Lições para uma vida saudável - Lição 5
por Sônia Imenes em Corpo e MenteAtualizado em 18/03/2005 13:06:46
Na lição anterior demos maior atenção à função dos sentidos que atuam como portas de percepção e vimos que esse mergulho no corpo com a atenta observação das nossas ações e reações favorecem também o desenvolvimento da intuição, pois com estas práticas psico-corporais estamos ativando também o lado direito do cérebro que comanda as funções cognitivas não racionais.
Habitue-se a manter os sentidos abertos fazendo uma conexão efetiva com os objetos ou pessoas que olhar; reconhecendo os sons à sua volta, os odores que passam; a degustação cuidadosa do que come e o ambiente que o circunda. Esta intenção de manter-se alerta e presente amplia a capacidade de percepção da realidade e das relações interpessoais.
Mas não falamos ainda do tato, que é uma das mais importantes funções de propriocepção. Isto é, da percepção de si mesmo, essencialmente ligada ao afeto. Pois saiba que o tato não se restringe às sensações percebidas pelas mãos! Toda a pele que recobre o corpo tem a mesma capacidade e função. O contato corporal com a mãe quando criança é fundamental para o equilíbrio psicológico do indivíduo. E quando adultos, o grau de permissão que nos damos para o estreito contato corporal com pessoas com quem temos ligações afetivas é um forte indicador de quanto estamos afetivamente equilibrados e emocionalmente saudáveis. Infelizmente a nossa cultura religiosa (principalmente a católica) carrega uma enorme quantidade de tabus com relação ao corpo e à noção de pecado.
Vamos então começar a quebrar estes tabus. Podemos começar por prestar mais atenção às sensações de textura, temperatura, forma e peso de todos os objetos que tocamos. Mas vamos também estender essa percepção para o resto do corpo permitindo-nos sentir o prazer de tocar nosso próprio corpo, seja no banho, seja na aplicação de um óleo de essência relaxante, seja simplesmente nos acariciando. E além da maravilhosa sensação de conforto que nos proporcionamos, nós também estamos ampliando a própria consciência corporal, facilitando esse caminho para o autoconhecimento e para o despertar do poder de cura.
Exercício:
Deite-se num lugar relativamente amplo e confortável. Você pode forrar o chão com um edredon ou algo similar. Pode dispor de algumas almofadas. Comece então a se espreguiçar alongando-se em todas as direções, ao mesmo tempo em que abraça e usa as almofadas como elementos lúdicos nesse espreguiçar-se. Preste atenção então em todas as partes do corpo que estão sendo “massageadas” por este contato com o chão. Vá ampliando os movimentos de forma que todas as partes do corpo possam passar pela mesma experiência, até mesma aquelas partes mais inacessíveis: a parte interna das cochas, o púbis e a virilha; as axilas, os ombros, cabeça e nuca.
Não se preocupe com a forma dos movimentos, simplesmente busque despertar as sensações em toda a extensão do seu corpo. Também não restrinja os movimentos em função do edredon, forração ou almofadas. Deixe que eles se enrosquem no corpo como um elemento a mais de percepção e ampliação da desenvoltura corporal, pois este exercício também já está trabalhando com as articulações do corpo, tornando-as mais flexíveis e ágeis.
Quando sentir que já despertou o corpo inteiro, relaxe deitado de costas com pernas e braços estendidos e separados do corpo. Respire profunda e lentamente soltando todo o peso do corpo ao expirar algumas vezes. Sinta a força da gravidade atuando sobre você imaginando-se sendo acolhido pela força da mãe terra. Antes de se levantar, vire de lado para sentar e erga o corpo devagar.