O poder de cura do Limão - Parte 4
por Conceição Trucom em Corpo e MenteAtualizado em 01/04/2002 11:55:17
Limão x Vinagre – Qual a diferença?
Por ser química, é muito comum que as pessoas me perguntem se o hábito de usar vinagre no preparo de temperos ou cozimento dos alimentos substitui o uso do limão.
O que posso garantir é que são substâncias muito diferentes, apesar de ambas conferirem o sabor ácido ao nosso palato.
O limão é um alimento 100% natural e fresco, com todos aqueles poderes terapêuticos já relatados neste livro.
Associado ao seu sabor ácido, que é proveniente do ácido cítrico e do ácido ascórbico (vitamina C), substâncias muito valorizadas pelo metabolismo humano, o limão apresenta ainda uma grande gama de nutrientes e micronutrientes.
No caso específico do seu uso no preparo de carnes e proteínas em geral, o suco do limão acrescenta uma qualidade muito positiva, que é a de, com seu pH ácido associado a um trabalho enzimático, quebrar parcialmente as cadeias protéicas (os polipeptídeos). Desta forma, ele auxilia o trabalho dos órgãos digestores, tornando tais alimentos mais leves e fáceis de digerir.
O limão, principalmente o tahiti, por sua robustez, dificilmente está contaminado com agrotóxicos, tem custo baixo e oferta durante todo o ano.
Embalagem natural, aroma extremamente agradável, de fácil conservação e estocagem, não deve faltar nas despensas de todas as casas que valorizam a saúde.
Em contrapartida, o vinagre não é um produto natural, por ser resultante de uma fermentação do açúcar de frutas (uva, maçã, etc.) ou álcool etílico, no qual predomina a presença do ácido acético.
Tal fermentação, realizada em escala caseira ou industrial, sempre terá riscos de contaminações, fermentações inadequadas, erros de processamento, “batismos”, embalagens inadequadas, estocagem inadequada, validade, etc.
Ademais, na minha concepção, o ácido acético tem pobre utilidade metabólica para o organismo humano, causando, ao contrário do ácido cítrico do limão, acidez no meio humoral, devendo necessariamente ser excretado, mas, deixando na sua trilha, sítios mais ácidos do que o ideal.
Na tabela a seguir, faço uma comparação das propriedades terapêuticas do limão versus as do vinagre, nas suas várias opções de uso e preparo.
Observar na primeira linha da tabela que, quando comparamos o poder de cura do limão em uso interno, ele é inegavelmente superior, dadas as propriedades alcalinizantes e depurativas do ácido cítrico, antioxidantes da vitamina C e demais propriedades de todos os seus componentes ativos, descritos no Poder de cura do limão 2.
O vinagre de maçã, por conter a pectina e sais da maçã, ainda contém algumas propriedades de cura. Os demais vinagres não apresentam poder de cura, ao contrário, eu diria, que podem até ser prejudiciais à saúde se consumidos regularmente.
Quando comparamos o poder de cura do limão em uso externo ele continua sendo superior, apesar dos vinagres também terem o seu efeito, principalmente nas formulações onde o que mais importa é somente o pH ácido.
Quando comparamos o poder nutricional do limão, a composição do seu suco é de uma riqueza incomparável. Some-se o fato de que trata-se de um alimento vivo, fresco e natural, portanto um alimento que ativa a vida.
Enfim, por que comprar vinagres se sempre temos o limão, em embalagem natural, barato e à nossa disposição durante todo o ano?
Marinar significa deixar o alimento, que pode ser carne ou legume, absorvendo o tempero por um tempo, variando de 15 minutos até algumas horas, antes do seu cozimento.
É o processo de amaciar e acentuar o sabor do alimento por meio da sua imersão num líquido ácido (sumo de limão, vinagre, vinho, etc.) acrescido de temperos e ervas.
Conforme já colocado no item anterior, neste processo, o uso do suco fresco do limão irá conferir maior digestabilidade e suavidade aos alimentos do que o vinagre.
Somado a este fenômeno, o uso do limão, com suas propriedades de alcalinizar e desintoxicar, irá minimizar o efeito negativo que as proteínas de origem animal causam no organismo humano, quando na sua digestão, acidificam natural e fortemente o sangue.
Assim, para as pessoas que ainda consomem carnes, recomendo a escolha de cortes mais magros e o hábito de os marinar antes do seu cozimento.
Para que a marinada faça efeito é necessário que ela esteja em contato direto com a carne, mas quanto menor o corte, menor o tempo de marinagem, evitando assim que o sabor fique muito acentuado.
Carnes muito delicadas devem ficar no máximo meia hora, porque a exposição muito longa pode cozinhar a carne e até mesmo dissolvê-la.
Usar recipientes de vidro ou cerâmica. Marinagens por mais de 30 minutos devem ser feitas na geladeira, num recipiente com tampa.
Marinada de limão e ervas – especial para aves, peixes, suínos e vegetais.
Ingredientes: 8 colheres de sopa de suco fresco de limão, 1 limão cortado em rodelas, 2 dentes de alho amassados, 4 colheres de sopa de azeite, ½ colher de chá de pimenta do reino, 1 colher de sopa de cada uma destas ervas frescas picadas: salsa, manjericão, alecrim e sálvia.
