Confiança
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 12/04/2007 17:06:42
Sempre que dificuldades surgem em nossa vida, colocam em cheque nossa fé e a capacidade que temos de exercer a verdadeira confiança. Os desafios tendem a nos levar a questionar tudo aquilo em que acreditamos e, muitas vezes, a duvidar da misericórdia e da graça divinas.
Mas é exatamente nestes momentos que precisamos confiar na existência, e ter a certeza de que ela nos trará a solução certa no momento certo, mesmo que esta solução pareça, a principio, contrária aos nossos desejos.
Aceitar todos os acontecimentos de nossa vida como parte de um plano arquitetado por nosso próprio Ser para nosso crescimento e evolução, é a única saída para evitar o sofrimento.
Sempre que o inevitável se apresentar, busquemos dentro de nós a força necessária para seguir em frente, tendo a certeza de que esta força jamais está ausente, ela é parte indissociável de nossa natureza e só depende da confiança para se fazer presente.
“... A confiança precisa de grande inteligência, coragem, integridade. É preciso um grande coração para ter confiança.
...Se você tem inteligência, está pronto para enfrentar o desconhecido porque sabe que, mesmo que todo mundo conhecido desapareça e você se veja sozinho em meio ao desconhecido, será capaz de colonizá-lo. Será capaz de fazer uma casa ali no desconhecido.
... Cada momento que venha a acontecer desaparece, sem deixar nenhum rastro, nenhum rastro existencial. Outro vem depois, outra vez puro, outra vez inocente, outra vez como uma criança.
Não tente entender a vida. Viva-a! Não tente entender o amor. Entregue-se ao amor. Então você saberá – e esse saber virá da sua experiência. Esse saber nunca destruirá o mistério: quanto mais você sabe, mais você sabe que ainda há muito para saber.
A vida não é um problema. ...Ela é um mistério para ser vivido, amado, conhecido por meio da experiência. A vida não é estagnada – ela é um dinamismo, é um processo. Você não pode ter um mapa dela. Ela não é mensurável, é um mistério imensurável. Não peça explicações.
E isso eu chamo de maturidade da mente: quando alguém chega ao ponto de olhar a vida sem perguntas e simplesmente mergulha dentro dela com coragem e destemor.
... A mente é sempre velha. Ela nunca é nova; ela é o acúmulo do passado. O novo vem de muito além; é um presente de Deus.
... A existência continua se derramando sobre você, mas você está fechado em seu passado. Está quase numa espécie de cova. Ficou insensível. Por causa da sua covardia, você perdeu a sensibilidade. Ser sensível significa que o novo será sentido – e a emoção do novo e a paixão pelo novo e pela aventura despertarão e você começará a avançar rumo ao desconhecido, sem saber aonde está indo.
... Lembre-se, qualquer coisa nova que surgir na sua vida é uma mensagem de Deus. Se a aceitar, você é religioso. Se rejeitá-la, não é religioso. O homem só precisa relaxar mais para aceitar o novo; abrir-se um pouco mais para deixá-lo entrar. Abra caminho para Deus entrar em você.
... Sempre receba o novo com grande alegria. Mesmo que, às vezes, ele lhe traga algumas inconveniências, ainda assim vale a pena, pois só por meio dos erros nós aprendemos, e só por meio das dificuldades podemos crescer. O novo trará dificuldades. É por isso que você opta pelo velho – ele não trará dificuldades. É por isso que você opta pelo velho – ele não traz dificuldade nenhuma. É um consolo, um abrigo.
Mas só o novo, aceito de modo profundo e total, pode transformar você. Você não pode trazer o novo para a sua vida; o novo vem. Você pode aceitá-lo ou rejeitá-lo. Se rejeitá-lo você continua sendo uma pedra fechada e morta. Se o aceita, você se torna uma flor, começa a se abrir e nessa abertura está a celebração.
Só a entrada do novo pode transformar você, não existe outro meio de transformação. E, lembre-se, ele não tem nada a ver com você e seus esforços. Mas não ter nada que ver não significa que você pode parar de agir; é agir sem desejo ou direção ou impulsos vindos do seu passado.
... É preciso começar num estado de não-saber e avançar inocentemente como uma criança, vibrando com as possibilidades – e são infinitas as possibilidades.
OSHO, do livro Coragem, o prazer de viver perigosamente.