinas
por Conceição Trucom em Corpo e MenteAtualizado em 11/06/2004 13:01:43
Por que carregar este lastro?
Como a própria palavra explica, o “excesso” é algo que não necessita estar acontecendo.
“Excesso” é algo que está sobrando, ocupando um espaço, consumindo uma atenção ou uma demanda de energia que não deveria. Excesso é uma “desnecessidade”.
É claro que o corpo humano, na sua perfeição divina, necessita ter um percentual do peso ideal como massa gorda. São 15% de massa gorda no caso de homens adultos, e 22% de massa gorda no caso de mulheres adultas. Este percentual ideal de gordura corporal cumpre papéis importantes como regular a temperatura, proteger órgãos, formar a massa cerebral inteligente (lipoproteínas), etc.
Mas, quando em excesso, esta gordura passa a ser um lastro, um peso, uma fonte geradora e propagadora de toxicidades e dificuldades.
Se o excesso de gordura corporal é algo ruim, Por que deixamos que este excesso faça parte de nosso corpo físico?
Digamos que sejam 5 quilos acima do peso ideal, portanto uma carga de 5 quilos, movimentada 24 horas/dia sobre a estrutura óssea/muscular dos pés, joelhos, pernas e coluna. Uma demanda que exige mais do coração, fígado, rins, pulmões, etc. Para tal, todo o corpo sofre e precisa criar condições, em princípio desnecessárias, para administrar todas as “desnecessidades” e dificuldades então geradas.
Quanto maior o excesso de gordura corporal e o tempo (anos) que este excesso permanece no corpo físico, maior o problema e as conseqüências por ele geradas.
Mas volto a perguntar: Por que carregamos este excesso em nossa vida? Por que insistimos em criar dificuldades tão obviamente desnecessárias ao nosso corpo físico, desviando assim, tanta energia e produtividade dos nossos propósitos maiores?
Crescer, conquistar, superar, ser feliz, ser leve... são propósitos do espírito, que aqui na terra, depende deste corpo encarnado pleno e harmônico para se realizar.
A maioria de nós não sabe a resposta para esta questão, pois trata-se (eu acredito) de uma auto-sabotagem, tantas vezes alimentada por questões ainda muito inconscientes.
Mas, visualmente este excesso existe, e esteticamente incomoda. E mais que isso, qualquer um pode, num processo de busca por aprendizado e esclarecimento, saber o quanto este excesso pode causar prejuízos em todas as áreas da vida, desde o físico, até o espiritual.
Muitas pessoas nem carregam um excesso de gordura corporal, mas um excesso de crenças ou sentimentos, que acabam por desencadear também num nível elevado de toxicidade e dificuldades finalmente orgânicas. Mas este é tema para o nosso próximo texto.
De qualquer forma, conscientes ou não da causa pela qual perpetuamos estes excessos, aqui surge a questão da necessidade de eliminá-los. As toxinas, os lastros, verdadeiros escudos para a cura, a lucidez, a leveza e o crescer.
Não acredito que seja fundamental iniciarmos este processo de desintoxicação por um entendimento profundo das causas pelas quais temos excessos.
Ao contrário, que adianta ficar tanto tempo em processos mentais de entendimento e não iniciar uma ação?
Penso que o mais importante é dar o primeiro passo de não desejar mais ter excessos. Ou seja, fazer um movimento, AGIR. Minha sugestão: abrir, literalmente, todos os espaços possíveis para que estes excessos tenham livre acesso de saída. DEIXAR SAIR.
O mantra da pró-atividade neste caso é: Não sei porque tenho excesso, ou porque cometo excessos, mas desejo que eles saiam ou permaneçam o menor tempo possível dentro do meu ser.
Pronto! Está dado o primeiro passo, que deve ser mantido como uma atitude diária, ou seja, um “banho interno diário”, deixando sair pelo ralo (vaso, troninho...) abaixo tudo o que for excesso, toxina, veneno e velho.
Aos poucos, o próprio corpo vai resgatando o seu peso ideal, a sua lucidez original, a sua harmonia natural. Podem vir respostas aos por quês, podem vir novas consciências, podem vir novos propósitos, mas o fato real é que: o que necessita sair e ser eliminado sai. O espaço para a entrada do novo começa a acontecer.
Esta é a filosofia básica da Alimentação Desintoxicante, onde se aprende sobre:
1) Os alimentos que são cúmplices da saúde e deste valioso processo de limpeza interna diária.
2) Os órgãos excretores, os grandes portais de saída e eliminação do que não serve mais ao corpo humano.
3) Os fatores que intoxicam e dificultam funcionamento harmônico e integrado do corpo humano. Cada órgão ou sistema busca cumprir a sua função na seqüência metabólica, mas quando um deles apresenta dificuldades por um período prolongado, a doença irá se apresentar.
4) Fazer uso de receitas que desintoxicam, tratam e curam.
5) Fazer uso de dinâmicas diárias de apoio ao processo de transformação e crescimento.
REPITO: A diferença está na consciência!
Pois é! Sempre que falo sobre os objetivos e benefícios da Alimentação Desintoxicante, as pessoas ficam imediatamente curiosas de como iniciar esta dinâmica em suas vidas.
Então, rapidamente querem as receitas. Mas, resisto em passá-las desta forma tão pronta. Isto porque tenho certeza absoluta de que as receitas são o ÚLTIMO passo deste trabalho de esclarecimento. Peço que não se enganem.
Sem dúvida alguma, as receitas desintoxicantes, baseadas nos alimentos vivos, são grandes cúmplices para a conquista desta limpeza. Entretanto, a decisão interna por desintoxicar-se, desapegar-se de todos os excessos, escudos e coisas velhas (gordura, medos, crenças, paradigmas, padrões, modelos, condicionamentos, etc.) é o que irá determinar o verdadeiro sucesso deste projeto de vida.
Não adiantam as “receitinhas” sem a decisão interna (a força visceral da alma) para nos manter disciplinados, determinados e motivados, portanto assertivos quanto aos novos hábitos e atitudes.
O ser humano insiste em fórmulas rápidas para sair de suas prisões. Fantasia! Estas fórmulas não existem.
Este é o motivo pelo qual em meu livro “Alimentação Desintoxicante”, primeiro falo, em vários capítulos, da filosofia do que realmente significa Desintoxicar-se, trazendo à consciência, para somente nos últimos capítulos falar das receitas e dos alimentos que curam.
Considero imprescindível primeiro discutirmos sobre:
1) Os motivos pelos quais tanto nos apegamos aos nossos lixos, escudos, travas, medos, sabotagens, etc.
2) As conseqüências destrutivas que tais toxinas trazem à nossa saúde em todos os níveis: físico, mental, emocional e espiritual.
3) Como funcionam as engrenagens emocionais e mentais que dificultam as nossas transformações.
Aí sim, as receitas têm toda a chance de funcionar com sucesso, porque haverá uma sinergia entre a cumplicidade dos alimentos vivos e a consciência do que desejamos limpar e onde chegar.
Aí sim, o milagre da vida poderá acontecer.
Com muita limpeza e luz na consciência.