Preparo: Misturar tudo e envolver os alimentos. Deixar marinando por 1 a 2 horas (depende do tamanho e tipo de carne) na geladeira, virando a cada 20 minutos. Assar em forno baixo.
Temperando saladas e legumes
A grande maioria das pessoas, principalmente aquelas com problemas de saúde e, que mais precisam ingerir alimentos naturais, têm dificuldades para consumir saladas verdes, raízes e legumes crus ou cozidos no vapor. Acredito que o principal motivo é por não saberem temperá-los. Alimentar-se é nutrir-se, mas sem abrir mão do prazer; portanto, temperos saborosos devem ser usados no preparo dos alimentos saudáveis.
Aliás, segundo a medicina Ayurvédica, o tempero é fundamental para tornar o alimento mais digestivo, além de ajudar na absorção dos seus sais minerais. Assim, associe ao limão temperos naturais e frescos como alecrim, salsa, cebolinha, cebola, alho, alho-poró, gengibre, funcho, manjericão, tomilho, coentro, pimentas, louro, páprica, cardamomo, noz moscada, etc.
Ser criativo na escolha dos ingredientes de preparo dos temperos irá desencadear novos hábitos alimentares, sem abdicar do prazer.
Gengibre: ½ copo de água, 1 colher de chá de azeite de oliva, suco de 1 limão, gengibre ralado e sal marinho. Misturar tudo e servir gelado.
Caipira: suco de 1 limão, 1 colher de sopa de mostarda, 1 colher de sopa de mel (pode ser substituído por estévia), 1 colher de sobremesa de azeite de oliva, pimenta e sal marinho a gosto. Bater bem até que estejam bem misturados.
Falsa maionese: 1 xícara de batatas, 1 xícara de cenouras cozidas e escorridas, ½ xícara de leite desnatado, 1 cebola pequena, 1 colher de sopa de azeite de oliva, suco de ½ limão e sal marinho a gosto. Bater todos os ingredientes no liquidificador. Opcional: azeitonas.
No preparo dos cereais e vegetais
No preparo do arroz, ensopados, sopas, sucos ou chás, sempre será possível fazer uso do suco fresco do limão. Ele vai fazer com que o alimento fique mais digestivo e saboroso, além de beneficiar a saúde como um todo.
Seus ácidos irão fixar os sais contidos nos demais ingredientes da receita, reduzindo perdas pelo manuseio e preparo.
No preparo do arroz, adicionar o suco de 1 limão durante a fase inicial de cozimento. Ele fica mais solto, saboroso e leve.
No preparo dos feijões, alimento que costuma causar gases, o suco de 1 limão, durante o seu cozimento, irá torná-lo mais digestivo, reduzindo futuros problemas de flatulência.
No preparo de ensopados ou sopas, usar também o suco de 1 limão no início ou final do cozimento. Tal procedimento irá “abrir” o sabor dos alimentos.
No preparo dos sucos desintoxicantes
O limão se faz muito necessário também no preparo dos sucos desintoxicantes, porque a presença do ácido cítrico e da vitamina C irá ajudar na fixação do ferro e de outros sais minerais existentes nas folhas, brotos, frutas, sementes e legumes da receita.
No livro Alimentação Desintoxicante – Para ativar o sistema imunológico, leitura recomendada e que se integra ao livro O poder de cura do limão – Um guia de medicina caseira, pode ser acessada toda a filosofia, princípios, receitas e dinâmicas de uma desintoxicação intensiva e diária. Aqui são apresentadas apenas algumas dicas de receitas onde o limão, polpa e casca, é presença constante.
Saiba que o horário perfeito para "beber mastigando" estes sucos é em jejum, justo no momento em que o organismo está pronto para mobilizar e eliminar seus excretos.
É recomendável que, pelo menos o primeiro limão da receita deve ser usado com a casca, para poder conter traços do seu OE (casca), e de pectina (polpa, casca e entrecasca).
Coquetel contra obesidade: passar pela centrífuga 2 limões (1 inteiro - polpa e casca) e 2 talos inteiros de aipo. Diluir com um pouco de água e servir imediatamente. Tomar em jejum, diariamente, por 7 dias. Pular uma semana e repetir tratamento.
Hortelã e uvas: bater no liquidificador 1 limão (polpa e casca), 1 xícara de folhas e talos de hortelã, 1 xícara de uvas sem as sementes e água suficiente para processar. Coar e acrescentar 1 colher de chá de farelo de aveia. Servir imediatamente. O farelo de aveia é fantástico para dar volume e fluidez fecal, além de ajudar na eliminação de gorduras nocivas como o colesterol e o triglicérides.
Laranja e couve: bater no liquidificador 1 limão (polpa e casca) com o suco de 3 laranjas, 2 folhas grandes de couve, 2-3 rodelas de gengibre e 1 colher de chá de sementes de linhaça. Servir imediatamente. A semente de linhaça é um alimento fantástico que, junto com o limão, ajuda na prevenção e cura de muitas dificuldades de saúde.
Este texto faz parte do livro O poder de cura do limão – Um guia de medicina caseira - Conceição Trucom - Editora Alaúde. Neste livro você vai encontrar muitas receitas (uso interno e externo) com o limão para prevenir e tratar a saúde e a beleza.
Reprodução permitida desde que citada a fonte.