Por que sofremos? - Parte 3
por Rosemeire Zago em Corpo e MenteAtualizado em 17/08/2023 10:14:11
É, sofremos por diversos motivos, mas o que queremos mesmo é nos livrarmos de tudo aquilo que causa sofrimento. Mas para isso é preciso identificar os motivos que lhe causam sofrimento. Você sabe pelo quê ou por quem está sofrendo? Escreva sobre isso. Depois de anotar tudo que tem lhe causado sofrimento, pense sobre os prováveis motivos e escreva cada um deles.
Abaixo segue mais alguns motivos que causam sofrimento:
- Baixa autoestima: Ou seja, não ter consciência do próprio valor. Esse é um dos motivos mais frequentes de conflitos. Quem não tem consciência de seu valor como pessoa pode sentir dificuldades em qualquer outra área. Podendo levar a acreditar que não consegue nada na vida.
Autoestima começa a se formar na infância, a partir de como as outras pessoas nos tratam.
Quando criança pode-se alimentar ou destruir a autoconfiança. Ou seja, as experiências do passado exercem influência significativa quando adulto. Pais exigentes, agressivos, críticos, autoritários, controladores, que demonstram que a criança não é digna de confiança, impondo suas próprias vontades, não ouvindo o que as crianças têm a dizer, criam filhos inseguros e dependentes. Você sabia que a forma como nos tratamos quando adultos, muitas vezes reflete o modo como fomos tratados quando criança? Como você foi tratado quando criança?
Comece a pensar o que gerou sua baixa autoestima. O que pode ter feito ou colaborado para não perceber seu valor? Conhece alguém que perdeu o emprego ou se aposentou e ficou em depressão? Pois bem, isso pode ocorrer quando a pessoa só reconhece seu valor perante o cargo que ocupa, o poder que exerce; se perde isso, sente como se todo seu valor fosse perdido. Confunde TER com SER!
É preciso ter consciência do próprio valor, independente do que se tem ou do que se faz, mas valor como ser humano, independente de cargo, conta bancária, marca do carro, poder, status. Precisamos aprender a olhar bem dentro de nós mesmos e reconhecer nossos reais valores. Aquilo que temos de bom dentro de nós como solidariedade, caráter, amizade, bondade, cumplicidade, amor, com certeza não há dinheiro que compre.
Os sintomas da baixa autoestima são muitos, veja se os reconhece em você:
- necessidade: aprovação;
reconhecimento;
agradar;
- dependência (financeira e emocional);
- mantém relacionamento amoroso destrutivo;
- não se permite errar, perfeccionista;
- sentimento de não ser capaz de realizar nada;
- não acredita em nada, em ninguém, porque na verdade, não acredita em si mesmo;
- insegurança/timidez;
- dúvidas constantes, duvida de seu próprio valor;
- depressão;
- ansiedade;
- inveja;
- medo;
- raiva;
- agressividade;
- comodismo;
- vergonha;
- dificuldade em crescer profissionalmente;
- sentimento de inferioridade.
Como podemos perceber, muitos fatores considerados como causas de nossos sofrimentos nada mais são do que sintomas da falta de consciência do valor que se tem. Como se livrar desses sintomas? Não, não há receita pronta, há sim muito trabalho, começando a se conhecer cada vez mais.
O autoconhecimento é o melhor caminho para elevar a autoestima, pois à medida que você se conhece e começa a agir de modo coerente entre o sentir, pensar e agir, começa também a se respeitar muito mais, não permitindo que não lhe respeitem na mesma proporção. Com isso, começa a se admirar e se amar. E aquilo que não gosta em si mesmo, aos poucos pode mudar.
Você pode fazer o seguinte exercício para elevar sua autoestima: escreva todas suas conquistas e qualidades! Sim, você irá perceber que fez muito e pode muito!
Nada é mais libertador do que ter consciência da pessoa maravilhosa que você é! Perceba que seu valor, enquanto pessoa, não pode e nem deve ser baseado na maneira como foi, ou ainda é tratado, ainda que isso tenha durado toda sua vida. Não permita mais ser desrespeitado ou maltratado. Todos temos potencial e capacidade de nos desenvolver e mudar aquilo que nos faz sofrer. O que não gostamos e também não gostam em nós, em geral, não faz parte de nossa essência, o self, o verdadeiro eu, mas sim das máscaras que um dia criamos para nos defender. Essa sim é a verdadeira causa de nossos conflitos. Não, não é nada fácil identificar quais são nossas máscaras, mas isso pode ser obtido através do processo da psicoterapia/análise que proporciona o autoconhecimento.
- Máscaras: As máscaras que criamos quando crianças, mesmo sendo um processo inconsciente, automático, que se desenvolve como uma defesa e proteção contra um mundo hostil, é o que verdadeiramente torna tudo muito difícil quando adultos, criando conflitos nas relações e causando muito sofrimento. Por isso que o autoconhecimento é imprescindível na busca pela essência, seu verdadeiro eu, livre das máscaras. Por exemplo, o orgulho, agressividade, arrogância, não fazem parte da essência do ser humano, pois são máscaras criadas como defesas e que depois podem se tornar fonte de muitos conflitos. Quanto mais nos tornamos conscientes das máscaras que utilizamos, mais controle obtemos sobre elas.
Para identificarmos as máscaras que usamos, devemos identificar nossas necessidades emocionais. Que falarei no próximo artigo!