A ânsia pelo lucro
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 08/04/2020 11:34:55
A grande maioria dos seres humanos tem sua formação baseada na crença de que o objetivo central da vida é lucrar. Não apenas no sentido material, financeiro, mas qualquer outra forma de benefício que alimente o ego, fazendo-o sentir-se poderoso e superior aos demais.
Não por acaso, muitos pais orientam seus filhos para que escolham uma profissão que não apenas seja rentável, mas lhes proporcione status social, sem se preocupar em saber qual a real vocação daquele ser, do que ele necessita para sentir-se feliz e realizado em seu trabalho.
Fora da esfera profissional, em qualquer situação cotidiana, a idéia de buscar a vantagem pessoal é altamente disseminada na sociedade em que vivemos.
O resultado, todos conhecemos, um grande número de seres humanos frustrados, infelizes e depressivos, por descobrirem que as vantagens exteriores não são suficientes para preencher o vazio de suas almas.
É claro que desejar uma vida confortável e digna é algo saudável, o problema é quando nos tornamos capazes de fazer qualquer coisa e de passar por cima de valores como a ética e o respeito humano, para conseguir este objetivo.
A única fonte real de felicidade é aquela que trazemos dentro de nós. Esta ninguém pode nos tirar, pois é inerente ao nosso ser, nascemos com ela e morreremos com ela.
O problema é que a maioria de nós ignora totalmente este poder que possui dentro de si. Descobri-lo requer consciência e disciplina para seguir o caminho que nos leva de volta ao nosso interior.
Aqueles que se propõem a percorrê-lo e contatam a dimensão divina do seu ser, descobrem que viveram como cegos à procura de uma luz que esteve o tempo todo ali, ao alcance de sua mão.
Mas sempre é tempo de se alcançar essa transformação, desde que a vontade de ser feliz predomine e nos dê coragem para que abandonemos todas as falsas ilusões.
"E lembre-se que sempre que você começar a pensar em alguma utilidade, você está perdendo - pois a utilidade é necessária, mas não pode ser o objetivo. Utilidade pode ser sacrificada, mas o não-utilitário não pode ser sacrificado. O não utilitário - amor, meditação, oração - são os objetivos reais. Através deles você alcança a direção do Divino.
Qual é o uso da meditação? O que você pode ganhar com isso? Nada. Qual é o uso da dança? Nada. Você não pode comer, você não pode beber, você não pode fazer um abrigo de dança, ela parece não-utilitária. Tudo que é belo e verdadeiro é não-utilitário.
Alguns tentaram revoltar-se - alguns Budas, alguns Cristos, eles se revoltaram, e eles quiserem trazer vocês de volta à natureza. Mas as pessoas que estão apoiando o estabelecido, elas sempre dizem, 'Qual é a utilidade disso? "As pessoas vêm até mim e perguntam: 'Qual é o uso da meditação? Mesmo se nós meditarmos, mesmo que nós a alcancemos, qual o lucro? O que alguém ganha com isso? '
Você perderá Deus, porque Deus não pode tornar-se uma utilidade. Deus não é uma mercadoria. É uma celebração! E o que é uma vida se você não tem nenhuma celebração nela? O que é uma vida? Será um deserto".
OSHO.