Assistência extrafísica e Universalismo II
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 19/04/2001 16:55:53
Após um trabalho de assistência extrafísica (eu estava hospedado na casa de uma grande amiga de Uberlândia) em que um grupo de espíritos apegados ao plano físico foi ajudado a desprender-se da crosta terrena, um dos amparadores extrafísicos me disse o seguinte:
“Ai daqueles que envelhecem no corpo sem o brilho espiritual nos olhos. Seus cabelos encanecem, suas pernas tremem e as rugas espalham-se pelo rosto. Porém, a maturidade está ausente. São os dias do ocaso, em que a verdade da Terra cobra o seu tributo.
É possível que alguns percebam que o peso das mágoas e culpas é maior do que o peso da idade.
Muitos pagam o preço do ódio acumulado por toda a vida. Lembram-se de ofensas de décadas atrás e seus corações ardem na fornalha emocional que criaram.
Seus sonhos foram enterrados e seus olhos estão opacos. Sem o bom humor aliado à maturidade, como enfrentar os achaques da idade?
Sem a luz nas idéias e o amor no coração, a consciência prende-se à ilusão do corpo e envelhece junto, mas não amadurece, só declina e geme.
A vida corre, as coisas passam, os filhos seguem o caminho e só ficam as lembranças.
Ai daqueles que só se lembrarem das dores e dissabores!
Pobre daqueles que marcaram o coração com o ferro quente do ódio.
Pobre daqueles que não viveram, só envelheceram."
* * *
Envolvido pelas suaves emanações dos amparadores, lembrei-me de Krishna, o avatar da luz azul a quem tanto devo.
Então, ergui os pensamentos e abri o coração numa prece sincera ao Senhor dos olhos de lótus: "Krishna, pobre daqueles que ainda se lembram dos inimigos no ocaso do corpo. Poderiam estar lembrando do Seu sorriso e da Sua luz azul.
Você ensinou: ‘O espírito não nasce nem morre, apenas entra e sai dos corpos perecíveis. É imortal e divino.’ Por ignorarem essa realidade, as pessoas envelhecem e não têm noção de que a vida segue em outras dimensões espirituais.
Suas emoções os acompanharão além da carne. Ainda serão velhos e tristes além da vida, mesmo depois de deixarem os corpos desgastados pelo tempo.
Poderiam estar renovados como espíritos, mas o peso das culpas e das mágoas os acompanharão.
Krishna, abençoe esses espíritos que acham que são velhos e que não viveram, só envelheceram.
Siga com eles e revele o que o ódio ocultou de seus corações: ‘Sem a LUZ nas idéias e o AMOR no coração, não é só o corpo que envelhece, mas o espírito também.’
Meu amigo da luz azul, abençoe esses velhinhos, da Terra e do Além, e ajude-os a renovarem suas existências na Espiritualidade que regenera e sempre abre novos caminhos a todos."
* * *
Mais tarde, na sede da Fundação Ananda, onde eu iniciaria a segunda aula de um curso de projeção da consciência, surgiu um dos amparadores extrafísicos da casa e disse-me o seguinte:
"Você sentiu um pouco da angústia daqueles que passaram o limiar da morte e estacionaram nas cercanias extrafísicas adjacentes à crosta terrestre. Você sentiu um pouco da dor dos velhos de alma e obtusos extrafísicos contumazes que rondam a aura das pessoas deprimidas e que também estão velhos de coração.
O envelhecimento físico é apenas o desgaste do veículo corpóreo, filho da natureza. O envelhecimento do espírito é psicológico, tem mais a ver com condicionamentos e apegos ilusórios. O espírito não tem idade, é eterno.
Envelhecer não é amadurecer. Crescer interiormente é amadurecer! Maturidade é estado de consciência.
Felizes são aqueles que renovam a consciência a cada dia e sempre abrem seus corações às vibrações do amor.
Felizes são aqueles que desprendem-se das mágoas e realizam a luz em si mesmos. Seus corpos envelhecem, mas seus pensamentos se renovam e seus sentimentos estão sempre na freqüência do Cristo.
Quem reveste o próprio espírito com as luzes do amor é detentor de celestes numes e seus olhos sempre brilham em nome de Deus."
(Recebido espiritualmente por Wagner D. Borges; Uberlândia, 13 de novembro de 2000, às 19h53).**
* Ver texto 264.
** Transcrevendo esses escritos, lembrei-me de uma bela canção da banda mineira de rock progressivo "Sagrado Coração da Terra""MANHÃ DOS 33"
Às vezes eu tenho uma leve impressão
Às vezes é uma bruta certeza
de que a nossa vida na Terra
não é bem uma viagem de férias
Nascemos pelados, sem nada, sozinhos
como fogo do sol nos olhinhos de neném
E ninguém pode nos consolar
da fome enorme que é viver
da imensa dor que é nascer na Terra
Saudade da luz das estrelas... saudade... estrela
Tudo vem, passa por nós e se vai
Sonhos e planos, fracassos, vitórias
o bem e o mal, pesadelos e sonhos bons
nada mais restará na corrente dos anos
que ainda tentamos deter a todo custo nas mãos
Se tudo e todos que amamos se vão
Meu amor segura firme a minha mão
A mente e o corpo tão breves são ilusões
Só restará o coração, a vela de um barquinho
no oceano infinito do Tempo a vagar...
E na branca manhã dos meus 33
Eu tive uma bruta certeza
De que a vida humana na Terra
Não é bem uma viagem de férias...
(Essa bela canção é de autoria de Marcus Viana, líder da banda e autor de vários trabalhos na área de música New Age e rock progressivo. É a segunda música do cd "Flechas" da gravadora Sonhos e Sons).