A Divina arte de construir pontes - Parte 4
por Izabel Telles em EspiritualidadeAtualizado em 02/09/2005 12:20:05
A ponte
4º capítulo do livro A Divina arte de construir pontes.
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Aquele sonho tão revelador tinha dado ao nosso ser a sua real dimensão e as coisas aqui na terra começaram a parecer tão pequenas e sem importância. Fazer uma ponte, então, a coisa mais simples. Bastavam dois pilares - um em cada extremidade dos terrenos - e uma ponte ligando um pilar ao outro. Sabia mais agora: que ao fechar os olhos poderia imaginar a ponte pronta. Num piscar de olhos ela estaria lá, tinindo, nova e perfeita. Porque, na verdade, ela sempre esteve lá. Ele é que não a via.
Conheceu também a força da sua mente e que ela o obedeceria sem pestanejar.
O nosso ser sabia agora de onde tinha vindo e para onde ia.
Sabia que as memórias que vamos acumulando em nossas células são fotografias das emoções que sentimos e do padrão familiar a que pertencemos.
Sabia o mais importante: ele não era um ser fechado, calado, solitário, recolhido, defendido do mundo. Ele tinha aprendido a ser assim e, portanto, poderia desaprender.
E, para desaprender, teria que praticar um novo padrão para que o mesmo fosse clicado e arquivado pela sua mente.
E foi a isso que se propôs, combinando com o pagé como iniciar.
Começaria por imaginar como seria o mundo se ele não tivesse nascido impregnado por esse padrão de virar as costas para todos, sentir-se rejeitado, sem amor e sem amizade. E assim ele fez por 21 dias, sempre sentado, tomando o cuidado de fechar bem os olhos.
E nestes dias viu surgir na sua frente um mundo de alegria. Cheio de amigos e amores. Um mundo onde ele não se sentia avaliado, punido ou menosprezado pelas pessoas. Sentia-se livre. Livre e leve. Leve e feliz!
Ao final dos 21 dias percebeu que já não se sentia mais só. Estava cheio de coragem e disposição e foi ter com o pagé, certo de que era chegada a hora de construir a ponte.
Contou suas experiências ao cacique que o ouviu calado, tirando algumas longas baforadas de seu cachimbo azul.
Ao final, o pagé abraçou com amor o nosso ser e então disse:
“A ponte já está pronta. A partir deste momento, cruze-a com sua imaginação toda vez que quiser conhecer lugares novos em sua mente, ou obter respostas criativas para as suas velhas questões. Cruze-a para encontrar novos amigos. Ande rápido sobre ela quando quiser fugir de uma situação que o magoe. Ou devagarzinho quando quiser usufruir a paisagem, admirar o curso do rio, o bailado dos peixes. Esta ponte é a estrada do seu movimento. Das suas emoções. Da sua vida”.
E o ser sorriu feliz. E a ponte surgiu no seu sorriso de orelha a orelha. E nosso ser nunca mais sentiu-se só.