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Amigo IV

por Saul Brandalise Jr. em Espiritualidade
Atualizado em 14/10/2009 17:26:05


Confesso que fiquei um pouco assustado quando vi, pela primeira vez, a semelhança que existe entre a palavra AMIGO e a interpretação que pode ser dada como AME EGO.

Primeiro, precisamos separar o excesso de EGO em toda esta interpretação. Ele, o excesso, acaba se tornando nefasto e tudo que é em demasia causa algum tipo de mal em nós mesmos. Não é por um acaso que a grande busca de uma vida se chama equilíbrio.
Deixando isso de lado, está claro e evidente que o amigo verdadeiro é aquele que mais se aproxima de nossas verdades e de nossos valores e, portanto, de nosso ego. Não há como ter um amigo que pensa e age de maneira muito diferente. Os valores precisam bater. A energia tem que estar sintonizada.
No primeiro texto, publicado em 2001 sobre o mesmo tema, aprendi com Lourival Batista, meu amigo, que um amigo não é aquele que está sempre junto. É aquele que sabe ir embora. Não é aquele que ouve o que você diz, é aquele que entende o que você não diz; finalmente, é aquele que o avisa do perigo, mas não o impede de continuar.
No segundo texto, de 2002, com Maurinho do Roncador, meu amigo, aprendi que lá na Serra do Roncador, a “Luz” é tão forte que chega a confundir a sombra. O Roncador é tido como uma passagem... A gente vê o nosso íntimo.
Finalmente, em 2005, aprendi como me comportar com a perda prematura de um amigo e escrevi um texto. Ao perder um amigo, da forma como perdi Djalma Bittencourt, em um acidente, descobre-se que o amigo é um “tesouro” sem moedas ou jóias, mas de muito mais valor. Neste dia, aprendi, definitivamente, a conviver com a morte. Com Djalma realizei coisas que os fracos teriam desistido de fazer. Com Djalma superamos obstáculos que muitos achariam intransponíveis...
Assim, posso afirmar que meu amigo é aquele que ama comigo, por isso se chama amigo. Se sua esposa ou seu marido não for seu amigo, alguma coisa está equivocada na relação. Amigo é o maior “cúmplice” que se pode ter.
Na realidade a melhor definição que eu já vi e li de um amigo é esta:
AMIGO É AQUELE QUE FICA QUANDO TODOS OS DEMAIS JÁ FORAM EMBORA.

O que somos hoje e o que seremos amanhã depende exclusivamente de nossos pensamentos e do meio em que vivemos. Desta forma, nossos parceiros, companheiros de jornada, precisam estar em sintonia com as nossas verdades e com o que sentimos.
É verdade que somos produto do meio em que vivemos. Mais verdadeira ainda é a afirmação que reza: diga-me com quem andas que te direi quem és.
Siddharta Gautama, um dos Budas que existem, disse que um amigo insincero e mau é mais terrível que um animal selvagem. A fera pode lhe ferir o corpo, mas o mau amigo certamente vai lhe ferir a mente.
Quando meditei sobre tudo isso, percebi a razão e o porquê nós temos um círculo pequeno de amigos. Colegas e demais relacionamentos cada um tem aos montes. Mas os verdadeiros amigos não cabem em todos os dedos de uma única mão.
Khalil Gibran disse: O amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio.

Muitas pessoas que frequentam as rodas sociais não se dão conta de que a maioria dos relacionamentos é consequência das facilidades que cada um oferece ao meio e poucos, muito poucos, se relacionam com o interior do outro ser humano.
Na realidade, é muito mais fácil a relação externa. Para que ela aconteça não há necessidade de se entender o outro. É fácil avaliar se sua roupa está bonita ou não. O difícil é entender o conteúdo que está oculto, mas que é muito mais valioso que uma jóia.
O verdadeiro relacionamento é aquele que acontece com o nosso interior e jamais com o nosso bolso ou com as nossas facilidades.
Diante destas afirmações -entre inúmeras outras-, é que me encontrei pensando sobre a importância de se saber interpretar o AME EGO e o AMIGO.
Eles verdadeiramente se confundem... Quem afirma que tem muitos amigos ainda não percebeu que está sendo usado e está só... Amigo, repito, é o que fica quando os demais vão embora.

Sei que nos veremos
Beijo na alma



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saul
Saul Brandalise Jr. é colaborador do Site, autor do livro: O Despertar da Consciência da editora Theus, onde mostra através das narrativas de suas experiências como extrair lições de vida e entusiasmo de cada obstáculo que se encontra ao longo de uma vida.
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