A arte de viver sem medo
por Wilson Francisco em EspiritualidadeAtualizado em 17/07/2002 15:11:05
A travessia da corporalidade para a espiritualidade é um desafio atraente e altamente benéfico para a saúde espiritual de quem o realiza.
Da animalidade para a humanização, passamos por várias experiências existenciais e hoje atravessamos um período em que, segundo Lama Govinda nos ensina no Livro Tibetano dos Mortos, chegou o momento de romper o silêncio.
A raça humana se encontra numa encruzilhada: subjugar-se à vida material ou buscar a conquista do mundo espiritual.
Submetida aos caprichos e aos devaneios da corporalidade inconsciente, a criatura acaba se deteriorando e é assolada por acontecimentos que fazem desse trânsito encarnatório um período áspero e difícil. Tanto isso é verdade, que hoje o índice de depressão e violência é alarmante, enquanto a pedofilia e o assédio sexual crescem assustadoramente.
O homem teme tudo isso, mas está impotente e sem muitas alternativas, porque o remédio para curar estes males não está em disponibilidade nas prateleiras das farmácias e nem nas mãos da medicina convencional.
A solução surge pelos caminhos alternativos e é esta a proposta que está contida na vivência que desenvolvo sob o título de A Arte de Viver sem Medo.
Somos seres inacabados corporalmente, mas prontos e com atributos divinos em desenvolvimento sob o ponto de vista da essência espiritual.
Mudra é a ciência psíquica que relaciona as mãos ao cérebro, os gestos ao estado da consciência. Ela elucida que "o homem é um organismo que desenvolveu uma íntima relação entre mãos e cérebro".
Na verdade, estamos descobrindo que o nosso corpo fala, que ele não mente, expressando sempre o que vai na alma. Carlyle diz que o corpo humano é o milagre dos milagres.
Examinando nosso corpo aprendemos que nas mãos, no cérebro, no ouvido, em cada órgão enfim estão contidos recursos amplos que desenvolvidos podem dar ao Espírito, o ser inteligente do Universo que o habita, habilidades e canais para que este possa acessar com clareza e qualidade o Universo, garantindo a si próprio uma multivivência.
Multivivência significa o trânsito que o ser realiza após conhecer, experienciar, disciplinar e espiritualizar todo instrumental disponível no corpo, emergindo, então, da corporalidade para a espiritualidade.
Aí então, o ser inteligente, a essência, estará seguro e consciente nas suas ações terrenas, praticando a espiritualidade através do olhar, da fala, do ouvido e das mãos.
Enfim, ele terá intelectualizado a matéria, como informa Alan Kardec, o pedagogo francês que organizou com a ajuda dos Espíritos a Doutrina Espírita; ou então educará o seu cavalo, de acordo com os fundamentos da Umbanda; ou ainda terá adestrado seu instrumento existencial, conforme o conceito holístico.
E não mais sentirá medo de escolher caminhos e tomar decisões, porque terá sob seu domínio faculdades e ferramentas que lhe garantem a tranqüilidade no pensar e no agir. Estará imune às doenças, às contingências da vida terrena? Ainda não.
Indagaram a um índio, que caminhava pela floresta ao lado de um homem branco:
- Você está perdido? E ele respondeu:
- Não. Minha casa é que está perdida, eu não.
O ser humano que conhece e pratica a arte de viver sem medo, que qualifica as suas ações através do desenvolvimento e abertura de canais corporais para que sua essência espiritual atue com qualidade neste período existencial, ainda estará sujeito às leis causais da vida terrena e carregará no corpo e na alma ingredientes cármicos e imperfeições naturais.
No entanto, não se submete ao sofrimento, não se desvia do seu roteiro e não se fragiliza ante os obstáculos.
Utiliza tudo e todos como apêndices para realizar com sucesso sua aventura existencial, executando cada ato de sua vida com a qualidade, a profundidade e o destemor dos filhos da vitória.
Este exercício foi criado por Léo Artese. É de grande utilidade desde que realizado com consciência. Antes de realizá-lo, exercite bastante a respiração e conquiste a plena consciência de que você é um ser/essência conectado com o Universo.
COMO TRANSFORMAR A ENERGIA DO MEDO
Respire e Inspire
Concentre-se em sua respiração, observe o seu inspirar e o expirar, faça isso até sentir que sua mente parou de conversar e há silêncio em você.
A sua atenção está voltada para sua respiração..
Se alguma imagem ou percepção surgir em sua mente volte novamente a atenção para o seu respirar.
Observe agora aonde, em seu corpo, há a sensação de medo, aonde ele está tenso.
Ao identificar o local, ou locais, dirija a respiração para este local (sempre um de cada vez, caso haja mais de um lugar tenso).
Coloque toda sua respiração no centro do seu medo. Sinta o nó da tensão se desfazendo aos poucos. Perceba o medo como um músculo retorcido e a sua respiração como uma suave e curativa massagem que desfaz o nó.
Você é tocada com carinho. Sinta-se ficando livre desse nó.
Inspire uma energia luminosa vinda da natureza e expire esta luz através do local do medo. Observe: o calor da luz afrouxa a tensão e abre o nó, não faça força - apenas respire calmamente e "veja" como a respiração esta dissolvendo o "nó" e o medo sumindo.
Sinta a energia luminosa desfazer o medo, ouça o som da luz, como uma cachoeira de águas puras e frias a limpar o medo do seu corpo.
Deixe a respiração fazer um remanso em seu corpo e alma.
Afirme em voz alta: Eu sou luz! Eu sou coragem! Eu sou livre!
Obrigado, Mãe Natureza.
Paz, saúde e prosperidade a todos.