As feridas da infância
por Maria Guida em EspiritualidadeAtualizado em 02/08/2023 16:16:32
Capitulo 3
Neste terceiro capitulo do livro, o Guia reafirma que a limpeza, bem como a reprogramação de nossos padrões mentais passa necessariamente pelo autoconhecimento - que é simplesmente o principal objetivo do Vidanova - até finalmente retirar todas as camadas que encobrem e escondem o brilho de nosso Deus interior, permitindo finalmente que a comunicação direta e clara possa fluir.
Mostra a importância de chegar a curar as nossas feridas da infância, provenientes desta e de outras vidas - que ficam gravadas no nosso Disco rígido interior e que, dependendo da intensidade, repetição e momento especifico, perturbam profundamente nossa alma.
Estas marcas de frustração e sofrimento, caso não sejam conscientemente harmonizadas nos afastarão de nossa missão de vida, escolhida por nós mesmos antes de nascer neste planeta azul.
Somos neste capítulos intimados a vestir nosso traje de Guerreiro da Luz e assumir a responsabilidade de sair para a maturidade emocional e espiritual, iniciando nossa jornada livres enfim da busca daquilo que nos foi de alguma forma negado na infância.
Além da matéria originalissima de Maria Guida (Guida em italiano significa Guia), experimente a preciosa formula Floral da Thais Accioly, medite com as frases e mandalas preparadas com carinho pela Rúbia e verifique a quanto andam suas feridas da infância com os rápidos e eficazes exercícios de Imagens Mentais de Izabel Telles.
Tenha uma boa semana!
(V. também está convidado a participar desse Grupo. Clique aqui e adquira o livro: "O Caminho da Autotransformação", de Eva Pierrakos, da Ed. Cultrix.)
Madrugada de segunda-feira, onze de novembro.
Com sono, sem guarda-chuva, debaixo de chuva, com um travesseiro na mão e duas malas pesadas no chão, na beira de uma rodovia, depois de perceber que o ônibus que eu esperava não viria, me lembrei do meu pai.
Mais exatamente recordei o momento em que eu mais havia precisado de sua ajuda. E ainda mais precisamente, que ele havia me negado seu socorro.
Como naquela noite, há trinta anos atrás, me senti perdida, sozinha, abandonada.
Comecei a chorar. E foi então que aconteceu o milagre.
Enquanto uma parte de mim chorava, uma outra assumia o papel de espectador.
E o que o espectador via, era uma mulher interpretando um drama, que ela mesma havia criado, nos mínimos detalhes, para voltar a sofrer uma antiga dor.
Lúcido, o espectador, em mim, me fez notar cada detalhe:
Por que é que eu havia escolhido embarcar naquele local desconfortável, numa madrugada que ameaçava temporal?
Por que eu havia esquecido o guarda-chuva?
Por que não tinha chamado um táxi que me levasse até a rodoviária?
Por que estava carregando tanta bagagem?
Por que eu estava abraçando um travesseiro?
Procurei encontrar um motivo racional para estar naquela situação. E não havia nenhum.
Eu tinha dinheiro para comprar outra passagem, no dia seguinte.
Eu podia voltar para casa, porque eu tinha uma casa, com roupa seca e cama gostosa, a quinhentos metros dali.
E os compromissos que me esperavam em São Paulo podiam ser cancelados, com um simples telefonema.
Parei de chorar. Já não estava com sono.
Vagarosamente comecei a entender o que eu pretendia com aquela encenação.
Lembrei-me do Caminho da Autotransformação e do texto que havíamos trabalhado naquela semana.
Ali estava eu, bem diante de uma das mais dolorosas cicatrizes da minha infância.
Lembrei-me que papai só era carinhoso com a gente quando ficávamos doentes ou estávamos em perigo.
Descobri que gostava de passar e até forjar situações de abandono, para atrair a atenção de meu pai, e, depois, caso ele não me socorresse, responsabilizá-lo pelas conseqüências que elas iriam ter em minha vida.
Percebi que, diferente do que eu imaginava, não havia perdoado meu pai por nenhum dos males que eu imaginava ele tivesse praticado contra mim.
Consegui me lembrar de boa parte dos dramas que eu havia engendrado, da dor e confusão que eu havia experimentado, quando nem ele, nem ninguém, tinha vindo em meu socorro.
Arrepiei-me diante das muitas situações de perigo em que eu propositadamente tinha me colocado, apenas para depois poder sentir pena, muita pena de mim.
E fiquei admirada, com a paz que sentia agora, ao realizar toda essa pesquisa e reflexão.
Ali mesmo, rezei pela alma de meu pai e recitei a fórmula do perdão, reconhecendo que nenhum de nós merecia continuar sendo responsabilizado por situações que estavam no passado, e que, portanto, não interessavam mais.
Compreendi as razões que ele teve para me negar o seu apoio. E, principalmente agradeci a ele, pela oportunidade de estarmos entrando em contato com a realidade dos fatos, ali, naquele momento, no meio daquela rodovia deserta.
Olhei em volta e achei tudo lindo. A chuva havia parado. Um pássaro piou. Em meu pulso, o relógio marcava três horas. Deixei de abraçar o travesseiro. Peguei minhas malas, e atravessei a rua.
Em casa, tomei um banho quente, vesti um pijama limpo e me enfiei sob um edredom. Cuidei de mim como se, finalmente, eu me pertencesse.
Eu não estava perdida, nem abandonada, e muito menos só.
Eu tinha a mim mesma.
E todos os meus guardiões e mestres estavam comigo.
Amorosamente, eles me haviam guiado para aquela situação de confronto com os meus próprios fantasmas.
Eles me viram lutar e vencer.
Adormeci pensando que talvez, naquela madrugada, mais um pequeno, mas decisivo passo havia sido dado no caminho do autoconhecimento.
Um passo que só eu, e mais ninguém, sobre a terra, poderia dar.SOMOS TODOS UM
Maria Guida - Colaboradora do Vidanova
- Formula de Florais do Cap. 03
- Veja clicando aqui o artigo e a Formula Floral sugerida por Thais Accioly
"Reencontro a minha criança interior com alegria, quando me lembro de quem sou."
A essência da Meditação para o capitulo 3 está nesta frase, sugerida por Rubia Dantés.
Para Meditar sobre essa frase, clique aqui
- Exercicio de Imagens Mentais do Cap. 03
Curar as feridas da Infância
Sente num ambiente calmo e tranqüilo. Os pés devem estar firmes no chão, as mãos colocadas sobre as pernas e os olhos fechados do começo ao fim. Antes é preciso respirar até conseguir um estado de tranqüilidade e depois desta tranqüilização leve sua atenção para a intenção deste exercício:
Veja-se coberto por band-aid.
Cada band-aid representa um sentimento negativo que lhe foi imposto quando criança e aí permanece apesar de todo seu esforço para resgatar esta criança ferida que todos nós fomos.
Preste atenção na localização e cor destes band-aid...
Aí tem uma boa informação pra você.
Respire uma vez e rapidamente vá tirando estes band-aid, passando no lugar onde eles estavam um gel dourado.
E agora que V. sabe que estes band-aid representam as emoções que você não quer mais, sinta-se renovado e caminhe para o Sol.
Respire e abra os olhos.
Fazer por 7 dias ao acordar.
Izabel Telles