Concorde
por Sergio Scabia em EspiritualidadeAtualizado em 25/08/2000 11:59:17
O Símbolo máximo da conquista do ar para transporte de passageiros: o Concorde
Orgulho da França e da Inglaterra, que o projetaram e construíram
em consorcio no fim da década de 60, o Concorde foi durante mais de 30
anos o Símbolo da mais alta tecnologia e sofisticação no
transporte de passageiros em velocidade supersônica. Uma vez sobre o mar
aberto o Jato iniciava sua aceleração que o levava a uma velocidade
de cruzeiro de Mach 2.1, ou mais de duas vezes a velocidade do som. Nenhuma
bala de revolver, submetralhadora ou pistola atinge esta velocidade, somente
as balas de fuzil. Essa impressionante performance era obtida em prejuízo
de aspectos muito importantes:
O enorme consumo de combustível por passageiro.
Um nível de ruído inaceitável sobre as áreas abitadas
na decolagem
Uma consistente destruição da camada de ozono em altitude de cruzeiro
O elevadíssimo preço da passagem que o tornava acessível
somente a poucos indivíduos (até 10 vezes mais cara que uma passagem
normal).
A manutenção e o pessoal de operação com custos
exorbitantes.
Duas únicas rotas restantes: Londres - NY e Paris - NY (Ida e volta).
Vantagens reais: o tempo de vôo cai pela metade: de 6 horas para pouco
mais de 3.
Mas não o tempo de viagem, pois o passageiro precisa chegar até
o aeroporto de forma convencional, deve chegar com a usual antecedência
e estava já há algum tempo sujeito a atrasos devido à precariedade
da manutenção de um avião bastante velho. Freqüentemente,
peças eram "canibalizadas" de outros aviões parados
e, mesmo na ultima viagem fatal o comandante do Concorde da Air France exigiu
a substituição do reversor da segunda turbina (Esta peça
não provocou o acidente mas no avião Fokker 100 da TAM que caiu
em Congonhas foi sua falha que originou a queda).
Porque então muitos viajavam tão apertados e pagavam tão caro para economizar 3 horas numa viagem total de 10 horas? OK, sem barulho, claro (o som ficava bem para trás) mas sem nenhuma sensação de velocidade a não ser olhar para aquele velho indicador digital vermelho de velocidade em Mach?
A resposta é simples: Vaidade, Status com S maiúscula. Poder
se gabar de ter tomado champanhe a Mach 2…algo muito exclusivo, valioso.
Mas que pobre escala de valores!
Se procurarmos identificar grafologicamente Vaidade e necessidade de Status encontramos letras iniciais desproporcionais ou muito elaboradas,
ou também uma baixa autoestima, quando a assinatura
mostra sublinhados mais ou menos prolongados ou numerosos.
Mais um símbolo de glorias inúteis desmoronou e foi tirado do
ar. Estamos evoluindo de fato?
Lendo na Internet os jornais franceses era como se cada cidadão tivesse
perdido um membro da família. Um duríssimo golpe no orgulho
nacional.
O resultado do inquérito até o momento indica que houve o estouro
de um pneu do trem esquerdo. A explosão rompeu a proteção
que justamente deveria evitar que o pneu danificasse a estrutura da asa
esquerda furando o tanque principal e iniciando o incêndio
fatal. O que deveria proteger acabou destruindo. Falha de projeto… ou foi
porque tinha que acontecer? Estava escrito? Curioso: no acidente com o avião
da TAM foram 99 pessoas, no Concorde foram 104 e no submarino Kursk foram 118.
Uma outra consideração: em São Paulo, com o avião
caindo num barro bem populoso em terra somente 3 pessoas faleceram. Em Paris
somente 5, com o avião caindo sobre um hotel que estava quase deserto
pois na hora da queda a maioria dos hospedes estava em excursão de ônibus
pela cidade luz.
Em tempo: da Agência Estado 23/8/2.000: Paris - "Técnicos
do Escritório de Investigação de Acidentes da França
(BEA) recolheram cerca de 5.000 fragmentos de jóias no local onde o Concorde
da Air France caiu em 25 de Julho, matando todos seus ocupantes"
Com profundo respeito para nossos irmãos e irmãs que faleceram, mas tantas
jóias assim não reforçam o fato que Status e Vaidade estavam de fato bem presentes entre os usuários do luxuoso supersônico?