Por que sofremos? - Parte 4
por Rosemeire Zago em Corpo e MenteAtualizado em 17/08/2023 10:14:58
No artigo anterior citei sobre as máscaras, que são criadas para nos proteger das dores que sentimos logo nos primeiros anos de vida. Nesse artigo vamos refletir sobre outros motivos que podem gerar muito sofrimento.
- Necessidades emocionais: Todos nós precisamos de afeto, carinho, amor, e mais ainda nos primeiros anos de vida. Quando não recebemos amor incondicional de nossos pais quando crianças, e assim não temos nossas necessidades emocionais preenchidas, acreditamos que não somos merecedores de recebê-las, o que pode causar muitos conflitos quando adultos. Podemos sentir um vazio tão grande dentro de nós que parece que nada irá preencher, e assim vamos buscando no externo, com as pessoas com que nos relacionamos, que esse vazio seja preenchido. Outros buscam preencher esse vazio com compulsões por compras, comida, drogas, sexo, jogos ou qualquer atividade que nos faça distrair da dor sentida. É preciso entender que o que mais precisamos é de nosso próprio amor e aceitação.
Necessidades emocionais não satisfeitas nos faz envolver-se em relacionamentos permissivos, doentes, implorando por migalhas de atenção e carinho, só aumenta nossas necessidades emocionais. É importante identificar quais são suas necessidades emocionais e buscar quais os alimentos emocionais que podem suprir suas necessidades.
As necessidades emocionais surgem por diversos motivos, mas principalmente quando somos criança e vivenciamos rejeição, abandono, abuso físico, sexual e/ou emocional, que se configura no que chamamos de traumas de infância.
O abandono pode acontecer por pais ausentes ou mesmo quando presentes, pela falta de demonstração de apoio, carinho, amor. Crianças que sentiram rejeição ou abandono pelos pais, ou por um deles, provavelmente sentirá uma imensa necessidade em agradar, ser aprovada e reconhecida, porque não se sente digna de receber amor e afeto dos outros. É como se buscasse a aceitação e o amor que não sentiu quando criança e assim passa a fazer tudo pelos outros, sempre supervalorizando os demais e desvalorizando a si própria. É o eterno bonzinho, com enorme dificuldade em dizer "não", fazendo tudo pelos outros e agindo de modo a agradar a todos porque precisa do reconhecimento constante para se sentir importante, amado, porque no fundo não se aceita, não tem autoconfiança. Tenta ser agradável e provar que sua presença é importante, não pelo que se é, mas pelo que acredita que querem que seja, criando cada vez mais máscaras com a intenção apenas em ser aceito.
É importante lembrar que a superproteção também é uma forma de abuso emocional: A criança pode desenvolver um sentimento de insegurança, por não sentir confiança em suas próprias habilidades, uma vez que os outros sempre fizeram tudo por elas. Também sente muita dificuldade em suportar frustrações.
Fazer pelos outros o que compete a eles fazer. Muitas vezes assumimos responsabilidades que não são nossas, e com isso não permitimos que o outro cresça e acredite em si próprio; além do que, nos sobrecarregamos e sentimos estar carregando o mundo nas costas. Geralmente isso acontece pela necessidade em agradar.
Agradar a todos. Com o objetivo, consciente ou inconsciente, em ser aceito e amado desejamos agradar a todos, para que percebam nosso valor. Mas do que vale agradar ao outro e desagradar a si mesmo? Quando você irá se colocar em primeiro lugar?
- Sintomas físicos e/ou Doenças:
Qual a mensagem que a doença pode estar trazendo? Essa é a verdadeira pergunta! É ela quem vai trazer uma maior compreensão e aprendizado e sentido aos seus sintomas. Mas as pessoas nem sempre estão dispostas a conversar consigo mesmas para identificar as possíveis causas do sofrimento, muitas até preferem manter a constante lamentação, e até alienação, como se não percebessem o quanto estão limitadas apenas a viver isso, sem crescimento, sem vida! Por exemplo: dizer que está sofrendo por uma doença. Sim, a doença é algo que traz sofrimento e é real, não duvido disso, mas qual a causa oculta e inconsciente que o fez ficar doente? Um trabalho que não gosta? Um relacionamento insatisfatório, destrutivo? Um padrão repetitivo de comportamento? Dores reprimidas da infância? Sempre devemos buscar as possíveis causas de nossos sintomas físicos.
Não, ainda não terminou... será que conseguimos encontrar tantos motivos que nos faz feliz como encontramos sobre o que nos faz sofrer?